quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

Galhetas e galheteiros

Soube há pouco, através do telejornal, que alguns dos candidatos presidenciais tinham sido brindados com galheteiros. Tudo muda. Costuma dizer um amigo meu que "até a surda, muda". Há vinte anos davam galhetas. Hoje dão galheteiros. O que darão daqui a vinte anos?
Mas junto a minha voz à voz dos oferecedores de galheteiros. Quem fez a lei merecia umas valentes galhetas e quem a quer fazer cumprir, também.
Tudo se proíbe, a bem da saúde pública. E tudo, ou quase tudo, por cá se cumpre. Cumpre-se o que se não devia. Não se cumpre o que era imperioso cumprir. Em pleno coração de Paris ainda se faz uma feira típica onde os comerciantes expõem a carne e o peixe à moda antiga. Por cá, quem quis continuar o negócio pelas feiras teve que adquirir talhos ambulantes. Talvez a Europa não seja a mesma. Na verdade, sempre ouvi falar numa Europa a duas velocidades.
Vai um caldo verde com um "olho" de azeite do puro, servido em galheteiro?

24 Comentário(s):

Blogger Eduardo Leal disse:

João,
Também eu, hoje, ouvi as mesmas notícias e de imediato me ocorreu que no que toca a proibir somos um país bem rápido.
O mesmo que proibe a confecção de alheiras de Mirandela artesanais, que proibe a tradicional matança do porco, agora a utilização dos galheteiros para servir o azeite.

O problema é que é preciso legitimar o consumo de plástico para fazer os pacotinhos para o azeite e, simultâneamente permitir o desperdício de muitos litros de azeite das sobras de cada pacote.

O Porco não pode ser morto à facada, porque é preferível transportá-lo a granel em veículos deploráveis até ao matadouro.

As pobres das alheiras têm que ser produzidas industrialmente de forma a dar força à globalização dos enchidos.

E temos o exemplo da fruta normalizada... Meu Deus!??
Mas até a desgraçada da fruta tem que ser normal, certinha e arrumável, parametrizável!?

Não! Esta não é a Europa que eu defendo.

Defendo a Europa do cidadão. Dos direitos, liberdades e garantias, da solidariedade...

Mas isso, só por si, dava um post!

quinta-feira, 19 janeiro, 2006  
Blogger Neoarqueo disse:

Definitivamente, JL, não afinamos. Ora aqui está mais uma opinião com a qual só estou "quase" de acordo contigo.
1º , Viva o Galheteiro à moda antiga, dado que é um objecto cultural.Aqui estamos de acordo. Mas...eu penso que o que o esteve na génese do retirada do galheteiro foi evitar que o restaurante "enfiasse" no galheteiro qualquer tipo de azeite, daquele que de azeite só tem o nome, e consequentemente uma preocupação com a súde pública.É que nós todos sabemos como é o Tuga, gosta muito de ganhar dinheiro fáci e depressa e faz tudo para isso. Enfiar um gatinho por lebre é uma especialidade "nossa", digamos que nos está na massa do sangue. Ressalvo as excepções honrosas. Assim, com as garrafas é mais difícil adulterar o conteúdo, dado que estas vêm com um gargalo idêntico às garrafas de Wisky. Lembram-se do tempo em que as garrafas do Wisky eram tipo bica aberta? Era só "Sacavém" lá dentro. Era o que acontecia com o azeite.Com esta medida salvaguarda-se este tipo de "invenções". Assim sendo concordo com a lei e com a retirada.

quinta-feira, 19 janeiro, 2006  
Blogger Unknown disse:

Estou de acordo com o TSFM, mas penso que os nossos superiores governantes não estão preocupados com a nossa saúde. O objectivo da maioria das novas leis que têm visto luz na tão nobre Assembleia da Republica, visam, acima de tudo, sacar dinheiro ao povo. Esta serve para não se vender azeite caseiro, olha o tio fisco a falhar um miserável imposto a um pobre agricultor. Não vale a pena falar de alambiques e outras actividades clássicas que sob a falsa assa protectora da saúde publica vão acabando porque são tributadas como actividades de alto rendimento.
Eu sei proteger-me, se não gosto do azeite do restaurante x vou a y. Até a colher de pau fugiu da cozinha, será que é cunha das colheres de plástico? Nos vivemos no pais da cunha com governantes a tratarem-nos como crianças e a fazerem tudo para o nosso bem, vamos lá ver como é o aumento da mesada...

