quarta-feira, 5 de abril de 2006

Um terço de mulheres!

Consagra a Constituição Portuguesa e a Carta Universal dos Direitos do Homem que todos os cidadãos, independentemente do género, raça ou credo religioso são iguais em direitos e deveres.
Para os deputados do Bloco de Esquerda e do Partido Socialista não é bem assim.
Porquê? Porque, apesar de usarem de boa intenção – e delas está o inferno cheio – estão a ser discriminatórios quando fizeram aprovar uma lei que em matéria política obriga a que pelo menos 1/3 das listas seja representada por mulheres.
Porque é que a meu ver esta situação é profundamente injusta e ofensiva para as mulheres? Simples: numa sociedade em que as mulheres representam 52% da população dar-lhes um terço, como se fosse uma caridade e não um direito, é no mínimo dizer que elas não são tão competentes quanto os homens.
Quem já como eu trabalhou com mulheres sabe que, independentemente dos defeitos que têm umas com as outras, são de uma competência invejável.
E só há necessidade de criar leis proteccionistas quando a competitividade e competência são baixas, o que não é o caso, ou o machismo é alto... E sobre isso não me pronuncio.
De qualquer das formas vale a pena teorizar sobre a possível conspiração que uma lei assim representa: o homem está, tão somente, a assegurar a sua subsistência no futuro nos meandros da política. Ou então esta lei é a aceitação nua e crua de que, afinal, o mundo é mesmo das mulheres e todas as decisões que o homem toma na Assembleia da República resultam do cumprimento das instruções dadas de véspera pela sua companheira lá em casa. Ou fora dela!

Vá lá, e aqui para nós que ninguém nos ouve, estaremos nós homens dispostos a dar-lhes só um terço de outras coisas?

29 Comentário(s):

Anonymous Anónimo disse:

Grande JoãoZito Lopes,
Mai nada!!

Ah! só uma coisa, tambem tens razão nisto:

«o mundo é mesmo das mulheres e todas as decisões que o homem toma na Assembleia da República resultam do cumprimento das instruções dadas de véspera pela sua companheira lá em casa. Ou fora dela!»
Ehehehehe

BeijOcas

quarta-feira, 05 abril, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Há quem diga que atrás de um grande homem, há sempre uma grande mulher! Eu digo que é ao lado!
Um abraço amigo,
Daniela Mann

quarta-feira, 05 abril, 2006  
Blogger Era uma vez um Girassol disse:

Será um presente antecipado de Natal????
Concordo com a Daniela...!
Gostei muito deste texto...
Merecemos assim algum reconhecimento pelo empenho e entusiasmo, além da competência, com que desempenhamos as nossas funções.
Acho uma medida vergonhosa para as mulheres....Não concordo!
Bjs

quarta-feira, 05 abril, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Assim ná vale JoãoZito!!!
esta ultima frase não estava aqui antes:
«Vá lá, e aqui para nós que ninguém nos ouve, estaremos nós homens dispostos a dar-lhe só um terço de outras coisas?»

;-)

quarta-feira, 05 abril, 2006  
Blogger moon between golden stars disse:

Deixa-me abraçar a tua coragem... serão poucos os homens capazes de chegar a esta brilhante conclusão, quanto mais de torná-la pública...

jinhus grandes... muitos

quarta-feira, 05 abril, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

desculpa tua...para ná teres que falar do Simplex
lá no bloguito ;o)))))

quarta-feira, 05 abril, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Todos noZes detestamos burocracias...a questão é se aquilo tudo vai ser mesmo verdade...

PS-esta é moda nova...andarmos a responder no bloguito do outro ...ehehehehe

BeijOca ;-)

quinta-feira, 06 abril, 2006  
Blogger Agnelo Figueiredo disse:

Com estas "causas fracturantes" apenas conseguem menorizar as queridas das mulheres. Não há pachorra!!!

quinta-feira, 06 abril, 2006  
Blogger Belzebu disse:

Amigo JL,

Se verificares um post com alguns dias,até o inferno defendeu essa posição! Este inferno está sempre á ...frente!

Saudações diabólicas! ehehehe!

quinta-feira, 06 abril, 2006  
Blogger Fornense disse:

nao joao, noutras coisas nos tentamos dar-lhe 100%.. as vezes ate ultrapassamos as capacidades.. damos mesmo mais q 100%.. que seria de nós sem elas? :) era uma paneleiragem.. hehehe
agora a serio.. realmente se formos a ver elas quase nunca representam 1/3 das listas.. mas não está certo de todo.. isto não é igualdade..
cumprimentos fornenses..

quinta-feira, 06 abril, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Amigo João, não gostei e muito menos concordo.
Primeiro, a lei em causa apenas faz sentido para algumas elites políticas do PS e BE que oportunistamente (estão na AR e são, infelizmente, maioria) se "usurparam" do direito de determinar a “quantidade de participação” feminina na vida politica, como de resto já o referi num outro blog.

