Absinto-me mal!
De acordo com um estudo que foi divulgado hoje num colóquio sobre toxicodependência, metade dos jovens com 13 anos já consome bebidas alcoólicas e esse número atinge os 90% aos 17 anos de idade.
Quer isto dizer que a preocupação que os sucessivos governos têm tido com a taxa de alcoolemia faz todo o sentido, sobretudo se pensarmos que os jovens em idade de conduzir não se abstêm de beber um copo. O pior é que o copo não é de vinho, nem de cerveja. Segundo o mesmo estudo a atracção dos inquiridos nesta idade pelas designadas bebidas brancas ou destiladas é enorme e é sobre elas que recai a sua preferência. E sabemos o teor alcoólico que atingem.
São dados preocupantes e que nos indicam, sobretudo aos pais, que há um enorme caminho a percorrer.
Até à minha geração - e ainda na minha – era habitual os jovens iniciarem-se cedo nas bebidas alcoólicas estimulados pelos pais. São famosas as sopas de cavalo cansado.
Hoje, depois de tantas e tantas campanhas de sensibilização que alertaram para os perigos do álcool quando em excesso, reparo que o acompanhamento actual nessa área é deficitário. Só assim se justificam esses números. Parece-me que há muito trabalho de casa que não tem sido feito. Estarei correcto?
27 Comentário(s):
Correctíssimo. E o trabalho de casa é dos mais importantes. A ideia de ser a escola a única rsponsável nos problemas comportamentais dos jovens, deve ser corrigida também. Os pais não se devem demitir do acompanhamento dos descendentes e a desculpa do tempo que não chega para nada... não desculpa tudo.
Há uma ideia generalizada que beber é ser baril é ser cool. Principalmente em excesso.
Perguntamo nos como podem os estabelecimentos comerciais vender alcool a miudos, garotos e a unica resposta é porque dá dinheiro. Ma stambem me pergunto onde estao os pais que deixam crianças de 13 anos sozinhas como os amigos ir para a discoteca. Sei que o meu comentario pode ser tido como de cota ou moralmente falso mas tudo vem de casa. Um dia destes tava a aconcelhar uma explicanda de 14 anos a fazer uns exercicios porque ia ter teste e exame a matematica e ela respondeu me que nao tem tempo porque a oite ia para a discoteca e consequentemente ao outro dia is estar a dormir. Perguntei lhe se os pais nao s eimportavam ela respondeu me que a unica coisa que todos os meus amigos vão claro que os meus pais nao vao proibir. Claro que há aqui uma questao delicada a ser resolvida embora e certo que essa miuda ja apanhou alguma sbebedeiras. Para tudo ha um tempo e todo o tempo tem de sre acompanhado de alguma responsabilidade. Nunca apanhei nenhuma bebedeira já fiquei alegre mas a mim cabia me sempre o papel de levar os bebados na universidade a casa. As vezes pensos se nao devia ter apanhado depois penso o que adientaria acordar como dores de cabeça, ou como alguem q nao conhecia. ACho que ha demasiado deixar andar na nossa sociedade. O alcool parece ser socialmente aceite alias é e as pessoas não se apercebem que prejudica muito rincipalmente miudos que não sabem discernir o que é a diversao do vicio do copo na mao.
Ma sclaro isto é apenas a minha opiniao sem criticar ou julgar alguem que sei que não sou ninguem e nem quero ter essa capacidade.
boa semana
jinhos
A acreditar pelos dados estatisticos, o meu amigo esta correctissimo, pelo que devemos continuar com todas as campanhas que deveram ser iniciadas pela familia.
Ja quanto as bebidas brancas, muitas vezes elas sao de cor, tais como o whisky e o absinto, lololo.
Um abraco e boa semana.
correctíssimo.
Trocadilho brilhante, o do título! E o conteúdo do texto absolutamente irrepreensível e sempre certeiro!
