segunda-feira, 3 de julho de 2006

À pedrada

Fernando Ruas será um dos presidentes de Câmara mais prestigiados do país. Tem obra feita e quando se fala de Viseu o seu nome é imperativo e inevitável na conversa. É o paradigma do autarca que muitos gostariam de ser. Deixará marca, sem dúvida. Tenho, por isso, muito apreço pelo autarca que ele é.
Se alguma mancha ficará a marcar os seus mandatos, porventura esta será a maior de todas. Disse publicamente, em jeito de desafio e até incitação, que o povo corresse à pedrada os fiscais do Ministério do Ambiente que terão multado um autarca de Silgueiros, por uma obra não licenciada pelos serviços que representam.
É grave. Mesmo sabendo nós que o Ambiente é, tantas vezes, um espartilho ao progresso do municípios. Tão grave que, no dia seguinte, teve necessidade de vir a público desculpar-se, dizendo que apenas terá utilizado uma figura de estilo. Pouco feliz, tal figura.
Como autarca compete-lhe fazer respeitar as regras. E o que fez foi desautorizar quem, naquela matéria, é autoridade. Como autarca deve dar o exemplo em matéria de respeito pelo ambiente. Como autarca deve ser a última pessoa a incitar à violência.
Mesmo que tenha sido uma figura de estilo tem um efeito altamente perigoso e subversivo: pode deixar sérias marcas nas vítimas da figura e abre precedentes que justificarão outro tipo de linguagem figurada doravante. Ninguém, por certo, julgará que estarão a mandar o senhor presidente àquela parte mesmo que seja isso que o texto e o vernáculo digam. É puro estilo. Pura figura.

31 Comentário(s):

Blogger Bel disse:

olá João

Mal estariamos todos se cada vez que alguém nos chateia resolvessemos o assunto à pedrada ou entao incitando a formação de grupos que nos resolvam o problema .Nesse caso é a cobardia e a maldade que figuram ou seja duplamente mau.

Quanto a obras feitas não sou a pessoa indicada para comentar. Estou à um ano em viseu. E verdade que a o tunel que ele mandou construir junto do largo da feira foi o pior investimento e projecto que alguem poderia ter feito.Haverá muitas dessas não sei logo não posso dizer que o apoio como autarca ou não. Respeitar respeito porque aprendi a respeitar todos agora concordar é muito diferente.

P. S. Quanto ao ser pessimista ou optimista sabes que sou realista mas quando me fazem coisas mens porreiras tenho que escerver só assim posso ter a capaciddae d eme rir dos meus disparates.

boa semana

segunda-feira, 03 julho, 2006  
Blogger antonio disse:

Fernando Ruas é sem dúvida um autarca com obra feita ao contrário de muitos. É evidente que nada desculpa a atitude que teve e o excesso de linguagem usado. Mas pelo que vi na televisão o atentado ao ambiente não tinha nada de grave, ao contrário de tantos crimes ambientais que se vão cometendo por este país fora, muitas vezes com o conhecimento das próprias autoridades. Já agora, porque é que esses fiscais do ambiente não dão uma volta pelo concelho de Mangualde? Decerto que encontrariam situações bem mais graves.

segunda-feira, 03 julho, 2006  
Blogger Velutha disse:

O Sr. presidente da Câmara deve possuir outro vocabulário mais moderado , sem necessidade de recorrer a metáforas que sendo figuras de estilo ou não, não deixam de ter subjacente um apelo à violência.
Um beijo

segunda-feira, 03 julho, 2006  
Blogger crt disse:

Amigo João,

Estou impressionada com a sua capacidade para relevar o que é indesculpável.

As declarações deste senhor são, no mínimo, duma irresponsabilidade atroz: porque foram proferidas publicamente e no exercício das funções de autarca são perigosas e gravíssimas;
Porque estão imbuídas dum apelo geral e público a comportamentos ilícitos são manifestamente censuráveis;
Porque ocupa o cargo de Presidente da ANMP e tem responsabilidades e deveres nacionais acrescidos, que não se compadecem com esta falta de postura, deveria ser exemplarmente repreendido (para não dizer punido).

