domingo, 18 de junho de 2006

Os omissos

Já tinha dito aqui que a questão do fecho de algumas maternidades tem aspectos incontornáveis e até inevitáveis, garantindo a legitimidade do acto.
Tem havido, no entanto, por parte da tutela uma certa incúria que, de algum modo, revela que a medida, sendo acertada, foi demasiado precipitada e pouco calculada. Sobretudo com a maternidade de Elvas. É que há a liberdade dos pais escolherem uma de três hipóteses, sendo uma delas a maternidade de Badajoz, ali ao lado.
Duas questões, não previstas, se colocaram nos primeiros partos oficialmente aí realizados.
No primeiro caso à morte do feto, por malformação, o que aconteceu, quem é que suporta o custo da transladação do corpo? Na omissão o caso foi onerado aos pais o que não me parece, de todo, correcto.
No segundo caso, ainda assim menos complexo, qual deverá ser considerada a hora de registo de uma criança que nasce em Badajoz às zero horas e trinta minutos do dia 17 de Junho, quando em Portugal os relógios marcavam 23:30 horas, do dia 16?
São questões de pormenor que se encontram totalmente omissas no acordo. E se no segundo caso é uma questão pouco relevante a do primeiro já não é tanto assim.

22 Comentário(s):

Anonymous Anónimo disse:

Quanto a mim o problema de se saber se a criança nasceu no dia 17 espanhol ou no dia 16 português é irrelevante.
Para mim o que é relevante é o facto de, neste País, o interior ser cada vez mais interior e dispôr cada vez menos do acesso a serviços essenciais que existem apenas e só nos grandes centros.
Ainda não entendi se o fecho de maternidades é por escasso número de partos anuais, se por questões financeiras, se por falta de meios técnicos e humanos, se por capricho político, ou se por todos estes motivos.
Nestes casos os utentes até demonstram satisfação pelos serviços que lhes são prestados, ao contrário da grande maioria dos serviços, lotados, que se prestam nos grandes centros.
Estas medidas nem sequer vão garantir melhores opções técnicas e humanas às pessoas que se desloquem às maternidades mais próximas, por isso, não fazem sentido.
A conversa é muita as intenções podem ser as melhores, no entanto, as conclusões vão ser catastróficas.
As pessoas vão ter de se socorrer de serviços mais distantes e de menor qualidade, pois, o investimento nesses locais não acompanhará o acréscimo de serviço provocado pelo aumento do número de utentes.
Esta é a política feita nos gabinetes não é a política feita no terreno.

domingo, 18 junho, 2006  
Blogger amigona avó e a neta princesa disse:

Oi João... quando puderes passa pelo meu canto...

domingo, 18 junho, 2006  
Blogger Su disse:

sempre atento
gosto de ler.te
jocas maradas

domingo, 18 junho, 2006  
Blogger Bel disse:

Já comentei o teu texto sobre o fecho de algumas maternidades por isso a minha opinião já foi tida em nota. Contudo este teu texto faz referência ap poder de escolha que deveras é importante mas infelizmente o que aconteceu na primeira situção que relatas está tambem relacionada com a incompetencia de um médico que não considerou importante um acompanhamento da paciente na ambulância.
Sim aparentemente parece mais facil julgar. Talvez não fosse possivel fazer nada mas tenho a certeza do que a jovem tinha se sentido mais tranquila se levasse um medico ao lado a dizer lhe que tudo ia correr bem
Beijo
boa semana

domingo, 18 junho, 2006  
Blogger Alex disse:

Abaixo as maternidades. Mas para quê mais criancinhas no mundo?
Ranhositos, andam sempre doentes e nem sequer taxas moderadoras pagam. É só vacinas e mais vacinas de borla. Ainda para mais, quando forem grandes, vão tirar cursos ou fazer formação profissional que não servem para nada. Ainda por cima vai ter que se lhes andar a pagar subsídios e grande parte deles são futuros funcionários públicos.
Era só o que faltava… Vão mas é nascer lá longe que o orçamento de estado não dá para tudo.

segunda-feira, 19 junho, 2006  
Blogger Miudaaa disse:

Há decisões tão dificeis de serem tomadas...!!!
(até estou a tentar colocar-me no papel do 1º ministro e Cª)

Se o problema está identificado deve ser resolvido, o problema é que o nível de prioridades neste país é muito confuso, e quem pensa e quem decide esquece o detalhe o pormenor como aliás referes...não percebo, juro que não percebo o porquê de tanta gente nos ministérios e como é que eles passam os dias.
Lamentável.

segunda-feira, 19 junho, 2006  
Blogger Al Cardoso disse:

Como se ve por estas e outras medidas, o governo faz os decretos sobre o joelho.
Continuo com a minha ideia, de que este governo nao tem nocao do que faz e muito menos tem orgulho nacional.
Cre o meu amigo que se o caso fosse ao contrario algum dia os "espanolos" considerariam o encerramento da maternidade de Badajos e davam como alternativa a de Elvas???
Espero que tenha tido boas mini ferias.
Um abraco.

segunda-feira, 19 junho, 2006  
Blogger Just a Girl disse:

Sinto-me indignada! Há pao para alimentar o futebol mas há que fazer cortes orçamentais na saúde!
Como se nao bastasse o "boicote inconsciente" ao nascimento, veio agora o aumento dos 5 por cento do medicamentos para crónicos e pobres...Sim, pobres! É o que há mais em Portugal. Caminhamos para o guiness!
Há um ano que vivo no Oriente e nunca tive tanta consciencia como agora de que o país está a afundar!

segunda-feira, 19 junho, 2006  
Blogger José Manuel Dias disse:

Existem decisões que têm de ser tomadas. Adiar só agrava os problemas. Ouvindo quem sabe compreendemos que é uma decisão que só peca por tardia ( já estava diagnisticado o problema e apontada a solução no tempo de Santana Lopes como 1º).
Parabéns pelo Blogue.
Cumps

segunda-feira, 19 junho, 2006  
Blogger CMatos disse:

O primeiro caso não sei, mas o segundo é fácil e faço deste comentário uma sugestão!
Criar um país/território intermédio, tipo Faixa de Gaza mas com o título de Faixa de Natalidade entre Portugal e Espanha e quem nascer por lá terá como nacionalidade Portunhol sendo que a hora será intermédia, ou seja no teu caso o "puto" seria Portunhol de Gema, nascido às 00:00 horas do dia 17.
Vês é fácil...

