domingo, 11 de junho de 2006

O povo lusitano

“Cantando espalharei por toda a parte se a tanto me ajudar o engenho e a arte” – disse-o Camões, há mais de 500 anos, quando se referia ao grandes feitos do povo lusitano. Hoje não restam mais desses feitos senão os acidentes na estrada e coisas do género que nos atiram para os primeiros lugares, quando se trata de avaliar quem é o pior.
Cavaco Silva disse-o assim, ontem, no seu discurso do 10 de Junho, elegendo a estrada como o principal reflexo daquilo que somos. Nela mostramos as nossas piores atitudes e colocamos em prática e muita da falta de civismo que nos qualifica. Talvez se encontre aqui, também, a resposta para a atitude menos cívica de muitos agentes da autoridade, quando se encontram, muito longe dos chamados pontos negros, a fazer “esperas” aos automobilistas, escondidos atrás das moitas para que ninguém os veja. Perdão, a autoridade não se esconde atrás de arbustos, não senhor. Os arbustos é que nascem mesmo à frente dos senhores agentes. Atenção, no entanto, porque nem todos dão bons arbustos. E ainda bem que nem todos se prestam a essa caça desregrada.
Não tive oportunidade de escutar a totalidade do discurso do Presidente da República e posso, por isso, cometer aqui uma grande injustiça. Parece-me, pelo que ouvi, que esta chamada de atenção deveria ser focalizada para a escola e não para a estrada. É na escola que aprendemos a ser o que somos na estrada, também. E não é por termos maus professores. Não, temos muito bons professores. Os maus professores são em menor número e devem ser banidos do ensino. Devolvam aos bons professores a autoridade que progressivamente lhes tem sido retirada desde Abril de 74. Os meninos têm que saber, precisam de saber, que dentro da sala de aula há alguém que os pode repreender convictamente, sem medo, porque tem autoridade para isso. Ao contrário, hoje vivemos no “facilitismo”. Os miúdos chegam à escola e já sabem que é só facilidades: podem passar com quantas negativas quiserem, não podem ser repreendidos, podem fazer “trinta por uma linha” porque sabem que ao menor deslize do professor numa repreensão é processo disciplinar, na certa, para o... professor.
É aqui, na minha óptica, que residem as maiores e piores falhas do sistema que tem produzido, de Camões para cá, graves erros na linhagem do “nobre povo lusitano”. Claro que hoje Camões não precisaria de “tanto engenho e arte”. Começamos, cada vez mais, a tabelar pela mediocridade. E desta forma, em terra de cegos, quem tem um olho é rei. E Camões tinha esse olho, se bem se recordam!

35 Comentário(s):

Anonymous Anónimo disse:

Até que enfim que temos um Presidente que fala para todos os portugueses.
Linguagem clara, concisa e que toca o essencial sem rodeios, sem demagogias e sem demagogias.
Eu do pouco que ouvi, desde logo, me apercebi que falando aos portugueses responsabiliza-os numa contribuição activa na sua sociedade cumprindo os seus deveres perante o estado, mas também alerta, indirectamente, o governo que tem de cumprir e dotar de serviços essenciais os seus contribuintes e não retirar serviços em vez de melhorar.

Lembro-me que quando andava a estudar quem tivesse três negativas chumbava e mais nada.
Por vezes, ainda se colocava a hipótese de saber se o aluno que tivesse três negativas era aplicado e, de certa forma, merecia transitar de ano. Procedimento que achava correcto.
Coisa mais simples que isto não havia.
Hoje em dia é mais fácil passar um aluno que chumbar. Tanto quanto sei, hoje, chumbar um aluno só acarreta chatices ao professor que tem de explicar muito bem o motivo do chumbo.
Quando se tem políticos armados em intelectuais e sem sentido prático é o que acontece, um país não passa de um paisito de reformas superficiais e não estruturais pensando nas gerações futuras.
Enquanto essas caras que toda a vida nos habituamos a ver na política, não trocarem as cadeiras do parlamento pelo sofá de suas, este país não terá hipóteses nehumas de acompanhar os mais desenvolvidos.
Novas mentalidades, novas políticas.

domingo, 11 junho, 2006  
Blogger RPM disse:

"É na escola que aprendemos a ser o que somos na estrada, também.", escreveu o meu amigo.

Pois, permita-me discordar!

No tempo do Salazar, dizia-se analfabetismo; hoje, chama-se ilteracia e info-excluídos....palavras mágicas para uma mesma realidade. o ANALFABETISMO.

