sexta-feira, 3 de fevereiro de 2006

Retoma: IRC ou dispensas?

Um economista da reputada consultora americana Ernest & Young, aponta como caminho mais ajustado à retoma da economia portuguesa a isenção do IRC nas empresas que invistam o resultado dos seus lucros.
Faz sentido, sobretudo se pensarmos que investimento gera investimento e, consequentemente, riqueza. E riqueza gera crescimento económico. E crescimento económico gera emprego. E emprego gera riqueza. E por aí adiante.
A grande questão que se coloca, para mim, é que, estando nós em Portugal, que métodos e formas se aplicariam para supervisionar uma medida que, à nossa boa maneira, poderia dar em esquemas de fuga? Bom, como se nós precisássemos de isenção de IRC para fugir aos impostos...
Em todo o caso uma medida assim, já usada em países do Norte da Europa e dos Estados Unidos com resultados comprovados, no nosso país garantiria, com toda a certeza, a diminuição ou ablação da fuga aos impostos. Se não se cobra não há fuga.
Já Miguel Cadilhe aponta um caminho diferente: dispensar, por via da rescisão amigável, 200 mil funcionários públicos que teimam em consumir as receitas e agravar as despesas do Estado. Para Cadilhe a diminuição da despesa pública equilibra as finanças do Estado, por um lado, e por outro liberta activos para investimentos.
Qual dos dois terá razão? Talvez nenhum. Talvez os dois.

Como diz um amigo meu: os economistas passam metade do ano a prever o que vai acontecer à economia e a outra metade a justificar o que falhou nas suas previsões.

22 Comentário(s):

Blogger José Miguel Marques disse:

se calhar mais do que dispensar seja quem for e para o que for (quer para o olho da rua, quer de pagar impostos), seria mais importante fornecer meios adequados a que os funcionários públicos fizessem de forma adequada o seu trabalho (dou dois exemplos de locais onde não se deveria trabalhar: a repartição de finanças de MAngualde e o Tribunal Judicial de Castelo Branco).depois de serem dadas as condições de trabalho (dever que incumbe ao empregador nos termos do código do trabalho) então exigir-se aos mesmos, sejam públicos ou privados, que desempenhem da melhor maneiro possivel a sua profissão, sejam responsáveis, responsabilizantes e responsabilizados.
agora querer obter omoletes sem dar os ovos, a taça para os bater e o instrumento de bater é um bocado dificil.
a isenção de IRC já se aplicou ou aplica em parte quando se investem os lucros. não vai tão longe e não dá a isenção total, mas ou acontece ou aconteceu, ou pelo menos foi falado.agora é uma boa ideia, mas a fuga ao cumprimento legal de determinadas regras e normas é uma instituição antiga em Portugal que só com a mudança de mentalidade vai ser arredada da nossa sociedade.e essa fuga é tão maior quando os exemplos vêm de cima (o banco de Portugal vende ouro há mais de 4 anos consecutivos mas ninguém sabe para quê e há bem pouco tempo esbanjou dinheiro em automóveis de luxo). se os exemplos de cima são de fuga, como querem que os debaixo não tenham as mesmas expectativas, não somos todos iguais?ou há uns mais iguais do que outros.

sexta-feira, 03 fevereiro, 2006  
Blogger Zel disse:

Por cada decisão feita, antes de a lei ser aprovada, já estão as medidas e plano de evasão planificadas, pois a nossa classe empresarial é perita neste tipo de acções.

Quanto ao Miguel Cadilhe, eu até acho que o homem estará a ser modesto.

Deviam ser mais que duas "medidas", para este paraíso, pois pelos carros que nos cruzamos diariamente, qual crise, qual problema!!!!

Grande abraço

sexta-feira, 03 fevereiro, 2006  
Blogger Alberto Oliveira disse:

O último parágrafo do post "tirou-me o pão da boca"... como agora se diz em gíria futebolística.