Que País este... irra!

segunda-feira, 19 junho, 2006  
Blogger naturalissima disse:

Onde quer Portugal chegar?
Um país com taxa de natalidade baixíssima... Que vantagens, que ajudas este estado poderá oferecer às familias para que Potugal seja um lugar jovem. Nem para os idosos ele é saudável...
Julgo que estas baixas de maternidades, infelizmente não vão ficar por aqui.

Muito interssante os temas colocados neste esapaço.
Voltarei mais vezes...
Daniela

segunda-feira, 19 junho, 2006  
Blogger vero disse:

Olá, realmente sou eu mesma na foto! ;)
Beijinhos***

segunda-feira, 19 junho, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Olá afilhado, dá cá um xi à madrinha :D
Bom eu soluções não as apresento, até pk enfim, não tenho competencias, que estes gajos sao irritantes com as decisoes q tomam isso são. Bem sei e tal q não realizavam o numero de partos e nao sei kê, mas eu q ja tive um filho, fico a pensar na hora de te-lo como se devem sentir as mães com tantas incertezas. Enfim, Joao de Mangualde tb és tu na foto não és? :) Beijocas

segunda-feira, 19 junho, 2006  
Blogger Bel disse:

Parece que a decisão do estado foi: a titulo excepcional será pago o transporte do corpo do bebé que faleceu
:(

segunda-feira, 19 junho, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Sabes quando verdadeiramente pensarão nisso? Quando o problema surgir!
Como sempre, não se previnem situações no nosso país - remedeiam-se como se consegue, depois do mal feito.

Beijo doce ;-)

segunda-feira, 19 junho, 2006  
Blogger Eduardo Leal disse:

João,

Em relação a quem paga a trasladação do corpo do bébé que faleceu, a questão já está resolvida pelo estado português e parece que bem.

No que diz respeito à hora de nascimento e, prevendo que os pais das crianças em que tudo corra bem queiram saber o ascendente do zodíaco, a hora local deve ser a considerada.
É que, na astrologia, a hora e o local são determinantes e a mudança da hora para a hora lusa falsearia tudo.

A verdade é que a Nacionalidade é uma questão de cidadania, mas os astros são os astros e cada um nasce exactamente... onde nasce.

segunda-feira, 19 junho, 2006  
Blogger PRINCIPIANTE disse:

Não seria mais fácil Portugal passar a ser mais uma provincia Espanhola ? Teríamos melhor sistema de saúde, melhores ordenados,etc... eu acho que a culpa foi de D. Afonso Henriques, senão hoje seríamos espanhóis e tudo estava resolvido. Que mais falta acontecer neste pais.

segunda-feira, 19 junho, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

João,

Desta vez, não me apetece comentar!

Passo apenas para deixar, digo, desejar boa semana de trabalho.

segunda-feira, 19 junho, 2006  
Blogger Sophie disse:

Excelente foto!
Texto ainda mais excelente!
Não o vou comentar, porque de facto, todos os colegas já disseram tudo o que se tinha a dizer.
Digo apenas e só: LAMENTO que Portugal ainda seja assim uma "coisita".
Vou voltar aqui mais vezes.
Beijinhos e continua!
Sophie

segunda-feira, 19 junho, 2006  
Blogger Carla disse:

Fecham-se as escolas, fecham-se as maternidades, em vez de lhes dar melhores condições de funcionamento FECHAM-SE!, dá menos trabalho, e é mais barato, mais uma vez os interesses do governo sobrepoem-se aos interesses das pessoas.
Isto está bonito!

beijos e boa semana

segunda-feira, 19 junho, 2006  
Blogger CORCUNDA disse:

Bom, a liberdade de escolha da maternidade na prática não será bem uma realidade, por que entre percorrer 100 kms ou 5 ou 6...
Amaldiçoado D. Sebastião! Um abraço para Mangualde! Grande terra, tenho raízes aí bem perto, o meu pai é de Povolide. Criei um link para ir visitando este "quase" meu conterrâneo.

segunda-feira, 19 junho, 2006  
Blogger RC disse:

Eu só acho e provavelmente continuarei a achar que um português deve nascer em Portugal... Se cortarem em mais uma série de luxos com que os governantes deste país sempre se abotoaram, as contas passam a bater certo e ainda sobra dinheiro para manter as mães deste país a parir por estes lados da fronteira...
Quanto aos muitos queixosos deste país que mandam bitaites para o ar, lembrem-se na altura de pagar impostos que se fugirem à realidade dos factos aquando do preenchimento da respectiva declaração, vão estar a tirar condições de saúde, e de vida em geral, não só a si mesmos mas também aos vossos descendentes e ascendentes...
E não me venham com a história do:
"Ah!!! Mas há tantos por aí que fazem o mesmo..." Esses tantos podem muito bem ser vocês mesmo... A esses eu digo: CRESÇAM ou então aguentem-se à bronca!!! Mas então por favor: CALEM-SE!!!

terça-feira, 20 junho, 2006  

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