sexta-feira, 6 de janeiro de 2006

Campanhas e IRS

Despertou-me a atenção, hoje, a notícia que narrava o facto de os donativos particulares e empresariais para financiamento partidário ou de campanhas eleitorais, não serem dedutíveis em sede de IRS ou IRC.
Eu pergunto: E deviam? Gostava de ouvir uma boa razão para tal. E, já agora, que me expliquem, ainda, a razão pela qual um depósito a prazo, constituído com o propósito de aquisição de habitação própria ou beneficiação da mesma, não pode, já, ser usado para abatimento fiscal.
No meu ponto de vista, o financiamento dos partidos e das campanhas deve sair única e exclusivamente do Orçamento Geral do Estado.
Parece-me bem que sejamos nós, todos os contribuintes, a financiar a democracia.
Até porque é obrigação do Estado tratar todos os cidadãos de forma equitativa, garantindo a igualdade de oportunidades. Aos particulares não. Financiam, muitas vezes ou quase sempre, em função das sondagens e de interesses.

27 Comentário(s):

Anonymous Anónimo disse:

também concordo que nunca o financiamento particular para campanhas ou partidos politicos tivesse qualquer tipo de beneficio fiscal, até porque só dá quem quer e em geral os grandes politicos conseguem sempre subvençoes do estado para a sua campanha.
o problemas das campanhas está em decidir de uma vez por todas se o dinheiro deve vir apenas do OGE ou se deve ser misto ou ainda apenas e só de particulares.Uma vez que a nossa mentalidade, politica e sociedade não está ao nível dos EUA penso que, por uma questão de clareza e de definição de regras, o financiamento das campanhas deveria vir apenas e tão só do OGE, mas com regras bem delineadas, o que não sei se será possível.
Quando à questão das contas poupança habitação estou de acordo com a medida que retirou os beneficios fiscais a tal poupança até porque os motivos históricos, sociais e económicos que estiveram subjacentes à sua implementação estão há muito ultrapassados. Não se argumente que, assim, não se dá hipóteses aos jovens de adquirir casas, o que é falso, até porque os bancos souberam reagir a essa medida e ofereceram outros produtos bem competitivos. Por outro lado, há que pensar que talvez dessa forma muitos jovens não se endividiram e se não compraram casa arrendaram uma, se calhar até melhor do que a que comprariam e por um preço inferior. O que é importante n
ao é este ou aquele beneficio fiscal, o importante é que os existentes sejam claros, transparentes e objectivos.
concordo por isso que se dê beneficio fiscal à poupança reforma, como forma alternativa à reforma pela segurança social e ia até mais longe ao dar a possibilidade de o trabalhador escolher descontar para a segurança social ou para um fundo que ele obrigatoriamente constituiria para a sua reforma, de todo ou seja o que ele descontava para a Seg. Social ia para esse fundo ou conta poupança de onde lhe seria paga depois a reforma. A ver vamos onde isto vai parar. Por mim vou olhar pelos meus beneficios, pois os outros já andam de olho nos deles

sexta-feira, 06 janeiro, 2006  
Blogger segurademim disse:

será que se eu der ao meu candidato eleito um raminho de salsa ele o valoriza num leilão???

BJ ;)

sexta-feira, 06 janeiro, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Gostei da imagem da nota, será possivel fazer uma encomenda de algumas para mim? Depois seria so imprimir, é que algumas davam-me imenso jeito ;) Fico a espera:)
Abraço

sexta-feira, 06 janeiro, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

"Sei que pareço um ladrão
mas há muitos que eu conheço
que, sem parecer o que são,
são aquilo que eu pareço."

sexta-feira, 06 janeiro, 2006  
Blogger Al Cardoso disse:

Embora concorde que os financiamentos das campanhas deveriam ser pagos exclusivamente pelo estado (somos nos nao somos?) nao creio que nos devamos preocupar quem contruiu e, com quanto para cada candidato.
Porque ganha o que tiver mais votos e nao o que angariar mais dinheiro, embora possa coincidir uma coisa com a outra.

