quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Gestão escolar

Foi hoje apresentada pelo PSD uma proposta na Assembleia da República defendendo mais autonomia para as escolas e que a direcção destas deve ser eleita também pelos pais dos alunos, visando um maior envolvimento e responsabilidade na gestão escolar. A proposta vai, no entanto, mais longe avançando que uma escola não tem que ser, necessariamente, dirigida por um professor.
Imediatamente, os sindicatos se pronunciaram contra na tentativa de defesa do seu filão, do seu queijo. Pressentem, com alguma razão, que alguém pode mexer no seu queijo. Não colhem, contudo, os argumentos de que a escola só deve ser gerida por professores, dizendo que são eles os maiores conhecedores da matéria. Ora, aqui convém fazer a distinção de duas coisas: uma é a gestão e direcção da escola; a outra é a orientação pedagógica. E assim, não se encontram inconvenientes em ter um director de uma escola que não seja professor porque estarão salvaguardadas, sempre, pelo conselho pedagógico as directrizes pedagógicas. Ressalve-se, também, que muitas escolas privadas deste país são geridas por não docentes. E têm os resultados que têm!
A proposta do PSD, à primeira vista, parece ser interessante. Não nos podemos, porém, esquecer o enquadramento em que ela surge: estamos em Portugal e não ficaria nada espantado se, no futuro, à sombra desta proposta surgissem mais uns quantos “tachistas” para o lugar de Director de Escola. Ainda que estes lugares sejam eleitos por professores e pais, todos sabemos muito bem que quanto menor o universo dos eleitores maior a possibilidade de manipulação e colocar, ainda que sob a égide da eleição, determinadas pessoas naqueles lugares.
Que não se trate de mais um presente envenenado para alunos, pais e professores!

21 Comentário(s):

Blogger Estrela do mar disse:

...uma lágrima minha que eu quero que se transforme num sorriso para te desejar uma boa noite...


Besitos

quinta-feira, 28 setembro, 2006  
Blogger RPM disse:

a proposta do PSD é tonta como todas as propostas que até hoje elaborou e que ajudou a tornar o ensino como está....

Como os médicos defendem o seu filão, os advogados a sua cadeira, os militares a sua espada, os pedreiros a sua pá de cimento....assim ops professores defendem a sua dama....

Por isso, amigo...! Têm razão...os sindicatos..

Agora, se colocar a questão de outra forma, eu vejo, como economista e professor que há vantagem de uma gestão escolar....isso vejo nos gastos....mas funcionário público tem regalias e vícios...

eu que me desindicalizei porque a acção dos sindicatos é apenas 'cobrir' os gastos dos dirigentes e defender propostas tontas, aceito e vejo vantagens de uma direcção profissional....

ah! e não foi o Governo Cavaco Silva que criou os célebres cursos de panela de pressão para dirigentes escolares??? Em Viseu o Prof Rui Santos (PS) era um grande entusiasta...

Abraço

RPM

quinta-feira, 28 setembro, 2006  
Blogger Lord of Erewhon disse:

Mais do mesmo, nada de novo.

sexta-feira, 29 setembro, 2006  
Blogger Al Cardoso disse:

Nao creio que o facto de as escolas serem dirigidas por um professor ou nao va fazer a grande diferenca.
O que creio e que devem ser geridas muito melhor, pelos fracos resultados que tem tido.

Vamos mas e lutar pela excelencia, deixando de contentar-nos com a mediocridade.

sexta-feira, 29 setembro, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Independentemente de quem gere, sejam professores, gestores ou até encarregados de educação (porque não?), o que interessa é que haja uma gestão eficiente, concensual e que dê os seus frutos.
Alguns destes cargos parecem vitalícios, não há rotatividade e isso conduz a alguns vícios que muitas vezes não são benéficos.
Enquanto continuarem a haver inspecções com pré-aviso e classificações a funcionários escondidas, haverão sempre desconfianças nas escolas em geral e nos professores e funcionários em particular.

sexta-feira, 29 setembro, 2006  
Blogger Rosalina Simão Nunes disse:

"Ressalve-se, também, que muitas escolas privadas deste país são geridas por não docentes."


muito sinceramente não acredito que quem tenha sucesso na gestão de uma escola, jamais tenha sido professor, de facto.

sensibilidades.

sexta-feira, 29 setembro, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Como habitué JoãoZito Lopes,
dás 'uma no cravo e outra na ferradura'...portanto acabas por dar algumas respostas que demonstram que este tipo de gestão escolar pode ser prejudicial ;-)

Já para não falar na ajuda que esta proposta representa, de uma vez por todas, na formação de escolas de elites
(quando querem que cada Pai/Mãe possa escolher à vontade a Escola onde pôr os seus filhos, sem ter em conta a freguesia onde habitam...)
Quem é que vai querer ir dar aulas para as escolas 'más'? Aliás, já hoje se põe esse problema em muitos sítios...