um abraço

quinta-feira, 19 janeiro, 2006  
Blogger José Miguel Marques disse:

quanto ao caldo verde oferecido, venha um tigela com umas rodelinhas de chouriça aqui para a mesa do centro.
quanto à questão dos galheteiros, penso (melhor quero acreditar) que tal tem a ver com a defesa em 1.º lugar da nossa saúde pública e em 2.º lugar com a defesa do nosso ouro, o nosso azeite.
quantos de nós não foi já a um restaurante chic e quando se serviu do azeite, este em vez de vir amarelo escuro, para o esverdeado, mais parecia transparente e com sabor estranho. era motivo de desconfiança.
como a nossa sociedade só sobrevive com base no principio da confinança, confio que tal lei teve como base estas intenções.

quinta-feira, 19 janeiro, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Bem...eu confiançã enfim já não consigo ter e tb já me falta o interesse, pk sofro de falta de pachorra, é uma guerra para a qual não tenho hipoteses e nem me vou desgastar...não será de todo inteligente da minha parte, até pk a união faz a força e tal, mas cada um para aquilo que nasce e para aquilo que gosta de se dedicar ..
Fora isso...esta lei dos galheteiros, de facto tem as duas perspectivas, como já foi dito em cima...acho que era escusado...tanta coisa para se preocuparem, mas enfim que percebo eu disto. lol

quinta-feira, 19 janeiro, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

definitivamente, eu gosto de gente, amigos que pensam, e, que me fazem pensar :-)

....eh pá, estou em falta, para contigo. Já publicaste tanto aqui, e não comentei nada. Mas sabes que venho aqui na mesma. sem lamechices, faalmos off record :-) se o entenderes, claro!

Volto nnpo meu melhor, qd der para isso :-P
beijos

quinta-feira, 19 janeiro, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

tchiiiii....agora é que eu vi...como o grande Eduardo Lel diz, o meu teclado anada com problemas....LOLLLL

quinta-feira, 19 janeiro, 2006  
Blogger Alex disse:

Vai um caldo verde?
Claro que sim... Mas que seja regado com bom azeite e não com óleo Castrol GTX3 (10/40) ou outro qualquer. Esses dão uma velocidade aos intestinos. São sintéticos ou semi-sintético. Jesus...
Apesar de achar que esta legislação é exagerada a segurança alimentar é importante. Isto porque há sempre gente sem escrúpulos, que só pensa em enriquecer com trafulhices e de preferência sem pagar um “tusto” de impostos.
Mas, para combater estas práticas, deve-se fiscalizar e analisar os azeites, as manteigas, azeitonas, etc... e respectivas papeladas. Deve-se recolher amostras e fazer análises às coisas e penalizar quem faz “moscambilha” (como diz o Jef da Abrunhosa do Mato). Não é só andar a contar as baratas da cozinha (por m2), franzir o sobrolho ou piscar o olho ao proprietário.
Isto vai ser mais um negócio, tal como foi o das palas das rodas dos automóveis.
Um abraço.

quinta-feira, 19 janeiro, 2006  
Blogger segurademim disse:

Estou triste! deixamos que nos condicionem os gestos ancestrais, a nossa cultura os nossos hábitos genuínos e identificadores ... onde vamos parar deixando que nos "expoliem" daquilo que nos pertence...

Como vencer esta ditadura da homogeneização?

Beijo

quinta-feira, 19 janeiro, 2006  
Blogger Alberto Oliveira disse:

Nos grandes centros urbanos os produtos da terra chegam à mesa, não se sabendo da origem. Se o cliente não tem o gosto mais apurado e a recordação da cor do azeite sem batota, é ludibriado sem apelo nem agravo. Sabendo eu que a necessidade?! de ganhar dinheiro fácil é cada vez maior, que o desprezo pela saúde pública é tanto que não é por acaso que no século XXI ainda oiço dizer em ar trocista que "o que não mata engorda", defendo intransigentemente que se deva legislar, se fiscalize (o que me parece mais difícil...)e se multe severamente quem é trafulha e faça passar por parvo quem é vigarizado.

É natural que nem toda a restauração tenha práticas fraudulentas. Mas o que dizer dos protestos imediatos (quase que em coro) da obrigatoriedade de passar facturas aos consumidores de refeições? Assim, é fácil ter um negócio... onde o que se "transacionava" não se declarava ao fisco. Pode ser que haja uma Europa a duas velocidades, mas a velocidade da nossa exigência, ainda anda a... vapor. Para quê o TVG?!

quinta-feira, 19 janeiro, 2006  
Blogger Vica disse:

Hmmm, este teu post me fez pensar no azeite de oliva Português e em bolinhos de bacalhau. Aqui em Porto Alegre tem um restaurante Português que tem uns bolinhos divinos! E sou viciada em azeite de oliva. Política e comida combinam, pelo menos aqui no Brasil, costumam dizer que "tudo acaba em pizza"! beijos

quinta-feira, 19 janeiro, 2006  
Blogger BlueShell disse:

