terça-feira, 18 de julho de 2006

Os maus da fita?

Nos últimos 3 anos a deslocalização de multinacionais instaladas em Portugal arrastou mais de 8000 pessoas para o desemprego. O caso mais recente é o da Opel de Azambuja, num puro incumprimento do contrato que a General Motors assinou com o estado português.
Ouvem-se sempre nestas ocasiões, vozes críticas aos sucessivos governos pela sua inabilidade e incapacidade estratégica e negocial perante estas derrocadas. Mas, e os sindicatos? Em que ficam os sindicatos que nunca, ou quase nunca, saem beliscados destas “hecatombes”?
Para quem não sabe, vale a pena recordar que há menos de um ano os sindicatos bramiam argumentos e denegriam o capital da General Motors, quais exploradores dos mais fracos, em busca de aumentos salariais de 10% e mais, aproveitando uma grande encomenda de Opel Combo, feita pelos correios britânicos. A GM perdeu essa batalha e os sindicatos sorriam de satisfação.
Hoje apensa ouvimos, timidamente, alguns dizendo que o estado português deveria suportar os 500 euros por veículo produzido, que separa o custo total de produção de um Combo na Azambuja de um Combo em Saragoça. Eu pergunto: porque é que eu tenho que pagar Combos se eu nem tenho nenhum? Essa medida aguentaria a GM em Portugal por mais uns anos é certo. Acabado o subsídio, porém, lá regressava o mesmo problema.
Uma coisa é, hoje, absolutamente certa – os discursos sindicalistas contra o capitalismo deu os seus frutos positivos durante menos de um ano. Agora os trabalhadores da Opel não vão ter mais aumentos salariais daquela grandeza. Tão somente porque deixarão de ter salário. Os milhares da Opel e os outros tantos que gravitam em torno da riqueza que ela produzia ali à volta.

14 Comentário(s):

Blogger Al Cardoso disse:

O que me veio logo a cabeca quando se comecou a falar da deslocalizacao foi o seguinte: Se os sindicatos estavam tao empenhados em que a Opel continua-se em Portugal, porque razao a primeira medida foi uma greve. Eu se fosse empresario da GM, se e que me faltassem alguns argumentos para a deslocalizacao, com essas greves ficava logo com uma ideia clara, depois vem chorar baba e ranho, pobres trabalhadores que tam mal estao representados.

Um abraco, passe pelo meu sitio, vera que anda por la muita comocao!!!

quarta-feira, 19 julho, 2006  
Blogger Velutha disse:

infelizmente o desemprego não deixa de aumentar e a deslocalização das empresas para países onde a mão-de-obra é barata, não é o caso, é um facto, depois de receberem uns bons subsídios para o investimento.
beijos

quarta-feira, 19 julho, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Nos sindicatos - e na blogosfera - ainda há quem pense que estas questões se resolvem com leis proibindo os despedimentos, as deslocalizações e tornando obrigatorio o lucro das empresas e a felicidade das pessoas.

A questão não será tanto o custo da mão-de-obra mas a falta de flexibilidade laboral.

Se uma empresa em Portugal necessita despedir metade dos 500 empregados para se poder manter no mercado em termos que viabilizem uma futura recuperação, só pode contar com greves, dificuldades burocráticas, intervenção do Ministèrio do Trabalho (que pode ou não autorizar o despedimento colectivo) e da Inspecção de trabalho que usa chantagens sobre as condições de salubridade, etc., degradação publica da marca e do produto, pois as TV's acorrem como abutres a filmar as lágrimas - respeitáveis humanamente, é claro - das trabalhadoras, etc.

Ou seja, é mais fácil à empresa fechar, despedir selváticamente a totalidade dos 500 trabalhadores, e fugir aos encargos e chatices, do que tentar a viabilidade, despedindo 250, cumprindo a lei, e tentando viabilizar a unidade com os restantes trabalhadores.

É tão pesado cumprir a lei, que é mais fácil - porque compensa financeiramente e não há represálias - fugir ao seu cumprimento.

Aliás, esta é uma regra essencial do capitalismo em que vivemos, mas que se teima em "achar que não": regulamentação excessiva conduz à fraude, à ilegalidade e, até, à corrupção.

O ano passado a mesma comissão de trabalhadores, que aparece agora nas TV's, fez greve durante uma semana por causa de 70 ou 80 Euros mensais de aumento.

