terça-feira, 3 de janeiro de 2006

Neologismos bacocos

Fiquei absolutamente obtuso. E fico sempre que ouço estes disparates.
Se fosse só uma vez de vez em quando. Mas não. Até parece de propósito. Quase todos os dias ouço o mesmo disparate. E dito pelos mais altos dignitários da nação. Pior: pelos próprios que deveriam pugnar para que esse disparate fosse banido porque, sendo do seu “metier “ e dito por altos profissionais, macula toda a classe.
Ainda não há meia hora que, a propósito da morte desse grande repórter de seu nome Cáceres Monteiro, se dizia que “foi um grande vulto da Imprensa Escrita”. Digam-me: mas há imprensa falada? Sei que há quem o diga, também. Mas diz mal. Muito mal. Mas também sei que, para evitar estes erros de palmatória, em vez de o corrigirem até à exaustão optaram pelo mais fácil – “se não podes vencê-los...” – de tal modo que alguns dicionários já admitem essa expressão.
No entanto, hão-de reparar, que só os jornalistas que gostam de “armar ao fino” é que a usam. Os de craveira evitam-na.
É que, meus amigos, ou é impressa e, por esta óbvia razão, é escrita, ou é falada e trata-se de um órgão de comunicação social falado ou, inglesando, de um “media”.

24 Comentário(s):

Anonymous Anónimo disse:

Oi João!Vim para avisar que a menina passarinho cresceu e virou uma garota cheia de bossa!Aparece lá no meu novo espaço tá?Um abração pra vc!

terça-feira, 03 janeiro, 2006  
Blogger Blogexiste disse:

E com isto, apanhou-me completamente de surpresa esta notícia da mporte de Cáceres Monteiro. Lamentavelmente a morte é tão natural como a vida... essa é que é a verdadeira chatice. Foi de facto uma enorme perda.

terça-feira, 03 janeiro, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Estes jornalistas da nova vaga são uns pretensiosos cheios de peneiras.

Tentam esconder nos gestos corporais algumas das baboseiras que dizem.

Estou a lembrar-me do jornal das 20 horas da TVI e da jornalista que actualmente o apresenta, tiques não lhe faltam! Será que na faculdade têm uma cadeira de tiques? Se têm deve ter passado com distinção.

Bom, a humildade dos "velhinhos" está a entrar em vias de extinção.

terça-feira, 03 janeiro, 2006  
Blogger Agnelo Figueiredo disse:

É escrita, claro. Mais do que escrita, é "impressa". Os ingleses até usam o termo "press".
Embora hoje, com os jornais "on line", o conceito se torne mais lato.

quarta-feira, 04 janeiro, 2006  
Blogger Unknown disse:

Prefiro a designação imprensa, mesmo na falada. Os “média” , “press”, aqui pior a emenda que o soneto. Gostaria que me explicassem o significado destes dois termos … bem, estaria aqui a discutir o sexo dos anjos.

O que é certo e correcto dizer, actualmente, é imprensa escrita e falada, como também é designado da mesma forma, os jornalistas. “ Lugar reservado para a imprensa”.

Tudo isto não tem relação possível com os jornalistas novos ou mais velhos, porque se existe outra designação, então que se use … não, não existe melhor forma ou forma mais correcta de dizer …

Quanto aos dicionários, pois é a referencia que fazem é essa, meu caro desígnios da nossa língua materna, se eu pudesse, acredita que bania muito mais rápido certos estrangeirismos e outros que para mim são bué de foleiros.

Abraços

quarta-feira, 04 janeiro, 2006  
Blogger sattelite disse:

Isto de se discutir se é escrita ou falada ou, mais recentemente, teclada, não traz nenhum contributo para a imprensa. Concordo com o terreiro, vale mais utilizar termos da nossa língua do que tentar utilizar estrangeirismos que em nada enriquecem o nosso belo portugês...
Lamento a morte de um belo jornalista, cuja crónica na revista "visão", me dava prazer de ler...

quarta-feira, 04 janeiro, 2006  
Blogger Eduardo Leal disse:

eu por acaso gosto da expressão "comunicação social".
É nossa e é abrangente, falada, escrita, via rádio, televisão ou jornal...

Depois poderemos ter vários tipos de comunicação social... do mais "pimba" ao mais sério.

Quanto ao termo Media, parece-me que não se trata propriamente de um neologismo.
É um termo usado em Português em palavras da família, tipo "mediatização", "mediático" que não tenho a certeza de serem de facto neologismos.

De qualquer forma, continuo a preferir a comunicação social...

quarta-feira, 04 janeiro, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Atão aqui vai, imprenso e escrito:

Olá João Lopes,

Merci lá pelo commentário mas
como tinha dito,
ando em mudanças de casita por isso, ainda não instalei o computer na nova casa...mas está para breve.

See you soon :D

quarta-feira, 04 janeiro, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

há JL.
Imprensa escrita pode parecer um pleonasmo, mas não é a palavra imprensa já adquiriu um significado que vai para lá do gutenberg... Mas sobre isso eu escrevo mais logo que agora não tenho tempo.