Assim, se continuarmos a ter uma taxa de iliteracia de 80%, de nada servirão as campanhas, as medidas pró-activas e positivas para combater um determinado mal....

Como cidadão e como professor, o que o Amigo escreveu é de todo verdade, mas o que me custa é ouvir os discursos dos governantes sobre os 95% de taxa de escolarização e os resultados não aparecerem. Ou seja, as taxas de negativas são elevadas, o abandono escolar é grande, a gravidez entre moças da escola é alto, o índice de aprovações nos exames do secundário ainda não ser satisfatório, etc, etc.....e isto porque os Pais são iliterados?

eu como professor tenho 16 alunos numa turma. Destes, apenas 3, alunos provêm de pais com níveis de literacia elevada.....Que posso fazer!!!

abraço e obrigado por ter passado pelo eu canto..Vizinho

RPM

domingo, 11 junho, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Amigo João,

O texto está soberbo.
Eu, mosdestíssimamente, assino-o por baixo.

Quero, incluisve, acreditar que os nossos politicos possam acordar para a necessidade de encarar a escola/educação como a matéria mais central e estratégica para o desenvolvimento nacional.

Confesso que, na verdade, acalento apenas ténues esperanças que isso aconteça dado que as propostas de alteração ao ECD não deixam antever um aumento da autoridade dos professores nem do prestigío da missão que lhes cabe.

Além disso, a discussão do tema está, ab início, lateralizada na questão da avaliação dos professores pelos encaregados de educação. Não sendo uma questão dispicienda, outras existem que são igualemnte essenciais e que todos , em particular os professores e os sindicatos, estão a permitir que passagem à margem duma discussão pública séria e aberta.

domingo, 11 junho, 2006  
Blogger Su disse:

gostei de ler.te. concordo contigo,
mas digo que a educação começa em casa com os paizinhos ...e esses andam esquecidos dos valores a serem transmitidos........

jocas maradas

domingo, 11 junho, 2006  
Blogger Menina Marota disse:

Assino por baixo de todo o texto, mas acrescentando, como alguém já o fez, aliás, de que a educação começa em casa. Aliás, muitos paizinhos deveriam perceber, que não se podem "divorciar" das responsabiliadades perantes os filhos e pendurá-las nas costas dos professores.

Falo como Mãe. E por vezes, é um sacrificio enorme ir às Reuniões de Pais, porque as conversas de alguns dá-me vómitos. Desculpa a franqueza. É mesmo assim!

Um abraço e bom domingo ou o que resta dele ;)

domingo, 11 junho, 2006  
Blogger Vica disse:

Adorei o post. Acho que essas coisas, essa mudança no ensino e nas atitudes de pais e professores, essas "facilidades" tudo isso tem grande influência dos norte-americanos, aquele povo neurótico. Sou totalmente a favor dos professores poderem repreender os alunos. E de que os pais façam o mesmo. Nenhum de nós virou psicopata por ter sido reprovado na escola ou por tomar umas palmadas do pai ou da mãe.

domingo, 11 junho, 2006  
Blogger Blogexiste disse:

Excelente.
Não há dúvida que os professores têm motivos para estarem preocupados. Os Pais dos alunos empenhados (bons e maus com ou sem dificuldades) têm razões para estarem em pânico. Apenas os pais dos alunos baldas podem estar descansados... a coisa está de feição para eles!

domingo, 11 junho, 2006  
Blogger Bel disse:

João, posso garantir te que tens toda a razão. Nem imaginas a dificuldade numa reunião o que é chumbar o aluno. O ministério obriga a uma série d eprocedimentos burocracias que tem tendencia a conduzir o aluno para o próximo ano lectivo.
Tenho pena que a classe onde me insiro últimamente seja sempre noticia pelos piores motivos. Tenho pena que muitos dos meus colegas se deixem levar por determinados sindicatos que por razões politicas acabam por zelar por todos os interesses menos pelos nossos.
Um beijo e boa semana

domingo, 11 junho, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

confesso que decepcionei-me com o selecionado luso. saí à rua com a camisa rubra de Portugal para assistir à partida. esperava mais do que apenas um gol e uma retranca no final (com direito a pressões d'Angola).
mas Scolari é isso aí. ele é um grande treinador para torneios em formato copa.

saudações.

segunda-feira, 12 junho, 2006  
Blogger Ana Abreu disse:

Hoje em dia os pais depositam cada vez mais a educação dos filhos nas mãos dos professores e da escola e depois é isto que se vê...o professor não tem "qualquer" autoridade perante os alunos, como dizes, os alunos fazem trinta por uma linha, os professores mal podem fazer para contrariar pq se arriscam a um processo disciplinar....
E depois falam tanto no insucesso escolar, depositando mais uma vez as culpas nos professores...o que estão à espera, se estes estão tão limitados!?


beijinhos

segunda-feira, 12 junho, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Olá João...
Concordo contigo.
Uma boa semana para ti.
Beijinhos

segunda-feira, 12 junho, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Muito bem dito!

e a propósito disto, vai 'lá' ver o artigo da «A Escola não é a Família»...

