quinta-feira, 11 de maio de 2006

Em Timor, calam-se as vozes...

O Governo português garantiu o envio de forças da GNR para Timor-Leste colaborando com as forças de segurança locais no estancamento da onda de violência que se iniciou com a revolta de 600 militares descontentes com a sua situação.
O Governo timorense teme que os revoltosos possam provocar uma onda de pânico que seja favorável a um golpe de estado.
Confesso que sou favorável à resposta positiva que o pedido de Dili mereceu de Lisboa. Se temos “know how” que possa ser útil nesta ocasião, pois que se colabore. A ajuda Internacional aos povos deve ser isso mesmo. É fundamental, no entanto, até pelo respeito e ordem internos, que Timor seja suficiente em matéria de segurança.
Também confesso que sempre desconfiei do sucesso da auto determinação de Timor. Agora que me julgava enganado, o fantasma renasce e eis que as forças de segurança locais parecem impotentes para segurar o mau ímpeto de 600 militares mais preocupados como seu umbigo que com o povo que deviam defender.
Assim, de repente, parece que estes militares quiseram imitar o Abril português a milhares de quilómetros de distância. Sucede, porém, que o Abril de cá se se fez à conta da revolta dos militares com a sua situação, também serviu para destronar um regime que oprimia a liberdade. Pensei eu, talvez mal, que a opressão em Timor tivesse sido fruto do regime de Jacarta. Mas esse já lá vai, felizmente.
Penso, ainda, de forma irónica, se a nossa GNR, no pós auto determinação, terá sido clara nos ensinamentos que levava daqui… Ou se, porventura, apenas explicou como se passavam multas!

15 Comentário(s):

Blogger Bel disse:

Sim o apoio é necessário. Vejo com bastante preocupação esta revolta, um pouco injusta na minha opinião, uma vez que Timor é um país ainda em reconstrução e há que dar um tempo e como cidadãos há que colaborar a melhorar. Não me parece que seja o que está a cacontecer. De qualquer maneira li a noticia muito por alto quando puder vou tentar perceber melhor a razão desta revolta.

Nobre soldado que vens senhor
por sobre as asas do teu dragão
beijas os corpos no chão queimado
nunca serás o nosso perdão

Ai Timor
calam-se as vozes
dos teus avós
Ai Timor
se outros calam
cantemos nós

sexta-feira, 12 maio, 2006  
Blogger Eduardo Leal disse:

João,

Nem sempre as leituras que se fazem podem ser tão simples.
São muitos os interesses que estão por detrás destas revoltas.

Porventura são interesses dos mesmos, mas agora mascarados em revoltas domésticas.

Também não podemos esquecer que a própria igreja não nutre grande simpatia pelo primeiro ministro que até é islâmico...

Não tarda nada, se o Xanana não põe a mão na coisa e temos os "desinteressados" Australianos a ajudar à festa!

sexta-feira, 12 maio, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Não concordo em nada em enviar-mos a GNR para timor, se alguem vai ter porventura interesses em timor nao são os portugueses concerteza, além disso raramente falam o portugues, existe muita hipocrisia. Porque não vão para lá os Australianos ou os EUA, não são eles que dizem que são os policias do mundo?

sexta-feira, 12 maio, 2006  
Blogger Al Cardoso disse:

Pelos indicios quer me parecer que a GNR so se tera ficado pelo ensinamento de como se aplicam as multas, por isso tem que para la voltar, para acabar o treino!!!

Um abraco amigo e, bom fim de semana

sexta-feira, 12 maio, 2006  
Blogger Unknown disse:

Meu querido amigo João eu que vivi em zonas de Africa, sei de fonte segura que os povos desses continentes não obdecem, aos seus conterraneos e vais ver que o conhecimento que tenho vai me dar razão, tem que haver uma força militar ou militarizada para por a ordem...Já não será para os nosos tempos mais a est´ria irá dar-me razão a mim e a quem como eu sabe que os povos Africanos, ou voltam a ser indígenas, e com as suas lutas tribais, ou então terá de ser países fora desse continente a controlar.Não tem de origem viver em sociedade organizadfa como nós, um dia os nosos bisnetos iram escrever isso na estória. Beijinhos

sexta-feira, 12 maio, 2006  
Blogger José Miguel Marques disse:

o eduardo leal tem razão quando fala nos interesses diversos que estão por detrás das manifestações.
para mais quando na semana passada houve confrontos e tumultos, na parte final dos mesmo já não havia um único militar desses 600 que referes, mas sim outras pessoas, com outros interesses que aproveitavam a ocasião para espalhar o pânico e o terror.
aliás, como sabes, bastou o boato de tais confrontos para milhares de pessoas irem em debandada geral para as montanhas.
é que se há países em que a pressão psicológica sobre um povo pode ter consequências desastrosas pelo facto de determinados opressores estarem demasiado perto e por determinadas recordações serem demasiado recentes, esse povo é o timorense.
ainda é cedo para avaliar se a auto-determinação timorense foi bem feita ou não, se as coisas estão a ir pelo caminho certo, agora o papel da Igreja deve ser o de unir e não estar contra o governo legitimamente eleito.
lá estão os interesses diversos e difusos em questão: enquanto todos não remarem para o mesmo lado Timor põe-se a jeito de um qualquer golpe de estado.
cumprimentos

sexta-feira, 12 maio, 2006  
Blogger Alex disse:

Logo na altura em que ia terminar os mandato da ONU. Que estranho!...
Quem se estará a aproveitar desta situação de revolta dos ex-combatentes? Não são só os arruaceiros descontentes que se aproveitam da bagunça para fazer pilhagens.

Portugal pode não ter grandes interesses directos mas tem muitas responsabilidades históricas. Por isso a GNR deve ir tomar “conta da ocorrência” e com um grande contingente. É bom que a situação não se agrave e que insegurança provoque a debandada dos estrangeiros.

Outra vez a ganância. O cheiro do petróleo é terrível...
Quem estará por detrás destas movimentações?

sexta-feira, 12 maio, 2006  
Blogger Penélope disse:

A ver vamos, estou bastante expectante.
Bom fim-de-semana

sexta-feira, 12 maio, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

O Eduardo Leal dise tudo...a ver vamos, o que aí vem...

Beijinho

sexta-feira, 12 maio, 2006  
Blogger teresa.com disse:

para variar... tudo em suspense até sempre!

sexta-feira, 12 maio, 2006  
Blogger Carla disse:

João,
Uma "passagem" rápida para te desejar um bom fim de semana.
Bjx

sexta-feira, 12 maio, 2006  
Blogger Agnelo Figueiredo disse:

Parece-me que não é coisa nova. Até me parece que revoltas e motins são fenómenos "normais" naquela ilha. Ou é a tropa, ou são os "jovens", ou são os religiosos, ou... Mas há quase sempre algum grupo em ebulição.
Povo complicado, não?
Às tantas, quem tem razão é mesmo a Adryka.

sábado, 13 maio, 2006  
Blogger segurademim disse:

Koffi Anam pediu a colaboração de Portugal, é nossa obrigação ser solidários... enviem também muitas mulheres e verão que o contributo será eficaz e real

e que os responsáveis políticos também satisfaçam expectativas criadas de bem estar àquela população, gerindo adequadamente os recursos de que dispõem

beijo, bom fim-de-semana

sábado, 13 maio, 2006  
Blogger Bel disse:

Assinei como Sara confesso que por pura distração, hábito.È o meu nome.
Infelizmente não pertenço a rede comum da acert adoro e acompanho o trabalho deles como e quando posso mas não pertenço directamente.
fica bem

domingo, 14 maio, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Qualquer força militar que lá "aterre" será para proteger o coiro do poder instituído - o governo do partido único (o qual, eventualmente por isso, está em processo de cisão interna).

Eles que resolvam a vidinha deles, pois se a polícia timorense não é mais firme é exactamente por estar dividida e não querer atirar a matar sobre os ex-colegas de armas agora no desemprego.

Quem vai "comer" o petróleo de Timor - Austrália - que mande para lá soldados para morrerem a proteger um governo de partido único e formado por muitos ex-revolucionários da esquerda asiática que, depois de tomarem o poder,nada mais fizeram que criar os circuitos de corrupção costumeiros, mantendo o povo na mais crua das misérias, inteiramente dependente da ajuda internacional.

Nós por cá sofremos muito por Timor, mas eles já são crescidinhos, desenrasquem-se. Não podemos continuar a ficar com os filhos em casa depois dos 25 anos de idade... Ainda por cima a custear as despesas do seu mau-governo. Para isso, já temos que nos chegue por cá.

segunda-feira, 15 maio, 2006  

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