FELIZ DIA DOS REIS.

sexta-feira, 06 janeiro, 2006  
Blogger Eduardo Leal disse:

A mim parece-me que os financiamentos de empresas para campanhas eleitorais, sendo permitidos, deveriam ser sobretaxados.
A pergunta que se deve fazer é se esses financiamentos não esperam conseguir uma colagem aos candidatos eleitos.
Se não é assim e são apenas uma legítima vontade dos donos das empresas, como cidadãos, de ver eleito o candidato que acham mais capaz, então esses donativos, sendo sobretaxados, contariam como donativos do dono da empresa e não da empresa em si.

Quanto aos donativos de cada um de nós, eles são a prova de que uma campanha custa muito dinheiro (porque efectivamente assim é) e que um candidato para fazer passar uma mensagem não se pode contentar apenas com tempos de antena.

Claro que a mim me preocupa saber quem financia o quê.
Até porque se descobrir que o Belmiro de Azevedo financia o candidato que eu apoio, desconfiarei naturalmente.
Se descobrir que alguns dos cidadãos ligados a negócios menos claros financiam o candidato que apoio... também desconfio.

É estranho é um dos candidatos não querer ver esses nomes divulgados.
Aplica-se o princípio de que quem não deve não teme.

sexta-feira, 06 janeiro, 2006  
Blogger Blogexiste disse:

Concordo plenamente com Eduardo Leal. Apenas uma questão de transparência. Se não há nada a esconder...

sexta-feira, 06 janeiro, 2006  
Blogger Que Bem Cheira A Maresia disse:

Em suma, continua meio mundo a enganar o outro meio.

Bom fim de semana

Beijoka da Lina

sexta-feira, 06 janeiro, 2006  
Blogger Zel disse:

Há um ditado popular que diz que quando a esmola é grande ..........até o pobre desconfia!!!

sexta-feira, 06 janeiro, 2006  
Blogger Neoarqueo disse:

De uma maneira ou de outra há-de haver sempre campanhas e consequentemente financiamentos quer estatais quer de particulares. Controlar quem é que paga ou quem é que dá? è assim tão importante? è por isso que se volkta a qualquer estadio anti-dmocrático ou menos transparente? As coisas estão num plano que já não é assim tão linearmente que funcionam. Até porque existem alguns empresários que financiam mais que uma campanha, assim ganhe quem ganhar eles estão sempre com o poder. Já fiz algumas campanhas autárquicas e sei do que estou a falar.

sexta-feira, 06 janeiro, 2006  
Blogger nunofigueiredo disse:

Então boa noite.
Não percebo a importância de saber quem são os financiadores da campanha eleitoral.
Entendo que deveria ser OGE a financiar em valores iguais para todos, independentemente do número de votos que se supõe virem a ter.

Percebo a questão posta.

Mas no meu entendimento não existe relação entre o discurso proposto e os financiadores, isto é, normalmente o discurso dos candidatos vai no sentido de serem tomadas medidas que levem ás pretensões dos financiadores.E acho que pelo menos nestas eleições não existe essa situação.

Confesso que desconhecia o benefício fiscal existente nesta matéria, e discordo totalmente. Nem tem qualquer sentido.

Ainda se lembram que houve aumentos em tudo menos nos salários?
Pois! Nem uma semana demorou

sexta-feira, 06 janeiro, 2006  
Blogger Unknown disse:

Quem quer tachos, a meu ver, tem que os comprar, como nós fazemos.
Ninguém ajuda ninguém!!!! Nem mesmo esses parasitas... (políticos profissionais ou amadores) só nos martirizam e prejudicam.
Ora bolas se ainda temos que lhes dar dinheiro, deveria era abater no nosso IRS.

sábado, 07 janeiro, 2006  
Blogger Agnelo Figueiredo disse:

Que horror!
Eu gostava que fosse exactamente ao contrário: nem 1 (um) chavo do OGE para os partidos.
Nem para os partidos, nem para muitas outras coisas que não deviam ser da competência do Estado.
Para mim, quanto "menos" Estado, melhor!

sábado, 07 janeiro, 2006  
Blogger Eduardo Leal disse:

essa do menos estado tem graça... acho que vou escrever sobre isso lá no blog.

então se o estado somos nós devremos ser menos nós?!