Para quando o almocinho no Páteo Velho?...:)
Beijinhos
Maria
concordo inteiramente contigo João, mas o que seria de esperar de uma sociedade que recrimina e discrimina quem não quer beber ou faz muito esporadicamente e que olha para estas pessoas como incapazes, inúteis, fracas e gozando com a sua sexualidade, colocando-lhe rótulos menos abonatórios da sua personalidade e tentando fazer com que sintam inferiores pelo simples facto de não beberem.
enquanto mentalidades como esta, que estão bem presentes em todos os sectores da sociedade portuguesa e em todo o seu território (não é só na chamada provincia que tal se passa), não conseguiremos combater o alcoolismo nos jovens e nas crianças, sendo certo que a tendência é para se começar a beber cada vez mais cedo.
nunca me embebedei, não gosto de beber e o que bebo é tão esporádico que se contam pelos dedos de uma mão as vezes que bebo por ano, nunca me arrependi da decisão que tomei em relação ao alcóol, mas fui muitas vezes olhado de lado e colocado de parte, pelo simples facto de não beber. é ponto assente entre os jovens que beber é um acto de maturidade e de crescimento, como se fosse um ritual de iniciação à vida adulta, ao mesmo estilo do tabaco, ou nalguns sectores do uso de drogas.
o mal não está nos jovens mas nos valores que lhes incutem e se os pais em vez de culparem as professoras/es pelos maus resultados/comportamentos dos filhos, apagassem a televisão, conversassem com eles, tentassem perceber o mundo em que eles vivem em vez de os sentarem em frente da tv ou consola à espera que cresçam, talvez tivessem nesse acto um reflexo real da sua própria incapacidade de criar a geração que nos há-de governar. é que sempre será mais fácil culpar o outro pelos nossos próprios erros do que assumir a nossa responsabilidade pelos actos que cometemos, olhar para o umbigo dos outros e apontar o lixo é sempre mais fácil do que fazê-lo em nós.
um abraço
Tema muito oportuno. Concordo em pleno com o comentário anterior. Eu pertenço a uma geração que aos 12 anos começou a beber um dedo de vinho tinto "que fazia bem ao rapaz". O meu pai é transmontano e não tem culpa. Fazia parte da cultura dele. Estava convencido que fazia bem ao filho de quem ele gostava e protegia. Bebi muito, apanhei muitas na minha juventude, para mostrar que era homem e para acompanhar os outros cuja motivação também era a de acompanhar os outros.
Nunca fui alcoólico em sentido técnico, porque nunca sofri síndroma de abstinência e cheguei a estar semanas seguidas sem beber - quando o estomago reclamava. Mas integrei seguramente o grupo dos 2 milhões de bebedores excessivos com quem convivemos diariamente no nosso Portugal.
Hoje não bebo. Desde há 5 anos. Enfim, 3 ou 4 vezes por ano, bebo uma taça de champagne ou um copo de vinho. Natal, anos do meu pai (ele precisa da desculpa de me acompanhar senão a minha madrasta não o deixa beber...)e quando o meu clube ganha o campeonato.
Aprendi a ter medo do alcool. Ainda me lembro das loucuras que fiz em estado de afectado pelo alcool. Falo abertamente com os meus filhos sobre o alcool (também sobre o tabaco, por onde tive um percurso paralelo).
Mas existe um dado que é complementar à matéria do post. Com o novo método de despistagem de drogas, iremos todos ficar surpreendidos com a quantidade de miudos que conduzem sob o efeito da cocaína. E que têm acidentes por isso.
Parabéns pela coragem de colocar o dedo na ferida nesta matéria do alcool social que causa tanto problema conjugal, tanto mau trato e negligencia para as crianças, tanto acidente de viação ou de trabalho mortal e incapacitações físicas para o resto da vida. O alcool provoca mais problemas humanos a Portugal do que a guerra do Iraque aos americanos. Mas convivemos diariamente com aquele amigo que bebe meia garrafa de tinto ao almoço, mais 2 meios whiskies á sobremesa, mais 5 ou 6 imperiais durante a tarde, mais meia garrafa de tinto ao jantar e depois 3 ou 4 whiskies no bar á noite e não tenmos a coragem e o bom senso de lhe dizer: "eh pá, sou teu amigo e por isso te digo que estás a beber demais. Tens um problema com a bebida. Há quanto tempo não tens sexo como deve de ser, pois estás pesado demais para isso ?" .
Em parte sim.
Porém, eu não bebo... é uma opção minha, não me atrai esse tipo de bebidas, o alcool, sou assim e prontos, e faz-me imperssão quem não passe sem um copito... quando se vai a uma festa, quem não bebe ficam logo a olhar pra ele, digo isto porque acontece comigo claro... ou seja, a própria sociedade age no sentido do caminho errado...
sei que existe um trabalho feito em mangualde sobre esse problema.Uma colaboração da câmara e do governo.
Espero pela sua divulgação que certamente virá em breve e pelas medidas que irão ser tomadas
Mas nas nossas gentes a coisa é complicada ao que parece.
