O paradoxo
Para o Governo a idade activa de um cidadão tende, por razões de sustentabilidade do modelo de Segurança Social, a aumentar. A isto não é alheio, também, o facto de vivermos mais anos.
Para o sector empresarial privado, um cidadão com mais de 50 anos começa a entrar na fase decadente de produtividade e, por essa razão, óptimo para dispensar do serviço e reformar.
Há aqui, como está bom de ver, um paradoxo enorme e uma incompatibilidade entre a forma de agir do Estado, por um lado, e do sector privado, por outro. Repare-se que há, regra geral, uma faixa etária de cerca de quinze anos em que um indivíduo começa a ficar velho demais para o trabalho mas ainda muito novo para a reforma.
Não sei se este paradoxo existe noutras economias ou se é só na nossa. Lembro-me da história, que conheço razoavelmente bem, de um sujeito meu conterrâneo que vendo-se a braços com uma situação de desemprego e na casa dos 50 anos de idade, não conseguindo encontrar emprego por estas bandas decidiu emigrar. Em boa hora o fez pois encontrou trabalho logo nos primeiros dias na Suíça, país que o acolheu. Diz ele, hoje e com algum amargo de boca, que o país dele considerou-o inválido para o trabalho mas além fronteiras não só não lhe perguntaram a idade que tinha como valorizaram a sua experiência de vida como uma mais valia.
É estranho, não é?
19 Comentário(s):
Talvez mais estranho que isso seja que ao aumentares a idade activa está se a incentivar que um individuo de 20 anos vá para outro país, trabalhar em parceria com o de 50 anos. porque força de vontade, jovialidade, inovação, criatividade e experiencia é tudo o que um país inteligente deseja ter. Será Portugal um país dirigido por pessoas inteligentes?
Estranho não é? Mas nunca se sabe
Um beijo
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...... Passei por
......... Aqui e desejo uma boa semana
Beijos
Sabes JL, quando o meu patrão acordar um dia com a ideia de que eu já não sou útil vai pôr-me uns patins (espero que em linha), se nessa altura ainda não tiver idade para a reforma e já tiver o peso dos anos que não permitem entrar numa nova empresa ou me dedico a abrir a própria empresa (se o estado não me roubar a minha indemnização merecida) ou começo a gamar (se for para a choça alimenta-me)
O que mais me preocupa é a reforma que pago a políticos que nada fizeram para a merecer e ainda por cima continuam a trabalhar e recebem uma tensa.
O paradoxo é válido para todos os países se calhar nos é que habitamos numa pátria de serviços onde os reformados são os grandes activos que nos governam, como sabes para o ano vão ser gastos mais de sete milhões e 600 mil euros com pensões vitalícias para políticos. De acordo com o Correio da Manhã, há nesta altura 382 pessoas a receber essa compensação destinada a titulares de cargos políticos com um mínimo 12 anos de serviço
Um abraço
PS - Tu ainda tentaste...
Cenário de futuro: reformamo-nos aos 90, graças aos avanços da medicina. E morreremos aos 130 (esperança média de vida). Durante 40 anos estaremos sentados num terraço com as dimenões de um cubículo em frente ao mar, donde quase não sairemos, como a criança-robot do "Inteligência Artificial" auando fica no fundo do mar a contemplar uma estátua. A não-vida, portanto.
Concordo e subscrevo por inteiro as palavras reflectidas do Greensky.
Eu tenho para mim que um indivíduo, regra geral, deveria ter a capacidade de decidir quando é que se deveria retirar da vida activa. Partindo de algumas premissas, evidentemente. Teria de ter contribuído para a SS (!!!!!!!!!!!) por um período mínimo de 35 a 40 anos; já que os direitos adquiridos pelos portugueses foram mandados para as urtigas, então que se retirassem essas infames mordomias dos políticos e ficasem em pé de igualdade com os demais cidadãos.
Concordo que um indivíduo, consoante a actividade que possa desenvolver, tem um limite de idade a partir da qual deixa de ter capacidade e até motivação para rentabilizar o seu trabalho.