Beijinhos
;-)

sexta-feira, 29 setembro, 2006  
Blogger Eduardo Leal disse:

Meu Amigo João...

Até posso também acreditar que a gestão escolar não tenha que, necessariamente, ser feita por professores.

Mas que Deus nos proteja dos economistas (que imagino se estejam já a perfilar à porta do PSD e PS para ocupar os lugares).

è que eu acredito que, também na educação, existem outras lógicas para além do lucro.

Acredito mesmo!!!!!

sexta-feira, 29 setembro, 2006  
Blogger Eduardo Leal disse:

Olha lá, Amigo João, então e a nossa pena?!

sexta-feira, 29 setembro, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

e esses gestores também têm direito a automóveis, telemóveis e outras mordomias como nos hospitais?????

sábado, 30 setembro, 2006  
Blogger sattelite disse:

Não vejo nada de novo nesta proposta, hoje já existem escolas a serem geridas por não professores e que são públicas, senão vejamos o caso da ESFA, o engº Agnelo não é professor, é engenheiro, e há tanto tempo que está à frente do conselho executivo que já nem se deve lembrar das últimas aulas que deu.
Não quer dizer que a ESFA esteja mal gerida, é só para dar um exemplo de algo que não é novo, não vejo nada de benéfico nesta proposta...

sábado, 30 setembro, 2006  
Blogger Bel disse:

Relativamente ao comentário anterior, o sr engenheiro não é visto com certeza como engenheiro na escola e sim como professor, uma vez que foram essas as funções inicialmente que lhe devem ter sido incumbidas.
Nuinguém melhor que os professores para gerirem uma escola, uma vez que são eles que conhecem o contexto escolar como ninguém. Estou a defender a minha classe, talvez. Mas acima de tudo é uma questão de bom senso e uma mais valia. Ora um gestor é paenas um gestor olha friamente para os números, vê os alunos como despesa pública e encontra muitos cargos para os amigos. Um professor gestor para poder exercer essa função tem que obrigatoriamente possuir mestrado em administração escolar. Logo é professor e administrador. Conhece o contexto escolar, vive diariamente os problemas dos seus pares e alunos e claro alguns tambem arranjam lugar aos amigos.
Beijo e bom fim de semana

sábado, 30 setembro, 2006  
Blogger José Manuel Dias disse:

Gerir é alcançar resultados através das pessoas. A avaliar pelos números que são divulgados no sector da educação a gestão tem sido pouco eficiente. Donde se pode concluir que é preciso mudar. Penso que é já o que está a ser feito. Em muitos casos bem, noutros nem por isso. A gestão das escolas vai ter também que mudar. Veremos quando...Cada um deve fazer o que sabe fazer melhor. É suposto que dos professores se espera que ensinem e dos gestores que façam gestão, com rigor e prestando contas, a nível da comunidade e do Ministério, sobre o seu desempenho.
O futuro só pode ser melhor!
Cumprimentos

sábado, 30 setembro, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

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......d88888bd888b.
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.....888888P`Y8888P.
.....Y888888.....( , \_.
....,_Y88(.................)....*Passo para te ler...
....Y888888b.......__\..
.....“8“888P........(_.... para saber como estás...
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...........~;~~\~..... * Para te deixar um beijo
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..........|___|.|............ e desejo bom domingo!!!!
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«`“•.¸.♥ Nadir ♥ ¸.•“´»
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sábado, 30 setembro, 2006  
Blogger APC disse:

Um professor pode ser um mau gestor e um gestor também. Interessa que se estabeleçam objectivos e estratégias adequados e realizáveis, sustentados em auscultações democráticas e operacionalizados por equipas variadas, capazes e efectivamente motivadas e envolvidas.
Mas por que diabo tudo me cheira a utupia, do que me dizes, ao que nos dizem, ao que eu digo?...
Fui politóloga de formação; não sou hoje, de todo. O partidarismo tem de bom o dinamismo concorrencial que o leva a produzir ideias e acções, mas de mau tanta coisa que leva a cegá-los e a privilegiar o marqueting próprio hipócrita, despudorado e imoral que tudo condena!
Poderemos, alguma vez, ter educação de qualidade em Portugal, com mal-educados a zelarem por ela?
Um abraço.

domingo, 01 outubro, 2006  
Blogger Crónicas de Ariana disse:

Pelo que estou a ver isto vai-nos levar à medida dos Hospitais SA que agora são EPE, mas pouco mudou ou até mesmo nada!
O que interessam são os lucros e gestão de pessoal com critérios independentes de escola para escola.
Não concordo que se transformem as escolas em autênticas empresas.
Vamos lá ver... depois acontece como nos hospitais... sai o governo do PSD e entra o do PS e "automaticamente" mudam-se os gestores!!!! Depois haverá eleições... será tudo uma questão partidária, nisso acredito.