Por declarações menores, inigualáveis na dimensão, propagação e gravidade, cidadãos comuns são julgados e condenados sem direito a uma defesa de apelo a figuras de estilo. Que dizer?
Estilo não é para todos, é só para quem pode!!

Duas perguntas:
1- Já viu alguma reacção dos restantes autarcas que são representados por este senhor?
A subserviência politica é f*****.

2- Onde, quando e como é que o amigo viu o senhor a desculpar-se? Não me venha com tretas de sentidos figurados!!! Essa nem o meu puto de 5 anos engole. Fico-me por aqui, porque como cidadã comum não gozo das prerrogativas dos nossos Ilustres autarcas e, portanto, devo saber estar e ter muito cuidadinho com o que digo se não quero ver-me a braços com a justiça!

Deixo-lhe um pensamento que retrata bem o “sentido figurado” alegado pelo protagonista do seu post:
“Não há nada tão estúpido como a inteligência orgulhosa de si mesma”
Bakunine

Outro:(este da minha autoria)
"quem merecia uma pedrada sei eu quem é"
asna

terça-feira, 04 julho, 2006  
Blogger Just a Girl disse:

Declaraçoes irresponsáveis e inconscientes!

terça-feira, 04 julho, 2006  
Blogger Al Cardoso disse:

Lamentavelmente e lamentavel!!!(o e tem acento)

Um abraco fornense.

terça-feira, 04 julho, 2006  
Blogger RPM disse:

o Fernando Ruas já deve ver outras ruas....

já está a apegar-se à cadeira....MUDE, MUDE....uma tonteria de um indivíduo que é Presidente dos Municípios Portugueses e onde se pode ver onde vai os 'primos, os cunhados, os enteados'...

abraço

RPM

terça-feira, 04 julho, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Isto de fiscais tem muito que se lhe diga.
Estas declarações não são de louvar, é certo, ainda para mais de um autarca de grande nível, no entanto, também é certo que, muitas vezes, são os fiscais sem senso e sem sentido crítico, bem como as instituições que representam, que atrasam e impedem o desenvolvimento.
Com é evidente não conheço o processo, o que sei é que existem obras e decisões de caracter urgente e estes senhores e instituições, geralmente, resolvem uma urgência em meses.

terça-feira, 04 julho, 2006  
Blogger Maria Cota disse:

De facto, não há metáfora que o salve.
Foram declarações profundamente condenáveis, sobretudo da parte de uma figura política que representa todos os municípios do país e respectivos autarcas.
"O exemplo vem de cima", como se costuma dizer, e estas afirmações são tudo menos exemplares!

Beijinhos
Ana

terça-feira, 04 julho, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Declarações infelizes, mas que também não merecem tanto alarido. Eu coloco-as ao nível da boçalidade da afirmação de Mário Soares quando visitou a Casa da Música no Porto: "o que é preciso é ter ideias boas, que o dinheiro aparece sempre" - ( desde que o dinheiro não seja o dele, é claro).

Mas a malta do ambiente tem telhados de vidro. Cada vez que vem um dirigente da Quercus ou outro destacado ambientalista reclamar que a obra deve ser embargada porque lhe falta o "Estudo de Impacte ambiental" é preciso que se saiba que estes estudos custam - no caso de uma autoestrada - à volta de 2.500 € por Km e quem os elabora são ateliers de consultadoria que subcontratam esses destacados membros da quercus - agora na qualidade de prof universitários - para os pareceres fundamentais.Os quais, diga-se, já não dizem nada de novo pois são copiados uns dos outros.

Aliás, a co-incineração só passou a ser discutida sem previo julgamento negativo pela Quercus quando alguns dirigentes passaram a integrar quer a comissão de acompanhamento, quer as equipas que elaboravam pareceres pagos, obviamente.

Por isso, à pedrada não, mas "uma corrida em pelo" não é nada de imerecido para quem esgrime a defesa do ambiente como mero instrumento do seu interesse privado e egoísta.

Que mal fazia o calibre da manilha, para que a Junta de freguesia tivesse sido multada ?

terça-feira, 04 julho, 2006  
Blogger crt disse:

Caro carneiro?