No entanto, uma coisa é certa: Se se pretende reformar o Estado, então que rompam os privilégios exorbitantes dos próprios mentores, auto designados para tal missão...Não é a aplicar reformas brutais nos direitos dos outros e a dizerem como Pilatos que, em relação aos direitos (deles) já adquiridos, por agora as coisas ficam assim, mas "somos reformistas e vamos fazer as reformas que forem nencessárias para endireitar este País."!?...
Que raio de paradoxo tão infantil!
Estão-nos a dar por parvos ou quê?
"...Estão-nos a dar por parvos ou quê?"
... não. Eu acho que "eles" são mas é umns grandes "analfabetos de cérebro".
... falta muito para as próximas eleições ou será que nem lá chegamos?
É que se o Povo resolve resolver o assunto na rua, não lhes dou lá muito tempo...
Um abraço ;)
Ai... eu não queria a Poesia "metida" nestas "contendas"... porque o coraçãozito dela é muito poético...
Assino a 100 % as palavras da minha "gémea"...
Abraço e boa semana ;)
(aproveito e deixo o endereço do meu "Refugio" de Inverno, se por lá quiseres passar...
http://roseiraldoamor.blogspot.com/
Bj ,)
Mas pensando melhor...que profissão tinha o teu amigo em Portugal e que profissão arranjou na Suiça?
são os dirigentes profissionais que temos....e mais nada!!!
na política, que fazem as leis;
no sector empresarial que pagam os salários;
nos cidadãos que escolhem o partido A ou o partido B e o ganhante governa de acordo com o seu programa eleitoral;
é o sistema de ensino caduco que temos e que promove a situação descrita....
é Portugal, no seu melhor
Abraço
RPM
Foi na Indústria Hoteleira, TSFM.
Resumindo,dentro de dez anos,como estará isto tudo?LGUÉM TERÁ UMA IDEIA?
...na Suiça; e aqui, também trabalhava na I Hoteleira?
Estou preocupada consigo.
Primeiro ausenta-se mais do que é habitual e, depois, quando regressa vem preocupado com a reforma?
Ó valha-me Deus, com essa cara laroca não pode, nem deve, pensar em reformas.
ehehehhe
Agora a sério, o paradoxo existe e a estratégia parece passar por reencaminhar, forçadamente, aquela geração para a iniciativa privada. Como são ainda novos para a reforma e não arranjam trabalho por conta de outrém, seja no sector público ou privado, acabam por arrojar-se no mercado por conta própria. Uns dão-se bem, outros nem por isso.
Voltarei com mais tempo para comentar o "post".
Passe pelo "aquidalgodres" tenho la algo para si.
Um abraco e ate breve.
Estranho e mas olhe que pelas bandas da minha residencia, tambem ja pensam duas vezes (ou mais) para dar trabalho (aqui nao se usa a palavra "emprego") a alguem na minha faixa etaria.
Um abraco de amizade.
Continuo a espera das "manias" ai ai...
Caro JL, também existe por aí muito boa gentinha que cá se considera inválido para "certos" trabalhos e que lá fora...
À pois é!
Abraço
Estava à espera do euromilhões para me reformar, mas népias.
É que nem uma estrelinha...
Estranho, injusto e muito ignorante, porque somos muitíssimo variados em saberes, competências, valores, hábitos, personalidade, agilidade, etc., e cada vez menos existe uma noção de "novo" ou "velho". O que existe é várias e sistemáticas formas de fazer com que "novos" e sintam "velhos"... Mas isso apenas porque há excesso de gente realmente "velha" (mesmo sendo novos)... Faço-me entender?
Em "Chronos" disserto um cadito sobre isso (nos comentários), embora numa óptica mais generalística. Seja como for, isso do desenvolvimento pessoal sem a noção existencial de envelhecimento, é o tema que privilegio por excelência, por isso ficava aqui a noite toda a conversar, se houvesse café! ;-)
Cinco estrelas!
Não podendo, deixo-te um abraço.
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