Muito bem, o trabalho de casa é fundamental, quer seja feito pelos pais ou por encarregados de educação, mas isto leva - nos a outro problema, se não vejamos. No Alto Concelho, do cencelho de Mangualde, querem fechar todas as Escolas, estes senhores não devem ter filhos, agoram imaginem crianças com 3 anos deslocarence até 14 km de distancia, como é que um pai ou encarregado de educação pode, e como deve fazer o "trabalho de casa", se não lhe dão hipoteses. deve ser por isso que os jovens de Chãs de Tavares, por ex, estão a comprar casa em Fornos de Algodres. Também os encarregados de educação das aldeias proximas já vão dizendo que vão matricular as crianças nas escolas de Fornos, fica mais perto e se um vai, vão todos, afinal as crianças são amigas umas das outras.
Caro João Lopes, peço deswculpa por me esticar e fujir ao tema em questão, mas tambem tem algo a haver. um abraço.
Caro João,
Aceito que esteja parcialmente correcto. Mas só parcialmente (eheheheh).
Nunca desobedeceu aos seus pais, aos seus encarregados de educação (sejam eles os avós, os tios, os primos...)?
Nunca prometeu que não beberia, não iria aqui ou ali, que não voltaria tarde para casa, etc, etc, e depois incumpriu?
Eu fi-lo algumas vezes não obstante o exemplo e as recomendações vindas de casa serem invariavelmente outras. Aliás, desconfio que a “doce” da minha mãe nem sequer terá sonhado, nas poucas horas que conseguia pregar olho, por onde eu andava quando me autorizava saídas nocturnas.
Então porque partir do pressuposto que o trabalho de casa não tem sido feito?
Confesso que me irrita, um pouco, esta tendência generalista, e quase certa, de que a irresponsabilidade ou imaturidade das crianças/adolescentes é sempre culpa dos pais ou da família.
Os pais são, de facto, um alvo facil. Porém, haverá, seguramente, poucos pais a incentivar o consumo de álcool e as ressacas etílicas, para não falar nos estupefacientes.
Não só pelo amor que nutrem pelos filhos, que falará com certeza mais alto, como pelo custo económico que isso lhes acarreta.
A questão é, a meu ver, bem mais complexa e passa também (também porque, ao contrário do que possa parecer, não defendo a desresponsabilização dos pais) por uma maior cooperação entre a escola e os pais (porque há casos de coma etílico durante o período escolar) e uma maior responsabilização e fiscalização dos estabelecimentos nocturnos, a par do acompanhamento que refere. A legislação existe, torna-se necessário cumpri-la. Não defendo um proibicionismo totalitário, mas reconheço e aceito a necessidade de proteger os nossos jovens de alguns exageros.
Correctíssimo!!! como sempre! mas uma pinguinha... com moderação... se fôr um baileys, não posso????
beijo com cheirinho a...
Infelizmente e, pelo contacto que tenho tido com pais, verifico que nos últimos anos a família tenta responsabilizar a escola por todos os "males" que acontecem às suas crianças.
A questão é que a escola tem feito de mãe, pai, avós,... de tudo um pouco, mas quando os meninos vão para casa, alguém tem que lá estar. Será que estão?
ui ui...
a despesa que este consumo desmesurado irá provocar a longo prazo aos cofres do estado, no tratamento das doenças que daí advêm. Vai doer!
pois...
eu vi a reportagem
:(
Beijos
Claro que estão, Cara Ariana!
Os que podem estar e sabem estar. Mas haverá muitos que não estão porque não podem. Entre pôr o pão na mesa ou dedicar-lhes tempo por qual optava?
Haverá outros que estão, mas é como se não estivessem - não sabem estar.
Haverá uns tantos, poucos quero acreditar, que não estão porque não querem.
Dos que não estão porque não podem e dos que estão mas não sabem estar quais censuraria? E porque o faria?
E se me permite: o que é para si a escola? qual o trabalho de um professor?
Ou, por hipótese, pretende que a escola actual seja como o era há 20 anos?
Em 20 anos muita coisa mudou e a escola foi uma delas. Pena que não tivesse mudado mais profunda e estruturalmente.
Conheci um homem que dizia ter uma paixão: a educação. Lembro-me de ter pensado: é desta que vamos sair da cêpa torta. Engano o meu. A paixão foi tão curta e ténue que passado algum tempo abandonou o barco.