Deixe-me ver se bem apreendi o sentido do seu comentário.
*qualquer junta de freguesia ou particular pode colocar manilhas, sem prévia autorização ou licenciamento, desde que iguais ao calibre das de foram colocadas em silgueiros??
Segundo, qualquer pessoa pode incitar ao apedrejamento, mesmo que seja presidente de um município (ou da ANMP)numa reunião camarária porque a malta do ambiente tem telhados de vidro, os estudos que exigem e instroiem os pareceres só servem para os amigos ganharem uns milhões, etc, etc.

Pensava eu que:
A conduta de qualquer cidadão deve pautar-se por juizos de responsabilidade, correcção, verdade,legalidade,justiça, equidade, moral, bom senso e não porque constato ou sei que os outros tb são irrsponsaveis, oportunistas, incorrectos....
A conduta incorrecta dos outros não devia nunca ser barómetro do nosso comportamento. Muito menos pode ser esgrimida como argumento legitimador dele.
Aceitá-lo como válido, levar-nos-ia a uma escalada de incorrecções, irrespondabilidades e impunidades sem precedentes.

A solução deve passar, em minha opinião, por nos indignarmos quando não concordamos. E eu não concordo com as declarações daquele Senhor, ponto final. E não vir reconhecer a inconveniênia das mesmas (invocando sentidos figurados) foi, a meu ver, pior do que as ter proferido.
Quanto às restantes questões que relata, devemos denunciá-las quando as conhecemos. Denunciem-se, por isso, as questões que levanta sobre a Quercus e a malta do ambiente, agora não se apele aos intuítos e interesses egoistas daquela malta para legitimar outros comportamentos, a todos os títulos, condenáveis.

terça-feira, 04 julho, 2006  
Blogger Paula disse:

Não fiquei muito chocada... Com apenas 24 aninhos já ouvi um presidente de uma Região Autónoma a dizer coisas bem piores! E o que é grave, ninguém faz nada e já todos acham normal!

terça-feira, 04 julho, 2006  
Blogger Bel disse:

Pedradas a parte sim as ladys gostam de jogar sueca e xadrez ( no meu caso) mas não sei os truques das batotas na sueca por isso mini concurso parece me sova na certa.
O próximo fim de semana não será possivel voltar a visitar tao linda terra mas um dia destes voltamos, porque fomos muito bem recebidas.
Mas se houver lagum torneio de xadrez, friso amador, ou algum serão divertido podes contar me que eu não me importo. Podes faze lo atraves do mail se não o quiseres fazer pelo blog
sarafernandes623@gmail.com
ou hotmail.com

boa semana

terça-feira, 04 julho, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Calma, cara asna,

Leio sempre com muito interesse os seus comentários, aliás, sagazes e inteligentes.

Mas não ponha na minha boca o que não foi dito.

Quanto à frase de Ruas, depois de a considerar como boçal ao nível de outras, apenas me atrevi a sustentar que também não era assim tão grave para tanto alarido. Podemos não estar de acordo quanto ao grau de censura, mas não é correcto dizer que eu a tenha legitimado ou que a não tenha censurado.

Quanto ao calibre das manilhas, tenho a dizer em minha defesa: obviamente que a legalidade é um valor a salvaguardar. (Se bem que, sabemos todos, a legalidade só se aplique a uns e nunca a todos.) Mas, atendendo a que a obra que não foi licenciada foi efectuada por uma junta de freguesia de um meio rural, certamente sem grandes meios financeiros, movida pelo interesse publico e para satisfazer necessidades publicas daquela comunidade, parece que uma postura de fiscal autoritário, emissor de multa, é excessiva e paradigmática de um tipo de atitude que se vê em certos serviços publico centrais. Provavelmente, os autarcas da freguesia - que não conheço - são pessoas da terra, ligados ao campo, sem grande elaboração legal no respectivo pensamento e aquilo que mais necessitam dos "engenheiros" do ministério é ajuda e colaboração. Não é de multas e de sanções.

Falei do calibre da manilha, pois tomei como verdadeiras as palavras de Ruas nesse sentido - quando ele se tentou justificar, falou nas manilhas.