Beijinho

segunda-feira, 12 junho, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

É SÓ PARA DIZER QUE TENHO MUITA PENA DOS PROF. "COITADOS". PASSAM O ALUNO SÓ PARA NÃO TEREM DE JUSTIFICAR.... SE NAS EMPRESAS ASSIM ACONTECESSE, TERÍAMOS 100 FUNCIONÁRIOS PARA PREENCHER 10 VAGAS, É QUE SE NÃO SABEM INFORMO QUE TAMBÉM TEMOS UMA SÉRIE DE IMPRESSOS, FORMULÁRIOS, INQUÉRITOS, ETC... QUE PREENCHER... O IDICT TAMBÉM NOS "PRESSIONA" OS FUNCIONÁRIOS TAMBÉM E DEPOIS...
A DIFERENÇA É QUE TEMOS QUE APRESENTAR RESULTADOS SENÃO FECHAMOS AS PORTAS E VAMOS TODOS PARA CASA MAS LÁ NÃO NOS CHEGA O "GITO" PARA VIVER....

segunda-feira, 12 junho, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Amigo JL, parabéns por teres assistido aos discursos do 10 de Junho.

Como é uma cerimónia que só interessa aos 30 condecorados e 60 familiares, mais aos 100 funcionários que ficam a ganhar horas extraordinárias, fui andar de bicicleta.

A principal características destas comemorações é afastarem as pessoas, por serem tão chatas.

Mas concordo com a tua análise.

segunda-feira, 12 junho, 2006  
Blogger teresa.com disse:

a mim passou-me tudo ao lado, claro! Mas claro que conto sempre com a tua analise dos factos, que me parece bem razoavel e nada injusta!
Tambem tens olho :o observatorio! ;)

segunda-feira, 12 junho, 2006  
Blogger Belzebu disse:

Pois é amigo JL, o pobre Camões hoje não cantaria nada recomendável.

Com o actual estado de coisas, só mesmo um fado bem desgraçado ouviriamos o homem a cantar! Mas apesar de concordar no essencial com o post, não desresponsabilizo totalmente os professores de todo a bagunça! Andaram demasiado tempo entretidos com outras coisas e quando acordaram já era tarde!
Esperemos que ainda possam inverter a situação!

Saudações!

segunda-feira, 12 junho, 2006  
Blogger Vica disse:

João, bem que eu tentei torcer por Portugal, afinal, o técnico, além de brasileiro, é gaúcho como eu. Mas como jogaram mal!!

segunda-feira, 12 junho, 2006  
Blogger Era uma vez um Girassol disse:

De agentes por aqui também estamos bem servidos....Existe cá um, gordo, antipático, bruto, que já foi suspenso por uma juíza durante 3 meses e mesmo assim não deixa de usar de toda a sua técnica especial de persuasão: brutalidade, má-criação! E continua feliz a autuar!
Que se pode fazer????
Tens razão em tudo o que dizes, infelizmente!
Bjs

segunda-feira, 12 junho, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

caro Lopes.

pelo menos os índices lusitanos equiparam-se ao europeus. quando uma taxa negativa é medida e Portugal encontra-se no topo da lista, está liderando o ranking europeu.

triste é viver num país que lidera índices mundiais (falo do Brasil). analfabetismo, mortalidade infantil (hoje reduzida), acidentes automobilísticos, analfabetismo funcional, exclusões social e digital, miséria, violência, tráfico de drogas, tráfico de armas....

acho que já bati muito na minha pátria por um comentário só.

saudações.

terça-feira, 13 junho, 2006  
Blogger Ariadne disse:

Saudações JL

Obrigada pelo integral uso da Língua Portuguesa para definir a palhaçada em que este sistema se tornou. Abordas alguns assuntos que, merecendo ser ficção, são a nossa incrível realidade...

Com a benção do Camões, virei mais vezes a este spot para me certificar de que não sou a única lunática que estranha o estado das coisas neste país.

