Ó Brigada...
Cinquenta milhões de euros é o valor que o Estado já arrecadou provindos das multas por infracções ao código da estrada. Trata-se, simultaneamente, de um valor exagerado e abusivamente baixo. Parece uma antítese, mas não é. Na verdade o exagero resulta da actuação excessivamente autoritária e pouco pedagógica das forças da BT. Por outro lado reconheço que o valor é baixo se considerarmos o número de condutores que, possuindo licença de condução, não tem formação cívica para andar na estrada.
Não resisto a contar dois pequenos episódios sobre a actuação da Brigada de Trânsito que têm tanto de caricato como de hilariante:
Ontem, num troço do ainda IP5 – um daqueles troços onde não se consta que tenha havido qualquer acidente nestes 20 anos de estrada da morte – estava um carro estacionado, de cor preta, na berma da estrada. Lá dentro uma máquina de fotografar (leia-se medidor de velocidade) num dos bancos. No outro um agente que dormia. Lindo se ser ver!
Há tempos uma amiga minha teve um problema com o carro na mesma estrada. O motor foi-se! (Histórias de mulheres? Não, que conheço homens que já fizeram o mesmo). Parou na berma da estrada e pouco depois parou um motard perguntando se precisava de ajuda. Cavalheiro, – outro fosse eu – ficou por ali a fazer companhia esperando que o reboque viesse. E rezava para que demorasse – outro fosse eu. Não tardou parou uma Brigada e um dos agentes, mais rápido que a própria sombra, sacou do bloco e perguntou: “de quem é a mota”? Atónito (não era o nome do rapaz), o motard identificou-se e foi-lhe passada uma multa porque a chapa de matrícula não cumpria todas as normas. Parece que o tamanho não satisfazia… Depois de ter passado essa, ainda passou outra porque a morada da carta não coincidia com a do BI. Até aqui tudo bem, não fora o facto do desgraçado ter dado uma de “bom samaritano” para ajudar quem precisava de ajuda. Posto isto os senhores agentes meteram-se no carro e nem “água vai” à donzela em apuros. Devem ter pensado que estavam os dois ali no engate. À falta de melhor sítio...
Podem não acreditar. Mas eu acreditei. E há mais, mas por hoje bastam estas!
12 Comentário(s):
Episódios destes acontecem mais vezes do que deveriam. Infelizmente estes senhores quando acabam os seus cursos esquecem normalmente a acção pedagógica e humanitária que deveriam ter. P.A.
BOm relembrei que em Torres Novas na epóca natalicia a brigada de trânsito resolveu mandar parar vários automobilistas que multava por sairem do carro, por sua ordem, sem colete reflector.
Depois dessa, não ligarem à donzela em apuros, outra fosse eu, parece - me absolutamente natural.
beijo
e quando essas se gastarem...se for preciso, eu também tenho uma "mão cheia" delas.
Vindo de GNR's, acredito em tudo!
Nao haja duvidas que os nossos agentes, tem que levar umas boas licoes de civismo e de bom senco tambem.
Bom fim de semana Joao.
Claro que acredito, até acho tipico! Não me espanta absolutamente nada!
Olha, um dia destes, um pouco mais à frente de onde está o tal carro, ia uma viatura à minha frente e um agente mandou-o entrar para o parque, vai daí manda-me também a mim e eu já à rasca lá fui. Estacionei e para meu espanto ninguém me ligou nenhuma. Fiquei por ali, a vê-los a entrar e a sair, carros que vinham e que depois de multados lá regressavam à estrada e eu nada. Passou 20 minutos e eu comecei a ponderar se não seria melhor perguntar, mas ao mesmo tempo com medo de que se o fizesse ainda arranjavam alguma por onde pegar. Até que tive de me decidir e fui perguntar a um agente que por ali andava ignorando-me por completo. Expliquei-lhe o que se estava a passar ao que ele me diz: "Então e o senhor vinha com as luzes apagadas ou acesas?" Eu (que por acaso até vinha com elas ligadas) disse que sim. Então o Agente diz: "Sendo assim, deve ter sido algum engano", e que me podia ir embora!
Vá lá, nem foi muito mau, mas lá se foram quase 30 minutos da minha tarde.
Tenho pena que aqui pela capital a polícia de trânsito ande tão ausente. Há 12 anos que conduzo e nem uma vez a polícia me mandou parar.
Há muita gente sem seguro, carta, inspecções, etc... é uma borga. Muitos, só quando batem e não fogem são apanhados.
Geralmente a polícia preocupa-se mais em controlar o movimento de mercadorias. As multas são mais gordas, há muito crime económico a combater e os efectivos não dão para tudo.
Mas parece que já deram conta disso e agora querem mandar alguns desses guardas para os centros urbanos. Com tanto carro a circular em incumprimento da lei o estado está a perder uma pipa de massa.
Será que é só por causa das multas de trânsito que se estão a perder que vão deslocar os efectivos?
Viva a mobilidade e a polivalência também (nunca se sabe quando é que se apanha um carro roubado).
PROTEGER e SERVIR, dizem...
Mas afinal: A QUEM??????????
Beijos e bom fim de semana.
Como sempre um post polémico.
Os abusos da autoridade são tantos que a lista seria infindável. Conto-te um episódio a que assisti há anos:
« Noite de inverno, terra de beira-mar, saída duma sessão de cinema. Um rapaz, numa mota, abeira-se das arribas para ver como estava o mar. A moto escorrega, bate no lancil do passeio e o rapaz é projectado. Essas arribas têm 30 metros de altura e, la no areal, estavam parados os barcos dos pescadores. Todas as pessoas acudiram. Inclusivé um policia que, ao ver que o rapaz se encontrava vivo, lhe disse: Mostre-me os documentos da mota.»
Isto parece anedota mas não o é!
Lembrei-me deste episódio a propósito do teu motard.
Um bom fim-de-semana.
Um sorriso e um beijo*
xiiiii!
Estou pasma!
Beijinhos
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