O mais que adiantei é no sentido de que nem só as palavras violentas e bombásticas revelam boçalidade. Há muita estupidez afirmada com punhos de renda. Veja-se o caso da situação que citei ou a de Madaíl, ontem, que dizia: "O mérito não é só meu, o seleccionador também tem a sua quota-parte". Modesto, este rapaz.

Não leve a mal a minha opinião um pouco afastada da sua. Até amanhã.

terça-feira, 04 julho, 2006  
Blogger Neoarqueo disse:

Ruas Passou-se. Acontece, por vezes. Porém, é inadmissível que tal aconteça. Tem que haver decoro. Não ao politicamente correcto, mas nunca a este tipo de situaçoes inaceitáveis. Já quando foi anunciadio que a Maternidade de Lamego iria fechar, o Presidente da Camara daquela cidade, para fazer valer o seu ponto de vista, disse em plena TSF: o senhor Ministro da Sáude, esse senhor é um mentiroso...
Num país educado e civilizado isto pode ser dito?
Na minha opinião, não. Nem mesmo quando a irreverência juvenil é a tónica dominante...

terça-feira, 04 julho, 2006  
Blogger Vica disse:

Sugestão pra ti que gostas de futebol, o blog do meu amado: http://cirquedufootball.blogspot.com

terça-feira, 04 julho, 2006  
Blogger crt disse:

Caro Carneiro,
É um prazer sabê-lo apreciador dos meus comentários. Já não posso dizer o mesmo dos elogios, que sei serem inverosímeis. Seja como for, muito obrigada.
Tb eu leio sempre, com aprazimento e atenção redobrada, os seus comentários.

Antes de lhe responder, devo dizer-lhe que estou calma, muito calma e portanto, não corre o risco de ouvir uma qualquer expressão ofensiva, tb não ousarei apedrejá-lo ou incitar alguém a fazê-lo.

Concordará comigo que chamar-lhe boçal e compará-la com uma outra expressão, proferida por Mário Soares, não é a mesma coisa que condená-la. Aliás, reconhece que discordamos ao nível do grau da censura. E quanto a este peculiar aspecto deixe-me perguntar-lhe: mas não são os “graus” a medida da distinção, da referência e o termo de comparação? Não são eles que nos permitem gradar o comportamento e a culpa?

Considera, então, que uma instigação e incitamento ao apedrejamento feito por um dirigente político, com responsabilidades locais e nacionais, nos termos em que o fez, não são altamente censuráveis?
(Arrisco-me a dizer-lhe que gostava de o ter como julgador caso me visse na contingência de ter que ser julgada)

Gostaria de explanar melhor as minhas opiniões, refutando fundamentadamente os seus argumentos. Mas, para evitar que me torne enfadonha, permita-me só algumas considerações, em jeito de perguntas, ao que disse.
A lei quando nasce é, em princípio, geral e abstracta. Logo, deve aplicar-se a todos. Se nem todos a cumprimos, colocamo-nos à mercê das suasconsequências. O facto de alguns não a cumprirem (deduzo que é isso que quer dizer quando afirma que não se aplica a todos) não é, repito, em minha opinião argumento válido para tb eu não a cumprir.

Quanto ao pequenino pormenr da qualidade do infractor (a junta de freguesia) que motivou o nascimento da expressão “arranjem lá um grupo e corram-nos à pedrada", devo dizer-lhe que tb discordo da sua posição.
Nunca a ignorância da lei aproveitou a quem quer que seja (mendigos, analfabetos, rurais, cultos, etc. Deveria agora aproveitar a um órgão politico só porque é de um meio rural e sem grandes meios financeiros? Porque actua no interesse público e para satisfazer necessidades públicas? Caro amigo, preconiza então que os fins justificam os meios? Da leitura que tenho presente dos seus comentários, parece-me que não. Sabe onde isso nos levaria, não sabe?
Já concordo consigo quando refere que muito provavelmente «são pessoas da terra, ligados ao campo, sem grande elaboração legal no respectivo pensamento e aquilo que mais necessitam dos "engenheiros" do ministério é ajuda e colaboração» Mas, isso não os desonera da observância legal. Que aproveitem o incidente e reclamem, incluisivé ao Dr. Ruas, que lhes seja facultada assessoria jurídica, técnica, formação ambiental.