BB

terça-feira, 13 junho, 2006  
Blogger RC disse:

As aulas de civismo já vão, finalmente chegando a algumas escolas. Não sei se vão resultar mas espero que sim. O problema é que vai haver por certo muito boa gente a contaminar a cabecita dos próprios filhos dizendo algo do tipo: "Isso só serve lá para a escola". Regresso à escola obrigatório para adultos precisa-se...
Por outro lado devia haver um certo perfeccionismo por parte de cada um de nós, independentemente das funções que desempenhamos. E sim, isso vai desde o varredor de ruas, passando pelo senhor ou senhora da construção civil, o advogado, até ao senhor primeiro ministro, presidente da república e alguns hipócritas (metam todos a mão na consciência) que porventura aqui me leiam.
Activismo não é ir para a rua fazer manifestações, cortes de estrada ou ir para a praia em greve mas sim trabalhar com brio e eficiência, eficácia, planeamento e fazer pressão todos os dias e em todo o lado, à frente de quem quer que seja, quando a causa fôr realmente digna merecida e justa.
Quando isto acontecer, as coisas melhoram neste canto do Paraíso.
Vá lá, não me façam dizer novamente que: "Portugal é um grande país, é pena é ser habitado"
Por outro, lado o amor próprio leva ao respeito pelos outros. Como dizia alguém: "Conhece-te a ti próprio... ou "Não faças aos outros aquilo que não gostarias que te fizessem a ti"...
Muito resumidamente: TUGAS, CRESÇAM !!!!

Mas como hoje estou mesmo chato, é assim: ainda não creio que os nossos politicos estejam mais interessados em pôr este país a funcionar do que nos seus interesses privados. E finalmente, já era tempo de reduzir o número de deputados para 100 ou mesmo 50 em vez dos actuais duzentos e nem sei quantos... Eram menos a comer do tacho e menos secretários e por aí fora... Sim também eram mais desempegados mas estes têm boa formação e até podiam criar belas empresas com todo o conhecimento que acumularam ao longo de DEMASIADO TEMPO que andaram a esvaziar-nos os esfaimados bolsos...

Despeço-me com um saudosO (ou talvez nada) TENHO DITO!!!

terça-feira, 13 junho, 2006  
Blogger RC disse:

Afinal ainda digo mais qualquer coisa...
DISCURSO??? QUAL DISCURSO??? NÃO ERA SUPOSTO SER O DIA DE PORTUGAL??? QUEREM VER QUE FIQUEI OUTRA VEZ ENTALADO NA 5ª DIMENSÃO...
Oh amigo!! Desculpe lá... Pode dizer-me como se vai para Portugal?!

terça-feira, 13 junho, 2006  
Blogger Al Cardoso disse:

Sim Camoes tinha so um olho mas via muito bem com ele, nos tambem vemos, mas e mais comodo fazer que nao vemos e virar a vista para o lado.
Concordo caro amigo, que como diz e na escola que tem que tudo comecar, eu ate acrescentaria mais na escola mas e pricipalmente na familia.
Realmente podemos ter muita instrucao e nao termos educacao nenhuma, infelizmente e o que mais se ve, e nao e so em Portugal.

Um abraco amigo

terça-feira, 13 junho, 2006  
Blogger Crepúsculo Maria da Graça Oliveira Gomes disse:

Olá João, ao ler o teu post, veio me á memória uma frase que ouvia muito e acho que passou de moda ou está em desuso,"O Português é um povo de brandos costunes" mas será mesmo ou isto é uma frase inventada como muitas, para tapar o sol com a peneira!acho que somos como os outros povos de todo o mundo e ainda para pior, porque o povo Português não se respeita nem se faz respeitar. Beijo amigo

terça-feira, 13 junho, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Ó João, vim aqui mal soube que a saude vai ficar mais cara :s tu já viste isto ?? Tás indignado, não tás... A estrada, bem eu ando na estrada todos os dias, como a maioria das pessoas, e posso-te dizer q se houvesse censura o meu carro era apreendido lol pk chamo pelas mães e pelas tias todas, tal é a parvoice, tábem q me esquecia dos piscas, mas agora já nao, uma gaja evolui, n posso é c os cabroes lol á esquerda a circular a 30km/h uma gaja ja vai atrasada pah lool Fora brincadeiras, ha mta falta de civismo e formaçao, acima de tudo ha mta gente infeliz, que á minima coisa precisa explodir.Beijocas afilhado loool

terça-feira, 13 junho, 2006  
Blogger Alex disse:

Alex disse...
O nosso principal problema tem sido falta cultura, engenho e arte.
Temos:
-Nas estradas os condutores armados em "Fangios" sempre de prego a fundo.
-No sistema escolar, sempre a tombos com reformas e mais reformas - como se as alterações estruturais se fizessem em apenas dois dias por decreto.
-Nas camadas mais jovens a violência cada vez mais latente.
-Pais irresponsáveis e cada vez mais professores à barbitúricos.