Enquanto não tivermos um governo que eleja a EDUCAÇÃO como a primeira prioridade (com todas as mudanças que isso implica) não conseguiremos fazer parte dos paises desenvolvidos.
Tenho um amigo psicólogo que, quando chamado a acompanhar reclusos, costuma dizer em jeito de brincadeira: só conseguiria endireitar a sociedade se me fosse permitido começar nas crianças do pré-escolar.
É a brincar que o diz, mas penso que serve de exemplo para a termos uma noção da importância de intervenção precoce.
(não resisti, peço desculpa por esta minha incursão).
Vai um copinho?...
Ups...absinto muito...
Bom... também me parece que o alcool nos miúdos só pode ser um perigo!
No entanto, não nos podemos esquecer que o caminho fácil da proibição não costuma resolver coisa nenhuma.
A família sim, essa tem muito trabalho a fazer.
Já quanto à questão do encerramento das escolas, que foi abordada num comentário... parece-me que vai por aqui alguma confusão. O encerramento de escolas com poucos alunos visa exactamente o contrário do que foi dito, i.e., mais acompanhamento de todos os alunos, da forma mais adequada. A família terá o seu tempo, até porque as autarquias têm verbas específicas para o transporte dos alunos.
Há realmente muito trabalho de casa a fazer, na família, na escola e a nível de organismos públicos com responsabilidades nesse campo.
São muitos e variados os factores que atiram os jovens para esses caminhos. Só um esforço conjunto entre família, escola, sociedade e organismos públicos, poderá trazer reultados positivos e inverter a situação.
JL, consumo excessivo de álcool?!
Se fossem só os absintos... Há também outros químicos tóxicos, bem mais perigosos, que têm destruído muitos jovens.
Cada vez mais se vêm jovens de garrafinha de água na mão e com comportamentos de embriagado eufórico.
Na minha juventude corri muitos perigos. Mas hoje em dia ser jovem é passar uma prova de fogo bem mais difícil. A oferta é muito vasta e o perigo espreita em todo lado. Apesar de notar que já estás um bocado esquecido das maluqueiras de jovem, concordo contigo. Ninguém se poder queixar de falta de informação e temos que estar vigilantes. Há muito trabalho de casa a fazer.
Um abraço
Qualquer dia vamos ter os jovens perfeitos, deixam de beber, de fumar, de f..ecundar, etc.
Só se vive uma vez, tomem conta de vocês e deixem viver e morrer que assim o quer, importem-se convosco e deixem a estatística.
Viva a aguardente que já o meu avô Barrigana fabricava e bebia .
Só se vive uma vez - deixem os jovens viver a sua juventude, se vocês não viveram a vossa que culpa têm eles…
Um abraço anarca
È muito complicado João. Nem sempre é sinónimo de pouco trabalho de casa! Às vezes até é o contrário!!!
Mas que é preocupante é!
Mas também o é a resposta acima... quem disse que era assim que se vivia a juventude???!!!!
para ti, joão:
quando ali me sentava
os anzóis prendiam as sombras da tarde a ganir com o cio
se a água do rio ao menos vazasse a prata sem dor
ou os meus pés fossem canas de pescar sapatos
mas ali sentada diante do nada
era lume brando a cozer traições
e a agonia dos peixes na berma da água
era o fim dos teus olhos a acabar a tarde
se ao menos os barcos passassem de véspera pelas ilusões
ou as redes vazassem sonhos menos fáceis
mas ali sentada com a alma trocada
pescava o diabo e as tentações
ainda que eu cruzasse a solidão entre as pernas
o cio esganava o brilho da prata caído no chão
mesmo que os anzóis mordessem a margem
nunca a rota dos barcos me corrigia a alma
e ali sentada de pernas cruzadas
não tinha calçado nem canas de pesca para a solidão
com um beijinho,
alice
Chamada de atenção pertinente, atendendo aos números...
Aprecio deveras a tua preocupação com os problemas que afligem a nossa sociedade, particularmente os jovens...Tens toda a razão!
Bjinho
Fiquei pensando o que será a tal sopa de cavalo cansado... ah as diferenças entre o "português de portugal" e o "brazilian portuguese"... raramente se usa a palavra deficitário por estas bandas... geralmente se diz 'deficiente'... beijos.
(muito) correcto.
tens razão, mas infelizmente os trabalhos de casa não andam a ser feitos faz tempo..
...ab.sinto
jocas maradas
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