Devo, inclusive, dizer-lhe que é uma das minhas grandes mágoas: constatar que o “estado” actua muitas vezes nas suas diversas “vestes” à margem da lei enquanto me obriga a mim e aos demais a observar tais procedimentos.
Francamente, caro amigo, estou farta que sejam “eles” a ditar o que é certo e errado, o que é justo e injusto, o que legal e ilegal, em suma, que ditem as regras do jogo e, depois, sejam eles próprios os primeiros a violá-las. Não suporto falsos moralismos.

O caro amigo consegue imaginar qual seria a resposta do Município de Viseu se eu amanhã lhes batesse à porta para pedir que me dispensem dos pareceres ambientais na colocação dumas manilhas lá no meu bairro? ainda que alegasse interesse colectivo, público, etc???

Por último, caro Carneiro, não levo a mal a sua opinião, pelo contrário, agrada-me muito lê-las, gosto imenso desta troca de impressões e é dela e da divergência que nasce a luz e aguçamos o conhecimento.
Uma boa noite para si, caso ainda leia hoje este comentário.

PS: Amigo JL, desculpe usar e ocupar a sua caixinha para estes fins.

quarta-feira, 05 julho, 2006  
Blogger Alex disse:

A Paula tem razão. Na Madeira já se disse e fez bem pior.
Isto só acontece quando se está no poder tempo demais.

quarta-feira, 05 julho, 2006  
Blogger RC disse:

Quem nunca sonhou ter um "bigodito" daqueles, que mande a primeira pedra...
eh eh eh
Calma! Calma! Um de cada vez...

Mais a sério: meus amigos, não façam aos outros o que não gostariam que vos fizessem.
E por favor; parem de votar sempre nos mesmos...
Pois porque na Madeira até já as pedras têm "caruncho", pá...

quarta-feira, 05 julho, 2006  
Blogger Agnelo Figueiredo disse:

Corrê-los à pedrada, não. Mas já me apeteceu mandá-los à merda!!!

quarta-feira, 05 julho, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Cara asna,

Para marcar os seus pontos argumentativos, voltou a por na minha boca coisas que por mim não foram ditas. A diferença está no grau dentro de um mesmo conceito, não está em conceitos diferentes. E, assim, você diz coisas genuinamente correctas, outras politicamente correctas - nas quais vislumbro alguma hostillidade pessoal para com o Ruas ( que eu só conheço da TV)- com as quais eu estou de acordo. E que assino por baixo. Mas ressalvo que essas afirmações não se dirigem exactamente ao que eu disse.

Não "estou a fugir á querela", mas acho que não devemos estar a massacrar este blog que não é nosso com textos tão extensos.

Acredite ou não, os adjectivos elogiosos que dirigi aos seus comentários são genuinos. Até porque você discute os assuntos. Não discute a pessoa do arguente.

Bom dia para si.

quarta-feira, 05 julho, 2006  
Blogger segurademim disse:

... sabes o minha opinião sobre os autarcas deste País... mas se tu me dizes que esse é bom eu acredito, pois não gosto de generalizar, nem meter tudo no mesmo saco...

acho muito lamentável que um autarca que se pretende credível, tenha tido tal atitude... menorizou-o, sem dúvida

no que toca à sua dimensão de pessoa do género masculino, só te posso dizer que detesto que não se assuma a idade que se tem... horrível aquela pintura de cabelo

será que é troca tintas ?

beijo ;)

quarta-feira, 05 julho, 2006  
Blogger crt disse:

Caro Carneiro,

Se há coisas que me desagradam sobremaneira é a desonestidade intelectual.
Espero que não seja essa a acusação que me imputa!! Não tive qualquer intenção de deturpar o que quer que seja, muito menos, com vista a granjear validades argumentativas. As minhas ideias não são plagiadas, não radicam numa artificialidade cada vez mais florescente no nosso dia a dia. São intrinsecas, natas, vivênciadas, cultivadas, e orgulhosamente partilhadas quando assim o entendo. A tónica argumentativa que utilizo radica no que penso, naquilo que acredito e defendo e não no "fabricar" pontos a meu favor ou porque são politicamente correctas. São, efectivamente, genuinas as coisas que digo, porque acredito nelas. Sobretudo quando o faço de forma séria, como é o caso da maior parte dos comentários que deixo neste blog.
Deste modo, aceito a ressalva e renovo o esclarecimento que não houve da minha parte qualquer intencionalidade naquele sentido.