BJS :)

domingo, 01 outubro, 2006  
Blogger antonio disse:

Parece os gestores estão na moda e os professores também.
Não é por se ter um gestor numa instituiçao, neste caso numa escola que se obtêm melhores resultados. O sucesso escolar tem outras variantes muito mais importantes: a formação pedagógica e científica dos professores,as condições de trabalho dos profissionais de educação,as instalações,os alunos,a responsabilidade dos pais.Parece que toda a problemática da educação passa agora pelos professores, e esquecem-se factores importantíssimos como as capacidades do aluno, o seu meio cultural, social e económico, que condicionam toda a sua aprendizagem.É aí que também se devia investir. Mas isso implica gastar e agora só se pensa em economizar! É preciso semear para colher!

domingo, 01 outubro, 2006  
Blogger Alex disse:

Com "gestores" professores ou de outras formações as dificuldades de implementação de um sistema de gestão escolar eficaz vão ser sempre as mesmas.
Dentro ou fora do sistema escolar é tudo muito rígido e avesso à mudança. Sendo necessário impor mudanças, há sempre conflitos que ficam por resolver e se que arrastam, arrastam... Há sempre um atrito ou um grão de areia nas engrenagens. Se não é na escola e fora dela. Às vezes parece que nada funciona bem neste país.

Por exemplo na escola da minha filha só a partir de amanhã vai ser assegurado o tão anunciado prolongamento. E para que acontecesse (já amanhã) foi necessário tentar pôr uma série de cabeças em causa e no final ninguém irá ser responsabilizado por nada.
É triste ver que tão facilmente se esquece a verdadeira missão da escola.
Às vezes só me apetece emigrar…

Um abraço
(espero que a escola das tuas filhas esteja a funcionar bem)

terça-feira, 03 outubro, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

não tenham medo de gestores e muito menos de economistas
O problema está todo na avaliação. os gestores podem ser professores ou não. Devem é ser gestores. Para as questões pedagógicas existem outros órgãos que neste momento são abafados pelo gestor e que devem ter uma importância acrescida. Conselho pedagógico e assembleia de escola.
Por outro lado qual é o mal de economizar? Preferem gastar? Não acham que já se gasta dinheiro a mais?
A história da escolha das escolas. Hoje a escola não permite uma efectiva promoção social. No dia em que a escola promover e criar formas de premiar o mérito aí sim os mais desfavorecidos podem conseguir a desejada promoção. Uma escola igualitária como a nossa apenas condena os desfavorecidos a ficarem sempre desfavorecidos.
Tudo passa pela avaliação das escolas, avaliação dos professores, avaliação dos gestores, avaliação dos alunos. Avaliação com consequências é claro.

quarta-feira, 04 outubro, 2006  
Blogger Lúcio Balula Júnior disse:

Eu aqui tenho uma perspectiva um pouco diferente daquela que está exposta no “post”, nomeadamente no que toca a diferença entre gestão e direcção, e orientação pedagógica, pois para mim nenhum gestor para mim pode ser director, pois o director tem que ser um conhecedor de todas as matérias existentes numa escola e não apenas da área financeira, nesta ultima sim, defendo que se contrate alguém para lidar apenas, e só apenas para lidar com a questão financeira das escolas, para que possa existir uma contenção de despesas o que nem sempre acontece.

quarta-feira, 04 outubro, 2006  
Blogger António Almeida disse:

Caro João (permita-me esta familiaridade)
Não li os comentários anteriores e não contesto o que escreveu, no entanto, queria comentar só este "pedacinho da sua prosa":
"Ressalve-se, também, que muitas escolas privadas deste país são geridas por não docentes. E têm os resultados que têm!"
Que resultados?
Que comparação é possível estabelecer entre uma "escola de massas" onde, independentemente da sua vontade, coabitam alunos interessados e desinteressados, com outra em que os alunos andam lá porque querem/gostam?
Que comparação é possível estabelecer entre uma escola onde o ensino é gratuito e, como tal ao alcance de todos, com outra, onde a mensalidade atinge as centenas de euros (quando não chega ao milhar) limitando a sua frequência?
Boa noite e bom espectáculo (sabe que a Lúcia Moniz divide o papel e que as 7 crianças são... 21?)

sexta-feira, 06 outubro, 2006  

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