Segundo, as mulheres portuguesas não pediram que o tema tivesse honras de discussão parlamentar e muito menos reclamaram o referido tratamento. Que é tudo, menos proteccionista. Não me recordo de as ver a manifestarem-se, a protestarem ou a promoverem greves com essa finalidade!!!!

Terceiro, apenas legisla assim quem é incapaz de atacar a fonte do absentismo feminino e é incapz de legislar em matérias cruciais e, estas sim, há muito reclamadas pela sociedade em geral e pelas mulheres em particular, como sejam uma maior protecção na gravidez, na amamentação e maternidade, mais protecção social, maior apoio à família, mais meios de apoio e assistência aos filhos, idosos e doentes ou outros dependentes, a implementação de mais creches e jardins de infância com horários alargados e oferta da realização de actividades extracurriculares, a criação de mais equipamentos colectivos, melhores respostas às necessidades de ensino, etc, etc, etc.

Quarto, a resposta a estas e outras necessidades prementes das mulheres, e respectivo agregado familiar a seu cargo e cuidados, constituiria um sério e decisivo contributo para aumentar a disponibilidade, porque é disso que se trata - disponibilidade, das mulheres portuguesas e, consequentemente, libertá-las para uma vida partidária e politica activa.

Quinto, nem os homens quiseram assegurar a subsistência futura, nem o mundo é só das mulheres. Trata-se de uma lei que pretende ser um hino de humilhação às capacidades e competências das mulheres portuguesas. Acredito, por isso, que num futuro próximo possa vir a ser revogada, por padecer de inconstitucionalidade, na medida em que viola e contraria direitos fundamentais consagrados na nossa constituição.

Finalmente, faço um apelo às mulheres deste país: recusem ocupar lugares ou cargos que não decorram da vossa vontade pessoal e do mérito próprio.

Por último, caso não venha a ser revogada, NÃO ACEITEM INTEGRAR LISTAS PARTIDÁRIAS, e veremos como o PS e o BE resolve o imbróglio!!!

quinta-feira, 06 abril, 2006  
Blogger Unknown disse:

As cotas são as mulheres mais velhas?

Falta lá, na lei, uma referencia ao terceiro sexo, porque esses já têm mais cota do que os homens e as mulheres juntos....

Já agora qual é a diferença entre cotas e quotas (sem inventares).

Um abraço

quinta-feira, 06 abril, 2006  
Blogger José Miguel Marques disse:

podemos ver isto sobre outro prisma, sem querer defender o indefensável: é que até agora poucas ou nenhumas mulheres conseguiam o que lhes era devido por igualdade de seres humanos, um lugar no parlamento em condições iguais com os homens. porquê?porque em condições iguais de concorrência o chefe partidário preferia(e) o homem.
ora esta lei poderia (claro se não estivessemos a falar de Portugal) assegurar à partida que pelo menos 1/3 das listas eram de mulheres, o que traria um melhor perfume ao parlamento, pois havia mais flores naquela sala escura e cinzentona.
agora estamos em Portugal e obviamente que esta lei deverá ter alguma forma de não ser cumprida na integra, ou não ter qualquer tipo de sanção para o seu não cumprimento, pelo que será totalmente inocua (são meras hipotese pois ainda não li tal legislação, nem posso neste espaço pronunciar-me sobre tal matéria).
quanto ao resto de só dar um 1/3 não me pronuncio por não ser este o espaço para dizer uma asneirada, até pelo respeito que merecem as mulheres (em larga maioria) que frequentam este blogue

quinta-feira, 06 abril, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Desculpe-me o amigo JMM, mas está a misturar o trigo com o joio.

Uma coisa foi a luta tendente à consagração do direito à igualdade no exercício dos direitos cívicos e políticos sem discriminação em função do sexo, incluindo no acesso a cargos políticos.

Outra, bem diferente, é quererem impor-nos o exercício efectivo desses direitos, condicionar as nossas opções, impondo-nos que 1/3 de nós, mulheres portuguesas, será, voluntária ou involuntariamente, incluída nas listas eleitorais.
E se nós mulheres recusarmos? Não quisermos?

No acto da composição das listas assistiremos à persuasão desenfreada de mulheres, pelo simples facto de serem género feminino.
As que estiverem por iniciativa e vontade próprias, terão de aprender a lidar com a suspeição de que foi para preenchimento de quotas.