O erro do jornalista foi o tecnicismo...

quarta-feira, 04 janeiro, 2006  
Blogger Sofia disse:

Nem mais, João! Estou completamente de acordo. É caso para dizer que há coisas que fazem imensa impressão... :)

quarta-feira, 04 janeiro, 2006  
Blogger Alex disse:

A língua está viva e o que interessa é que a gente se entenda.
A globalização é uma realidade e o mundo está cada vez mais pequeno.
Estrangeirismos, neologismos e uma linguagem mais tecnicista irão marcar pontos e imprimir alterações no nosso léxico. Mesmo sem querermos, havemos de aglutina-los na nossa língua de Camões.
É a dinâmica da linguagem. Só espero é que com o passar do tempo não se comece a falar espanhol por cá. :-)
Bom Ano

quarta-feira, 04 janeiro, 2006  
Blogger Neoarqueo disse:

Como vês, JL, não vale a pena ficares obtuso.

quarta-feira, 04 janeiro, 2006  
Blogger Que Bem Cheira A Maresia disse:

Lol, eu fico piursa!

Em 2006, o melhor para ti!

beijos da Lina/Mar Revolto

quarta-feira, 04 janeiro, 2006  
Blogger Nina disse:

Hoje recomeço com as minhas visitas...desculpa a minha ausencia...deixo um beijinho cheio de amizade neste inicio de ano :)

quarta-feira, 04 janeiro, 2006  
Blogger Eduardo Leal disse:

Achei muito giro o comentário do Alex, a fazer a apologia da globalização linguística (Deus nos livre) e a terminar com um voto de protesto contra a globalização ibérica.

Então deveremos começar por falar a linguagem dos vizinhos poderosos (leia-se USA) em vez da dos nossos Pais ou irmãos?

Quanto à força dos estrangeirismos, ela não se pode conter mas deve ser sempre enquadrada. Um Povo culto é o Povo que fala a sua língua e que se serve dela para afirmar a sua identidade. É ainda mais culto, quando conhece a língua dos outros e com isso os compreende.

Não precisa no entanto de fazer um "mix" linguístico... de perder a sua "identity"... de esquecer as "roots"... and so on...

quarta-feira, 04 janeiro, 2006  
Blogger Agnelo Figueiredo disse:

Bom post, este último do Eduardo!

quinta-feira, 05 janeiro, 2006  
Blogger Alex disse:

Eduardo Leal o JL querer mostrar no “post” que não há cuidado com a forma como são utilizados os alguns neologismos. Concordo plenamente, mas eu também poderia escrever “artigo” em vez de “post”.
Não tenho pudor nenhum em utilizar termos (usa) - até porque os há também franceses, italianos, chineses, japoneses, etc... E por que é que não havemos de chamar a isto um blog? Vamos “gastar o latim” para quê? Vamos fazer como os espanhóis (por exemplo) que inventam palavras próprias para tudo, dobram e traduzem tudo?...
Por isso afirmei “esperar não se começar a falar espanhol por cá com o passar do tempo”. Sobretudo, quando a notícia dos “media” do dia é sobre mais uma investida económica de uma empresa espanhola a um sector estratégico nacional.

Costuma-se dizer: quando um espanhol fala o português geralmente entende, mas muito raramente se verifica no inverso.

Bom Ano

quinta-feira, 05 janeiro, 2006  
Blogger Alberto Oliveira disse:

É verdade que imprensa só pode ser escrita. Também não é menos verdade que não é de hoje a designação de Os lugares da Imprensa num qualquer evento, referem-se aos jornalistas da escrita e da oralidade. Isto quer dizer também das incorrecções gramaticais se renova?!
o idioma.
Será por acaso que a cadeira de Português é uma das que maior problemas de aproveitamento tem?

quinta-feira, 05 janeiro, 2006  
Blogger Eduardo Leal disse:

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

sexta-feira, 06 janeiro, 2006  
Blogger Eduardo Leal disse:

A cadeira de Português tem pouco aproveitamento porque é assim que um povo pobre trata a sua cultura: no esgravatanço.
Não esqueçam que tivemos 48 anos de política determinada ao embrutecimento do povo.
Lembram-se da frase "ignorantes para obedecer"?
Como é evidente isso deixou marcas indeléveis em várias gerações.
Há muitos, mas mesmo muitos Portugueses que mantêm como leitura única os jornais desportivos, onde, por infeliz "coincidência" abundam os "neologismos" e as "liberdade" linguísticas.
Tenho Amigos que se orgulham de nunca terem lido um livro.
Conheço pessoas que desenvolveram um jeito especial para o inglês por causa das dificuldades em acompanhar as legendas.
Este é o estado da Nação.

É verdade que as linguas evoluem.
É verdade que o que há muito tempo era errado hoje pode ser Português correcto.

Mas também é verdade que custa ver a nossa língua Mãe, a tal que o Poeta dizia ser a Pátria, ser tão mal tratada.

sexta-feira, 06 janeiro, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Vejam também este disparate.
Refiro-me á ultima convocatória da assembleia Municipal de Mangualde.
" Aprovação e Votação de .... "
Mas que coisa é esta ?
Não deveria Ser Discussão, e Votação ?, Aprovação logo se verá!
Aconselho o Sr. Dr. Orfão a ler umas coisas acerca de Assembleias.

sexta-feira, 06 janeiro, 2006  
Blogger Maria Manuel disse:

Muito bem observado.

Estou de volta!
Bj

terça-feira, 10 janeiro, 2006  
Blogger Zica Cabral disse:

tens toda a razão, infelizmente, porém não é só esse erro que fazem os jornalistas...................são milhentos.
Será que não andaram na escola os coitados???????
Bem resta dizer-te que não é só aí, aqui em Inglaterra tb há uns quantos ridiculos que gostam de se armar ao pingatrelho e depois sai asneira da grossa
beijinhos e bom Ano de 2006
Zica

sábado, 14 janeiro, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Excellent, love it! ambien

terça-feira, 06 fevereiro, 2007  

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