A engenharia financeira não gera productividade porque... nada produz. Um dia destes, são mais os analistas (financeiros, políticos, de cinema, televisão, desportivos... que os outros...

sexta-feira, 03 fevereiro, 2006  
Blogger Neoarqueo disse:

Penso, se é que sobre Economia eu penso alguam coisa, que a fusão, a aplicação das duas medidas seria o ideal. Por um lado Cadilhe está a propôr a solução para as Finaças públicas, por outro lado a E & Young está a propor o investimento privado. Atente-se que o não pagamento o IRC ao estado não iria causar falha na receita, pois esta seria duplamente compensada, por um lado com o plano Cadilhe, e por outro pelo investimento financeiro/crescimento económico. Como já tive ocasião de reefrir num post algures por aí, penso que no teu blog, é à custa do investimento nacional e não das empresas estrangeiras que Portgual pode definitivamente avançar.

sexta-feira, 03 fevereiro, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

A dispensa de obrigações por parte do Estado nunca pode trazer nada de saudável. Não é dispensando 200mil pessoas que se vai equilibrar as finanças de um Estado. Quanto ao imposto, penso que no nosso país não iria resultar. Como dizes, ainda haveria mais gente a fugir às despesas. Mas isso creio, que parte tudo de uma situação económica dificil que atravessamos, que nos impuseram (para guardar o dinheiro, que existe na mesma, só para alguns...)
Fora as excepções, das pessoas que sempre existem, em todo o lado, corruptas, ninguem deixava de contribuir para o desenvolvimento do seu país, se não estivesse aflito sem dinheiro para o dia-a-dia.

sexta-feira, 03 fevereiro, 2006  
Blogger Que Bem Cheira A Maresia disse:

Concordo em absoluto com o teu amigo :).

Agora passa sff lá em casa que tem lá uma coisita para ti e eu espero que aceites, topas topas ;)

Beijokas da Lina

sexta-feira, 03 fevereiro, 2006  
Blogger Silêncios disse:

Vim actualizar-me um pouco...e agora vou pensar em tudo o que disseste ( já expliquei que nestas coisas, sou lerdita!)
Para já, deixo-te um abraço

sexta-feira, 03 fevereiro, 2006  
Blogger segurademim disse:

Se os 200 mil funcionários públicos a dispensar forem de entre os eleitos - parlamentares (230), governamentais (X) e autárquicos (4300 freguesias e 305 câmaras), completamente de acordo que as receitas do estado não seriam tão "queimadas" como o são.

é que não é só os seus honorários que devem contar mas tb as "baldas", "mordomias" e "benesses" que distribuem para "comprar" votos...

agora se os cortes forem "cegos" e em médicos, professores e outros profissionais que contribuem para o bom funcionamento do estado, estamos mal!

em síntese, os maiores gastadores são os que têm o poder do corte - ora bolas!!!!

façam um inquérito aos portugueses perguntando-lhes o que é que a sua junta de freguesia faz por eles, um referendo se querem o TGV ou a OTA...

mas como gerem o país sem perguntar nada a ninguém, apenas querem a participação do povo para os eleger e depois é o divórcio!

quanto ao IRC, choca-me que os bancos tenham 40% de lucros e apesar disso empurrem os s/ trabalhadores para reformas indesejadas e antecipadas que o estado - todos nós - é que tem que pagar...

logo, concordo com o cadilhe os empresários não devem ser dispensados de pagar!

Vamos mas é exigir que se governe convenientemente e se defendam os recursos e interesses do país, como um todo, em condições, ora essa!!!

Beijo, bom fim-de-semana

sábado, 04 fevereiro, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

João Lopes,

Beijitos e Bom fim de semana :-)

(afinal só amanhã devo poder voltar. Mas volto!) ;-)

sábado, 04 fevereiro, 2006  
Blogger Neoarqueo disse:

è só para dizer que o meu blog deve estar com algum problema de auto-afirmação.

sábado, 04 fevereiro, 2006  
Blogger Su disse:

há sempre fugas......
já agora não ganhei o euromilhoes:)))

jocas maradas

sábado, 04 fevereiro, 2006  
Blogger Aladdin Sane disse:

Sou totalmente pelas rescisões amigáveis. Daquelas em que depois vamos todos juntos tomar um café (os que saem e os que ficam), depois combina-se uma futebolada no Domingo de manhã, a seguir vamos todos a um bar com karaoke beber uns copos e dizer umas graçolas espirituosas (quase tanto como as bebidas) e deseja-se felicidades a todos. E na semana seguinte trocam-se os papéis... "Olá senhor Coutinho, agora é a sua vez de rescindir amigavelmente connosco!" Ao que este responde: "Vão mas é ler o relatório da tal consultora norte-americana. Olhem que ela é reputada!" "Ah, ah, ah.. Este Coutinho tem tanto sentido de humor!" "Eu cá não gosto da troca de papéis. Vejam, vou meter os meus na trituradora. Aaaahhhhhh, os meus dedos!" "Este Coutinho, sempre com manobras de diversão! Bem, até logo - e as melhoras!"

sábado, 04 fevereiro, 2006  
Blogger Bird disse:

Não respondo: pergunto.