Haverá algo mais indigno do que ser convidada para integrar uma lista eleitoral só para fazer numero feminino?

quinta-feira, 06 abril, 2006  
Blogger rafaela disse:

Essa medida como tantas outras, que nos aparecem, sempre com ar paternalista na defesa das coitadinhas das mulheres que são discriminadas, são ainda mais discriminatórias.
Não é para aqui chamada, mas uma coisa que sempre me fez imensa confusão foi a história do serviço militar obrigatório, os homens têm, se não provarem por a + b que não são aptos, ou se não cumprirem uma série de quesitos de cumprir esse dever, as mulheres são a partida excluídas, porque? Para ficarem em casa a procriar, desculpem mas só posso pensar assim.
As mulheres, ou quase todas trabalham mais do que os homens, produzem mais das 9 as 18 porque sabem que depois disso têm de ir buscar as crianças a escola, de tratar de mais não sei quantas coisas, para que os homens, possam ficar até tarde.
É injusta e profundamente discriminatória, essa medida, as mulheres, se lhes fossem oferecidas as mesmas oportunidades que aos homens, sem feminismos, sem paternalismo, teriam o seu lugar em qualquer lado, sem necessidade desse 1/3.

quinta-feira, 06 abril, 2006  
Blogger José Miguel Marques disse:

asna, eu não defendi essa medida, acho bem que as mulheres estejam ondem mereçam estar, aliás medida que defendo para todos os seres humanos, devem estar nos lugares para os quais demonstram capacidade, trabalho e competência, e não pelo sexo. agora concerteza que a medida não ajuda, mas vai levar muito tempo para mudar a mentalidade dos portugueses também no que respeita ao lugar da mulher na sociedade.
agora não me parece que esta absurda lei vá impor a vontade a ninguém pois se as mulheres convidadas recusarem não há volta a dar, da mesma forma que se os homens não quiserem ir também ninguém os pode obrigar.
é óbvio, e por isso não defendo nem esta nem qualquer lei que imponha o respeito por determinados sectores, sejam eles minorias, maiorias ou empates, que esta lei não vai ter qualquer aplicação prática, e foi isso que deixei no meu texto, não misturei qualquer trigo com qualquer joio.
as mulheres são sempre bem vindas em qualquer lugar, em qualquer profissão.
ah, e já há partidos a convidar mulheres para integrarem as listas só para fazerem número, isso é público. não concordo com tal posição e cabe às mulheres convidadas recusarem, que era o que eu faria se estivesse nessa situação.

quinta-feira, 06 abril, 2006  
Blogger José Miguel Marques disse:

esclarecimento: imponha o respeito pela via obrigatória, do género tem de ser respeitado não por merecer ou ser ser humano, mas apenas e tão só porque um qualquer decreto o determina.
não acredito na imposição dos valores nem do respeito.que fique claro que não defendo nem o desrepeito, nem o abuso das minorias, sejam elas quais forem.

quinta-feira, 06 abril, 2006  
Blogger Al Cardoso disse:

Sou da opiniao que as mulheres quando decidirem, que se devem envolver na politica o faram bem e sem necessidade de cotas. Tambem tenho feito ouvir a minha voz, de que esse dia devia estar cada vez mais perto, seriamos muito melhor governados podem crer.

quinta-feira, 06 abril, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Obrigada amigo JMM pelo esclarecimento.
Tratam-se de liberdades individuais. E como tal só a elas (nós) pertencem.

quinta-feira, 06 abril, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Na política as amizades subrepõem-se às competências, o que quer dizer que, estes políticos estão na disposição de trocar alguns amigos por amigas.
Pode ser que aprendam algunas valores com elas.

quinta-feira, 06 abril, 2006  
Blogger Penélope disse:

Corajoso, serão poucos os homens capazes de admitir essa posição!
Para mim a ‘A lei das Quotas’/ ‘Da Paridade’ (que será aplicada nas legislativas, autárquicas e europeias, obrigando os partidos a candidatarem pelo menos 33,3% de mulheres, sendo rejeitadas as listas que não a cumprirem) é apenas um gesto de boa vontade, com o qual eu concordo (assim como concordo com a ‘Lei de Quotas’ aplicável nos E.U.A. a favor das pessoas não «caucasianas» - são gestos de boa vontade que abrem caminho a outras reformas estruturais).
Mulheres e homens têm exactamente as mesmas capacidades intelectuais, mas no sec. XXI poucas são as mulheres que ocupam lugares de topo ou de destaque no Governo, na Administração Pública, Empresas, etc, etc. Porque?
Não digo que exista preconceito ou excesso de machismos nesses locais, mas por experiência própria sei que temos de trabalhar e demonstrar o dobro do trabalho para ocupar os tais lugares cimeiros.
Esta lei, já o disse, é um mero gesto de boa vontade, não é uma «Lei proteccionista».
A igualdade de oportunidade entre os dois sexos passa por modificações estruturais, nomeadamente, maiores apoios sociais às mulheres.
Apesar de não concordar, gostei de ler este teu post.
Bjs,