Hostilidade pessoal com o Dr. Ruas?? Acredite, que eu acredito, que o homem nem sabe que eu existo.
É mesmo indignação pelo que ele foi capaz de dizer. Quem ocupa lugares públicos e de responsabilidade como o caso não pode, não pode mesmo, dar-se ao luxo destes despautérios. E se não nos indignamos é o descalabro total.

Caro carneiro, eu não percebo nada de informática. Sou literalmente um zero. Portanto, do meu lado não o espere. Mas lanço-lhe um desafio: crie o seu blog e avise-me. Terei todo o gosto em ir lá "partir a loiça" (eheheh)
Dessa forma, libertaremos aqui o nosso amigo JL.

Quanto aos elogios, não passam de pura generosidade sua, caro carneiro.

Tenha tb um bom dia.

(ps: gostei do termo arguente, é-me familiar e diz-me mais de si)

quarta-feira, 05 julho, 2006  
Blogger crt disse:

Alfazema,
Fiquei sensibilizada com o seu comentário. Muito obrigada.

quarta-feira, 05 julho, 2006  
Blogger Carla disse:

Passei para te ler e deixo um beijo para guardares

quarta-feira, 05 julho, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

é hoje o dia do grande embate!

quarta-feira, 05 julho, 2006  
Blogger Sentires Cruzados disse:

Li o teu post. Não pude deixar de sorrir. Erro meu, eu sei, mas o que esse senhor disse .. não me espanta. Pior que a «figura de estilo» ..é a impunidade que sentem que os leva a dizer essas coisas. Criou-se neste país.. essa ideia: a da impunidade verbal (e não só) dos politicos.
Basta atentar ao palavreado utilizado por A.J.Jardim... que não respeita as Instituições e os seus representantes.
Nada nem ninguem lhe move processos. Nem a Presidência da República.
Limitam-se a rir.
( Afinal ele não é o João das Festas?)

Um sorriso e um beijo*

quarta-feira, 05 julho, 2006  
Blogger JL disse:

Asna e Carneiro,

O Blog é vosso, de todos os que o visitam e nele comentam com elevação, o que até hoje tem acontecido. Por isso não se coíbam de usar este espaço para o confronto de ideias.

quarta-feira, 05 julho, 2006  
Blogger Eduardo Leal disse:

João,

Se os ambientalistas não fossem vistos como obstáculo ao progresso... provavelmente Quarteira ainda seria um lugar bonito para viver e visitar.

O ambiente é uma coisa séria de mais para se sacrificar a interesses de minorias ou a vontades de "desenvolvimento" na área da construção civil.

quarta-feira, 05 julho, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

(contando com a permissividade do anfitrião)

Cara asna,

Por favor não coloque as coisas em termos de "honestidade intelectual" pois isso envolve uma intenção deliberada de adulterar que não senti que tenha acontecido nem a ela me referi, obviamente, sequer.

A crítica objectiva que faço ao seu argumento é a seguinte: Estamos de acordo que o meu grau de censura é inferior ao seu. Ora, isto significa que eu, apesar de em medida com a qual a asna não concorda, efectivamente censurei.

Mas a asna passa a argumentar comigo como se eu não tivesse censurado. O que não é verdade.

A asna faz equivaler o meu mais reduzido grau de censura a uma falta de censura. Pois só considera "censura" efectiva o grau - que eu considero excessivo - de censura que aplica ao caso concreto.

Obviamente que a partir daqui já não conseguimos falar da mesma coisa, pois estamos a falar de coisas diferentes.