O que fazem 200 mil funcionários públicos no desemprego?
Quem paga?
Nunca fui funcionária pública e embora tenha consciência do parasitismo que aí impera, não se pode agora desatar a pôr gente na rua sem se saber quem paga e sobretudo não ter primeiro assumido que o estado desta economia se deve a vários factores e as responsabilidades são de todos. O Estado somos nós e o Governo são pessoas como nós, mais esclarecidas ou não, mas no limite somos também nós.
Por isso pergunto: antes de qualquer decisão (que alguma terão de tomar) porque não analisar, explicar trnasmitir?
Como sempre tu, tão actual, incisivo.

Po isso te agradeço, como também o teu último comment. No entanto e estranhamente agora que queria ver o outro teu blog, dou-me conta que o teu comment desapareceu!
Envia de novo o contacto por favor
Beijo para ti

domingo, 05 fevereiro, 2006  
Blogger vero disse:

Um beijinho grande p ti!!!
***
Bom Domingo...

domingo, 05 fevereiro, 2006  
Blogger Agnelo Figueiredo disse:

Há muitos anos que defendo que as empresas não devem pagar impostos.
Os impostos devem ser pagos pelos cidadãos. Se a empresa reinveste, óptimo. Se a empresa distribui, pagam os sócios/acionistas.
Vem a propósito referir que sou contra a taxação do rendimento, seja ele pessoal ou colectivo. O que deveria ser taxado era o património. Menos possibilidades de fuga - o património vê-se e é sempre propriedade de alguém. De resto, de uma forma ou de outra, o rendimento acaba sempre por se transformar em património, independemente de quem o venha a adquirir.
O mais grave é que num sistema estatista como o nosso, tudo é taxado - rendimento e património. E apesar disso, não chega para a despesa!!!

domingo, 05 fevereiro, 2006  
Blogger Bel disse:

Sabemos que muitas das empresas que abandonaram Prtugal e foram investir em outros países foi em grand parte porque se acabram as regalias dos primeiros 10 anos que lhe foram atribuidas.

Sim riqueza gera riqueza é pena que ainda seja sempre para os mesmos.

domingo, 05 fevereiro, 2006  
Blogger Nina disse:

Passei para te deixar um beijinho e desejar uma boa semana de trabalho :)

segunda-feira, 06 fevereiro, 2006  
Blogger Crepúsculo Maria da Graça Oliveira Gomes disse:

Pois mas digo-te que se não fizerem nada para ajudar a haver investimento neste país podes crer que nada melhora, seja da forma que for é preciso que os senhores do dinheiro percam o medo e comecem a investir caso contrário nada vai melhorar te garanto. Bj

segunda-feira, 06 fevereiro, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

João Lopes, lanço-lhe o seguinte desafio:
Fale, faça um post do Ali-Babá e os 40 Ladrões.

segunda-feira, 06 fevereiro, 2006  
Blogger Mónica disse:

Só de pensar a trabalheira que dá andar de volta dos papéis até desanimo!!!!

Burucracias é o que é! ou melhor BURROCRACIAS...

Boa semana, a minha não começou nada bem, mas tenho a certeza que vai terminar melhor.

:)

segunda-feira, 06 fevereiro, 2006  
Blogger Nothingandall disse:

Devia-se era acabar pura e simplesmente com o IRC (imposto sobre pessoas colectivas) e tributar isso sim a remuneração das fontes ou factores de produção individuais : isto é os salários, os juros, as rendas e os dividendos e de modo mais igualitário. Tudo o resto é tributação cumulativa. Veriam a dinâmica que tal solução traria à economia e no fundo o nível de receitas fiscais não baixaria: quer pelo nível de crescimento macroeconómico que se atingiria quer porque esses factores de produção passariam a ser melhor remunerados. Quando muito podia-se agravar o contributo das empresas para o sistema de segurança social de modo a torná-lo mais autosustentável, por alargamento da sua base de incidencia aos outros factores de produção (que não exclusivamente os salários) . Mas IRC não! É uma tributação cumulativa.

sexta-feira, 17 fevereiro, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

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quinta-feira, 26 abril, 2007  

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