Penélope

quinta-feira, 06 abril, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Em primeiro lugar quero dizer que quando fizeram a carta dos direitos do Homem, deveriam ter feito também a carta dos deveres do Homem, em segundo lugar, quero deixar a minha opiniao, ainda que breve sobre as mulheres nas lista, creio que as mulheres devem estar quer em numero quer em lugar de acordo com as suas competencias, não pelo simples facto de serem mulheres que devem estat em maior numero e em lugares de destaque, mas também defendo, por isso, que não devem ser descriminadas. O PS que surgiu com esta medida, também deveria dar o ex., normalmento no PS, as mulheres são sempre em menor numero, comparando com as listas dos outro partidos, ou existe agora algum lobby feminino no PS, que está a querer impor-se?

quinta-feira, 06 abril, 2006  
Blogger Zel disse:

Os bons profissionais, devem ser sempre defendidos sejam homens ou mulheres. Acredito no trabalho das mulheres pois ao longo da minha vida profissional, tenho conhecido muitas com um " M".

Nada deve imposto!!!! Pois aí estamos a tirar o "querer",

quinta-feira, 06 abril, 2006  
Blogger Eduardo Leal disse:

O meu Amigo João Lopes escolheu um tema muito interessante.
Eu entendo que a política deve ser exercida por quem dela gosta (e não por quem dela se quer servir), seja Homem ou Mulher.
Já votei numa mulher para Presidente da república e continuo a acreditar que teria cumprido muito bem esse papel, como pessoa e como cidadão Português.
Não votei nela por ser mulher, mas porque acredito que politicamente era uma pessoa muito interessante.
Não gosto de leis de quotas, apesar de as compreender em países atrasados.
Provavelmente é isso que somos.

De qualquer forma, nós Homens e as Mulheres não somos iguais!
Deveremos ser iguais em direitos e deveres de cidadania, mas, assumamos as diferenças!
Existem imensas áreas das nossas vidas em que somos mais ou menos masculinos, mais ou menos femininos.
Isso é saudável.

Não me obriguem por favor a ser 50% de cada coisa.
Para as minhas atitudes, prefiro a disparidade.

às vezes acordo virado para um lado, outras vezes não.

Terminando: A política pode ser exercida de muitas maneiras...
Em democracia deveremos sempre escolher as ideias, para além dos sexos, das cores, das "raças" e da religiões.

quinta-feira, 06 abril, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Olá João de mangualde :) pois é claro que sou absolutamente defensora do que disseste. Há uns tempos escrevi um texto sobre isso, tava ka neura lol Se às vezes não tiveres mais nada para fazer, :) deixo-te o link, bjs Manefta
http://manefta.blogs.sapo.pt/5499.html

quinta-feira, 06 abril, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Deveras um blog interessante (:

Vou "linkar" O-Observatório no meu... agora mesmo, já o devia ter feito, pois assim não me esquecerei de voltar cá.

Um abraço.

sexta-feira, 07 abril, 2006  
Blogger Alex disse:

É pouco e desnecessário. Eu e a grande maioria dos portugueses já demos às mulheres mais do que um terço da nossa confiança. Agora têm de ser as senhoras a fazer qualquer coisa, não acham?
Emancipem-se, insurjam-se… Se for necessário ponham os maridos a pão e água por eles não colaborarem. Revoltem-se, regateiem. À noite deixem a porcaria das novelas que nós estamos fartos de política e queremos ver a bola sff.
:-)
Se não forem boas no que fazem não se safam. Essa é que é essa…

sexta-feira, 07 abril, 2006  
Blogger Vica disse:

Essa lei já existe aqui. Não acho que é questão de menosprezar as mulheres, mas de tentar diminuir o machismo que ainda impera, firme e forte. Beijos.

sábado, 08 abril, 2006  
Blogger Bel disse:

Como tu próprio disseste pelo menos um terço etsão a exigir pelo menos um número minimo de governantes femininos que como ves não existe ainda. Eu pergunto te será que a maioria dos homens está disposto a dar esse terço?
Criticas essa porçao e tens tod a arazão sinceramente espero que nã teorizes apesas e ponha sem pratica. Acredito que sim afinal aho te sensato.

domingo, 09 abril, 2006  

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