Voltando á vaca fria: os homens - agora também algumas mulheres, mas essencialmente os homens - usam com frequencia muito exagero nas reacções e nas atitudes. Para se mostrar veemência, decisão, liderança e "atitude macha", os homens a falar em grupo são dados a exageros linguísticos, sem que isso signifique efectivo desejo de transformar em factos as "arruaças" que saiem pela boca. (Até dá para gozar com o ruas e a arruaça). É um bocado o "agarrem-me que eu o mato". É a utilização da expressão "filho da p.", em que ninguém se está a referir ao comportamento da maezinha do senhor, mas apenas querendo inferiorizar o destinatário do "mimo". Ou seja, o sentido literal deste tipo de expressões não é o mais importante. O importante é, isso sim, o enquadramento social ou político em que as frases são proferidas.

Creio que a frase de Ruas foi apenas isto. Assim, não creio que a frase deva ser censurada pelo lado da sua materialidade, pelo lado da sua literalidade, pelo lado das pedras efectivas que fossem mandadas a alguém - pois essa dimensão creio estar excluída à partida -, mas censurada, isso sim, pelo lado da responsabilidade que um dirigente politico destacado deve ter em não dizer disparates em voz alta. Aqueles ou outros.
E por isso citei outros "disparates em voz alta" que eu considero igualmente boçais.

Assim, e acreditando que possa fazer uma primeira síntese da nossa "querela", a asna centrou a sua censura na literalidade da frase, enquanto que eu secundarizei esse aspecto e acentuei, antes, a imprevidencia da afirmação publica.

Por outro lado, a questão da aplicação da lei: obviamente que a lei é igual para todos. Se bem que saibamos que os poderosos são mais iguais que os outros. (Este era o significado dos meus parentesis).

Mas os autarcas das freguesias rurais - e vou falar de um esteriótipo que desconheço seja ou não aplicável ao caso das manilhas - são pessoas sem grande escolaridade, movidos por grande voluntarismo em querer resolver os problemas "da Junta", seja o caminho para o cemitério, seja o largo da igreja, seja o encanamento de um ribeiro que passa dentro do lugar. Muitas vezes, estas pequenas obras são efectuadas com trabalho voluntário dos "fregueses", com contribuições em género ou em dinheiro dos próprios. As obras que se façam a este nível necessariamente devem ter um estatuto que as proteja até da sua ingenuidade legal.
Era a este propósito que sustentei que os engenheiros do ambiente fazem mais falta a ajudar estes autarcas bem intencionados que prosseguem apenas o bem comum, do que a aplicar multas que acabam por esgotar ainda mais os escassos meios da junta. Não teria sido suficiente, a Junta ser informada que por esta ou aquela razão técnica vai ter que substituir a manilha, pois aquele calibre é perigoso por esta ou aquela razão ? (Se bem que eu esteja convencido que a multa teve origem apenas na falta burocrática de um requerimento, sendo igual ao litro a aplicação daquela ou de outra manilha.)

É certo que a lei é igual para todos, mas também é certo que aplicação da lei não pode ser cega.

Se a utilização de manilhas de certo calibre está sujeita a licenciamento prévio, a multa que venha a ser aplicada deverá ser diferente se essas manilhas foram aplicadas para encanar uma ribeira que atravessa uma estrada da freguesia, ou se foram utilizadas para encanar um ribeiro para fornecer àgua à piscina da vivenda da filha do presidente da junta. A aplicação da lei, nestes dois exemplos abstractos, tem que ser necessariamente diferente, se bem que seja igual para todos.

Cumprimentos cordiais.

quinta-feira, 06 julho, 2006  
Blogger crt disse:

Caro Carneiro,

Não obstante a satisfação e os ensinamentos que sempre recolho desta nossa troca de impressões, a verdade é que acabei de chegar dum dia de trabalho inglório e a úlmtima coisa que me apetece é continuar num registo de argumentação séria. Foi, a esse nivel, um dia pródigo. Não me leve a mal, "não estou a fugir á querela", mas decidi que terminei o dia aqui. Talvez amanhã tenha ânimo para estas nossas conversas. Apetece-me, muito mais, sentar-me na explanada do lado, beber qualquer coisa fresca e deitar conversa fora com os amigos. Se lá os encontar.

(Fico contente com a posição que expressou no primeiro parágrafo. Ainda bem que assim é.)

quinta-feira, 06 julho, 2006  

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