Nós somos assim...nada a fazer!

quinta-feira, 19 janeiro, 2006  
Blogger Blogexiste disse:

POis é, os Franceses ainda hoje se passeiam de bicicleta com a "baguete" debaixo do sovaco!!!
Enfim, há uma vantagem: o cavalheiro que tinha a fábrica de "ensacar" azeite safou-se da falência.

quinta-feira, 19 janeiro, 2006  
Blogger Eduardo Leal disse:

Eu insisto.
Preferia uma fiscalização eficiente aos "marteleiros" com penas pesadas para os infractores.
Mas gostaria de poder continuar a usar os galheteiros.
Entre outras coisas, custa-me ver as lixairas cheias de plásticos absolutamente desnecessários.

quinta-feira, 19 janeiro, 2006  
Blogger Nina disse:

Olha k se for esse galheteiro é bem giro :p

Beijinhos :)

quinta-feira, 19 janeiro, 2006  
Blogger Silêncios disse:

Gostei do trocadilho (galhetas...galheteiros)
fica um abraço

quinta-feira, 19 janeiro, 2006  
Blogger Unknown disse:

O truque vai ser o mesmo das garrafas de Whisky! … Seringa cheia e deitar lá para dentro… o Tuga é tramado.

Estou de acordo com esta medida, além de fazer, o que entender na minha casa e na casa dos meus amigos, com ou sem galheteiro.
Aqui o que é importante sublinhar é a necessidade urgente de o consumidor saber o que está a comer, nada mais!
Se no resto da Europa não é assim, então Portugal está na frente.

Mas se não concordam, podem pedir nesse restaurante o galheteiro antigo, sim aquele cheio de “ranço”, sim, sim, aquele azeite que já está no garrafão, faz muitos anos, esse azeite tão antigo tão antigo, que para chegar à mesa tem que ser oleado …

Reparem, este post pelo menos fez com que vários comentadores estivessem de acordo e outros contra, vamos lá saber porquê?


Umas "Galhetas" também para ti!

sexta-feira, 20 janeiro, 2006  
Blogger Crepúsculo Maria da Graça Oliveira Gomes disse:

Ora meu amigo, Portugal é o país das leis, dos papeis da bagunça, onde para teres uma assinatura tens de correr 6 ou sete repartições, pobre país nas mas de quem ele caíu,oa partidos politicos fazem-me lembrar os novos ricos, embora esses(os novos ricos) ainda tenham o dinheiro. bj

sexta-feira, 20 janeiro, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Eu também seria adepto de fiscalizações surpresa e rigorosas.
Os mesmos fiscais poderiam efectuar vários tipos de fiscalização.
Por exemplo num almoço, sem se identificarem, os fiscais poderiam atestar a qualidade do serviço, a qualidade da comida, a higiene dos utensílios, a higiene da sala, a higiene na cozinha, a emissão ou não de factura ou venda a dinheiro, etc.
Coisas simples mas que contribuiriam para melhorar muitos aspectos.
Mas também se sabe que, cada vez mais, há pessoas que se vendem por cinco tostões ou por um almoço, pelas mesmas razões que entra droga nas cadeias.
Por este facto, não sou totalmente contra esta lei que agora foi posta em prática. Pelo menos os recipientes têm rótulo.

sexta-feira, 20 janeiro, 2006  
Blogger maresia disse:

Deixa cá ver se eu percebi bem...
galhetas, galheteiros...
panelas... p... não, não, não vou descambar!

sexta-feira, 20 janeiro, 2006  
Blogger Su disse:

gostei de ler-te
jocas maradas

sexta-feira, 20 janeiro, 2006  
Blogger Mónica disse:

Para começar queria agradecer as simpáticas palavras semeadas no meu cantinho, muito obrigado.

Agora vamos aos galheteiros do texto.

O azeite eo vinagre nunca se separam, mas também nunca se misturam, quererá isto dizer alguma coisa?

Agora com a oferta dos galheteiros o que eu acho é que anda por aí muitos lobos vestidos de cordeiros.

Concordo com todo o texto, será por ser do mesmo signo ou porque não há outra realidade em que acreditar?

Bom fds

:)

sexta-feira, 20 janeiro, 2006  
Blogger moon between golden stars disse:

Que galheteiro tão giro...
E que sorriso tão mágico!!!!

sexta-feira, 20 janeiro, 2006  
Blogger AnaCristina disse:

Tudo começou numa só gotinha...
Vamos ver a açorda que dá...

Bom fim de semana

sábado, 21 janeiro, 2006  

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