sábado, 07 janeiro, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Pessoalmente, não concordo que o Estado, não confundir com a Nação, financie as campanhas eleitorais,
Eu que nem gosto dos EUA, acho que eles têm razão neste campo, "cada qual marcha com o seu exercito".
É só fazer umas contas e vejam quanto poupariamos só nas presidênciais.
Quanto ao financiamento por particulares, cada um dá o que quer, ou o que pode. Tudo devidamente documentado a coisa seria muito melhor.

sábado, 07 janeiro, 2006  
Blogger Crónicas de Ariana disse:

Claro que não concordo que houvesse deduções para donativos para as campanhas!
Existem tantos parâmetros que não são dedutíveis no IRS dos contribuintes e que de certo eram mais necessários!

sábado, 07 janeiro, 2006  
Blogger Unknown disse:

Eu acho que tens razão...
mas financiar a democracia??? vivemos em democracia?? eu começo a ter muitas duvidas João se vivemos em democracia, em democracia quando dizem para apertares o cinto todos apertam. mas por cá até o primeiro ministro vai para a melhor e mais cara estancia de sky... mas enfim... é o pais que temos. acho que ´~ao me apetece financiar nada quero um rei imediatamente...

abraço.

sábado, 07 janeiro, 2006  
Blogger sattelite disse:

Mas porque raio é que os donativos para as campanhas deveriam ser dedutiveis??? Essa ideia peregrina deve ter saido de um qualquer politico iluminado que espera poder obter ainda mais regalias e encher mais os bolsos. Todas as campanhas deveriam ter um orçamento limitado, concedido pelo governo e de igual valor para todos sem excepções. Deveria haver investigação da judiciária a todas as contas dos partidos para que a democracia fosse o mais transparente possivel...

sábado, 07 janeiro, 2006  
Blogger Alberto Oliveira disse:

Como já foi frisado atrás, necessita-se pelo menos de transparência. Também aí, o cidadão tem direito ao esclarecimento... a menos que se esteja nas tintas, o que me parece ser uma forma enequívoca de se divorciar da coisa política. Quem esconde os seus financiadores para a campanha tem qualquer peso na consciência...

No entanto, o melhor testemunho que aqui li e que demonstra linearmente como se faz política em Portugal, é aquele que refere que "empresários há, que financiam campanhas de mais que um candidato" (uma espécie de tripla...) e assim nunca perdem ocasião de dar uma dentadinha na saborosa democracia que temos e de oportunidades?! para alguns. Eu também sei do que estou a falar...

sábado, 07 janeiro, 2006  
Blogger Alberto Oliveira disse:

... inequívoca e não enequívoca.

sábado, 07 janeiro, 2006  
Blogger Agnelo Figueiredo disse:

Parece-me que há por aqui quem esteja convencido que DEMOCRACIA é um sinónimo de IGUALDADE.
Mas não é!

Agora para o Eduardo:
Gira essa do "Estado somos nós"...

sábado, 07 janeiro, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Merci lá pelos comments. Deixei lá resposta no blogito :D
Beijitos

sábado, 07 janeiro, 2006  
Blogger Su disse:

"Até porque é obrigação do Estado tratar todos os cidadãos de forma equitativa, garantindo a igualdade de oportunidades"...
ops andas acreditando no pai natal:)))
jocas maradas

sábado, 07 janeiro, 2006  
Blogger Nina disse:

Passei para te deixar um beijinho e desejar BFS :)

sábado, 07 janeiro, 2006  
Blogger Cristiano Contreiras disse:

Simples cotidiano nosso de sempre...da vida...da realidade.

sábado, 07 janeiro, 2006  
Blogger Unknown disse:

Finalmente estamos de acordo. Eu também acho que para as eleições deveria haver um valor no orçamento de estado, esse valor era dividido equitativamente pelo número de candidatos, mas isso é só no país das maravilhas.
Quanto ás Poupança-habitação, penso que deveria continuar a ser possível abater o seu valor em sede de IRS, uma vez que a poupança é fundamental para a economia de um país, e quem poupa merece ser recompensado.

Um abraço

domingo, 08 janeiro, 2006  
Blogger Al Cardoso disse:

Pois haja amor e, fundamentalmente muita amizade.

segunda-feira, 09 janeiro, 2006  

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