Será que estamos condenados a ter sucessivas “gerações rasca” como dizia a Manuela Ferreira Leite enquanto ministra da educação?

Isto vai lindo...

terça-feira, 13 junho, 2006  
Blogger isabel mendes ferreira disse:

...........o nobre povo lusitano há seculos que tabela por baixo...



uma desgraça....


sem olho nem ouvidos.


abraço.

excelente análise....
de quem tem um OLHAR.


boa noite....:)

terça-feira, 13 junho, 2006  
Blogger Eduardo Leal disse:

Pois é João,

Eu que até sou filho de professores primários e que, no caso do meu pai (que era um Professor à antiga Portuguesa) batia de forma bem continuada, sei que é possível mudar um sistema menos punitivo mas com autoridade.
A minha Mãe, a seguir à revolução, decidiu que não usaria mais os métodos do antigo regime. mas nunca perdeu a autoridade.
Porque a autoridade é algo que não exige repressão.

Ao nosso actual sistema educativo falta de facto apoio de rectaguarda a muitos professores, para que possam assumir o seu papel de pedagogos, no elogio e na censura.

O problema é que os Portugueses são um Povo de vistas curtas, demasiadamente preocupado com os seus umbigosinhos e as suas necessidades individuais.

A educação precisa de ser mais musculada... mas ai de quem chame a atenção aos nossos filhinhos...

terça-feira, 13 junho, 2006  
Blogger segurademim disse:

... isto está um pouco abandalhado, está!
já os romanos diziam de nós - há ali um povo que não se governa nem se deixa governar...

agora essa de nos chamar mediocres, não percebo! então não somos os chicos espertos da cantadeira?

deixa, não ligues... isto é do sol na moleirinha

(sim senhor: primeiro foram as férias atrasadas, agora são as férias, férias)

beijos

quarta-feira, 14 junho, 2006  
Blogger Neoarqueo disse:

Nao se esqueçam que os "portugueses" que activamente nós acusamos, do género: "os portugusese isto os portugueses aquilo" SOMOS NÓS.È que dá a sensaçao que NÓS nao pertencemos a essa raça.
Porque, quando a coisa é positiva nós aí já gostamos de nos incluir. Mais humildade menos pendantismo intelectual nao nos ficaria nada mal.

quarta-feira, 14 junho, 2006  
Blogger Salto Angel disse:

Em poucas palavras, gostei de ler os teus textos «Camões» e «Impulse». A cada dia que passa, a «evolução» vai tornando-se em «des-evolução»...

Abraço.

quarta-feira, 14 junho, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Provavelmente um dos melhores posts que já escreveste! Fiquei sem palavras, mas concordo em género, número e grau!
Um abraço amigo da Daniela

quarta-feira, 14 junho, 2006  
Blogger antonio disse:

É evidente que bons e maus profissionais existem em todas as áreas incluindo na política, onde talvez até haja mais maus que bons, porque se fosse o contrário o país não estaria assim. Uma coisa é avaliar o trabalho por pessoas competentes e especializadas, outra é o vexame e o descrédito a que toda a classe tem sido sujeita, desde que esta senhora tomou posse da pasta da educação.
A falta de autoridade dos professores e a desresponsabilização dos pais da educação dos filhos, em todos os aspectos, é um problema muito grave com que o professor se debate todos os dias.Passou-se de um «oitenta»(antes do 25 do Abril), para um «oito» (pós 25 de Abril).
Não tardará muito que alguns papás e mamãs exijam que os filhos também durmam nas escolas.Já agora acho que seria uma boa sugestão para poupar dinheiro nos transportes e assim os pais poderiam dormir mais descansados!
Felizmente que ainda há pais responsáveis, que sabem educar os filhos e incutir-lhes valores. Cada vez mais se cultiva o
«faciltismo» nos filhos, tornando-os irresponáveis, preguiçosos,materialistas e egoistas e agressivos.
A minha avó dizia que «quem dava o pão dava a educação»,mas hoje a maioria dos pais esqueceu completamente este sábio ensinamento, porque têm medo de «traumatizar» os filhos.

quinta-feira, 15 junho, 2006  
Blogger Carla disse:

Beijos e bom feriado

quinta-feira, 15 junho, 2006  
Blogger Menina Marota disse:

Vinha em busca de mais leitura.. deixo um abraço e bom feriado ;)

quinta-feira, 15 junho, 2006  

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