Menos festa... mais música!
A fina flor da “high society” lisboeta ficou revoltadíssima com o corte orçamental que o governo fez ao Centro Cultural de Belém impedindo, desta forma, a realização da Festa da Música, sendo este evento substituído por outro de menor dimensão e custo e, provavelmente, menor grandiosidade e impacto junto dos “protestantes”.
É sempre “in” e “bem” frequentar este tipo de espectáculos, mesmo que sejam uma grande seca, porque as revistas cor de rosa estão lá todas e se não quisermos passar por pindéricos o melhor mesmo é marcarmos presença.
Vai daí e na ausência de orçamento tão elevado, “aqui d’el rei” que a cultura deste país está de rastos e a ser muito mal tratada.
Bom, impõe-se aqui uma pequena reflexão sobre o assunto.
1 – Se a Festa da Música é, de facto, um evento tão importante como quer fazer crer a “high society” por que razão não aparecem mecenas que suportem os seus custos? Diga-se, em abono da verdade, que estes apoios dos grupos económicos estão previstos e regulamentados e são altamente dedutivos nos seus impostos;
2 – Por que razão eu, um simples cidadão da plebe, tenho que contribuir para esta festa tão chique que mais não serve do que os interesses daqueles que poucos impostos pagam mas, por contraste, figuram sempre nos sítios mais caros do país?
3 – Por que razão não fica escandalizada a “fina flor” com o corte orçamental que sofreram as minhas gentes - por via do aumento da carga fiscal, do preço dos combustíveis e custo de vida - impedindo-as de patrocinar as festas do povo cá do burgo? Ou não será, também, de cultura que aqui se fala? Ademais, festas são coisa que não falta por esse país fora, de norte a sul, de leste a oeste.
12 Comentário(s):
É assim mesmo!
Eu sou lisboeta e concordo com o que dizes, claro.
Nunca fui nem faço questão de ir a este tipo de Festas do 'Jet Oito'...Eheheehe!
Beijinhos
............♥
...........***
..........*****
.........*Bom*
........***Fim***
......*****De*****
.....***Semana***
....****************
...******************
..********************
..........****
..........****
..........****
....(`“•.¸ ¸.•“´)
.....♥ Nadir ♥ .
....(¸.•“´ `“•.¸)
Ora aqui está mais uma medida louvável.
Ora ainda bem que já saíste da sala de chuto :-), assunto sobre o qual não queria concordar contigo, mas tb não me apetecia explicar a discordância... Aqui não há que ver: é como dizes! Ou não fosse eu do Norte e não estivesse fartiiiinha de pagar pra tudo acontecer só, somente e unicamente em Lixbôa...!
Para a referida "fina flor", Portugal continua a ser so Lisboa e o resto e paisagem!
corte orçamental apoiado pelo actual director do CCB.
o que mostra que se calhar a pessoa foi bem indicada para o cargo.
a ver vamos se não é apenas fogo de vista, espero que não.
um abraço
Cuidado, JL, não te metas com o culturalmente correcto, pá. Eles é que sabem.
Por ter dito muito menos do que aqui dizes fui tratado abaixo de cão.
Estando estabelecida a directa relação entre a aprendizagem da música e a matemática, masis valia que aqueles gigantescos orçamentos dos ultimos anos fossem distribuídos pelas filarmónicas para os jovens aprenderem música.
Para a Maria Manuel: eu sou afectivamente do norte, pois sou sócio do fcp, mas essa história do norte estar sempre a pagar para o sul, tem que se lhe diga.
Acho que com a casa da música o norte está vingado no desperdício de dinheiros públicos para os próximos 20 anos.
O i o ai!
Ñ deixo de te dar toda a razão!
Bom semana!
João, admiro a forma como analisas o dia a dia. Saudades de ti.
E não, não me esqueço.
Um feliz Natal para ti.
Não te esqueças de fazer um brinde a todos nós, se desejarmos o melhor a todos os amigos que caminham por cá, quem sabe os nossos desejos se concretizem aos poucos.
Boa sorte para ti, para os teus, e um Natal Feliz. BEIJO
Porra para a conversa.
É sempre uma tristeza que se justifiquem este tipo de comentários quando se fala de acontecimentos culturais. O evento pode ser considerado de interesse cultural? Podemos parametrizar (ou justificar) o interesse do que aí se vai passar enquanto acontecimento?
Se tivermos de condenar um algo deste tipo não seria muito coerente utilizar argumentos plenos de ressentimento social.
A teoria do faz-se em Lisboa quem paga são os do norte é de bocejar. A primeira vez que ouvi esse primor deve ter sido quando se discutia as portagens da ponte sobre o Tejo. Depois disso já tivemos de suportar a meia-capital 2001 da cultura e um "metropolitano" quem em Coimbra se chamaria Troley e em Lisboa “eléctrico” além de uma casa da música muito sub-orçamentada. Nessa altura não me apercebi que dirigentes de futebol de Lisboa ou ex-dirigentes autárquios no desemprego da Capital, aparecessem a vociferar impropérios e outras imbecilidades primárias contra o deboche de se gastar do erário tanta “massa” do contribuinte para compensar o ego ou os complexos de frustrados eternos pretendentes ao trono da Capital.. Também ninguém em Almada se levantou para propor um controle na Ponte 25 de Abril à passagem dos gringos do norte a caminho do Algarve para descansarem do IMENSO trabalho que,sabemos, caracteriza os povos do norte (especialmente os suecos....).
Numa altura em que os dedos das mãos não chegam para contar a quantidade de desesperados grupos de intelectuais que defendem as mais diversas minorias, não devíamos incluir o Jet Set entre as espécies protegidas?
Pessoalmente frequento alguns espectáculos do CCB apesar de não morar sequer no distrito de Lisboa. Mas também frequento O Coliseu e outras salas. Se vou atraído por um espectáculo não me preocupa se vou estar sozinho na sala a ouvir Pat Metheny a tocar “zero tolerance for silence” ou qual a quantidade de pessoas que me vai fazer companhia na aventura, ou ainda quantas almas vão estar a favor ou contra. Preocupo-me sim (ou mesmo só) se vou conseguir pagar o preço da entrada.
As verdadeiras preocupações de ordem económica não podem ser entendidas ou defendidas por burocratas mangas de alpaca gordinhos e engravatados a parirem discursos hilariantes para gáudio dos amigos, através dos meios de comunicação da moda. Da mesma forma que o incrível Sócrates não pode encher o coiro à nossa custa comendo e bebendo do melhor enquanto destina as privações aos contribuintes sem opções.
Encontramo-nos na missa de Domingo quando formos tomar a bênção.
Apenas dois comentários:
1 - "High Society" não é uma revista com miúdas lá dentro?
2 - A Festa da Música não era a tal que permitia ao povo ver os espectáculos a que só acede a fina flor?
Abraço.
Enviar um comentário
<< Home