Curiosamente o discurso da comissão de trabalhadores há muito que não está centrada na manutenção dos postos de trabalho, mas na exigencia da manutenção das condições até 2008 - ou seja, querem receber "o deles" até 2008 por força do contrato entre a GM e o Estado, eventualmente acrescido da indemnização de antiguidade proposta pela empresa e subsídio de desemprego pago por nós todos durante mais 3 anos. Isto é o desígnio da comissão de trabalhadores. Estão preocupados com os vários milhares de euros que cada um vai receber, estam-se a cagar para a economia nacional. E se falam no contributo para o PIB é só para fazer chantagem emocional. Com o governo e com nós todos.

Ainda não ouvi um, sequer, a considerar a hipótese de ir para Espanha com aumento de vencimento, conforme proposto pela empresa. E isso só acontece porque a almofada social em Portugal é muito macia. Se não tivessem indemnização, subsídio de desemprego nos próximos 3 anos, de certeza que alguns iriam atrás do emprego para Espanha.

E por isso a discussão que o Governo tem levantado - de forma muito suave, diga-se - sobre a manutenção do subsídio de desemprego em situações em que o trabalhador recebe pequenas fortunas de indemnização por acordo, faz todo o sentido.

Já assisti a muitas situações em que o trabalhador recebe 3 ou 4 mil contos, por vezes, 10 mil ou mais e depois fica durante o prazo máximo a receber subsídio de desemprego pago por todos nós.

Além de convidar ao descanso e á falta de iniciativa em buscar ou criar enmprego, a questão que se coloca é só esta : é justo para a sociedade, a existencia de situações destas ?

quarta-feira, 19 julho, 2006  
Blogger RPM disse:

Amigo!

enquanto a lógica de desenvolvimento económico se suporttar num Investimento Directo Estrangeiro (IDE), as economias estarão sempre dependentes dos grandes investidores e NÓS os contribuintes pagaremos sempre as contas pela sua instalação em território nacional.

Quero que haja investimento NACIONAL com dinheiro NACIONAL.... este é que cá fica e que cá cria economia...que se expanda depois para outras paragens porque a SEDE é NACIONAL.....

não me espantou, nem me causou mossa. Este tema digo e discuto com os meus alunos de ECONOMIA....

abraço de amizade

RPM

quarta-feira, 19 julho, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

Os sindicatos só se mostram nas manifestações e no apelo à greve.
Os trabalhadores têm que se mentalizar que os sindicatos não pensam em cada um mas sim em termos gerais.
Muitas vezes, para os sindicatos, é mais importante um aumento de 8% ou 10% do que tentar manter uma certa estabilidade na empresa.
Em algumas ocasiões é mais importante ir contra as pretensões dos trabalhadores e dar-lhes estabilidade de emprego, do que estar sempre do lado deles e depois provocar consequências catastróficas para famílias inteiras.
É que ainda há empresários e empresas, dignas, que não estão para aturar exigências de certos trabalhdores que depois não são traduzidas em acréscimo de rendimento.
Os sindicatos ao invés de criticarem e efectuarem manifestações em casos consumados deverão trabalhar na prevenção das situações. Têm obrigação de andarem atentos.

quarta-feira, 19 julho, 2006  
Blogger Bel disse:

Olá, João:
Na base de qualquer manifestação levada a cabo pelos sindicatos em função de uma qualquer reinvidicação muito justa segundo eles estão sempre motivações políticas.Talvez por isso se esqueçam de ouvir os principais envolvidos, os trabalhadores.
Sim, realmente ouvir falar de aumentos na ordem de 10% há um ano atrás e agora ordenado algum deixa-nos a reflectir em que situação cada um de nós estará no futuro.
Um beijo

quarta-feira, 19 julho, 2006  
Blogger Alex disse:

APELO

NÃO COMPREM CARROS DA GM.

O GRUPO GM E DONO DAS MARCAS BUICK, CADILLAC, CHEVROLET, PONTIAC, SATURN, DAEWOO, GMC, HUMMER, HOLDEN, VAUXHALL, SAAB E OPEL. É PARCEIRA DA ISUZU, SUBARU, SUZUKI E LADA. É A MAIOR CONSTRUTORA DE AUTOMÓVEIS DO MUNDO.

ESTES SENHORES EMPREGAM 360,000 TRABALHADORES E TIVERAM UM LUCRO DE 8,6 BILIÕES DE DOLARES EM 2005. COMO TÊM O ESTADO PORTUGUÊS NA MÃO VÃO FAZER O QUEM MUITO BEM LHES APETECER. NÃO VÃO CUMPRIR OS ACORDOS E APENAS ESTÃO PREOCUPADOS COM O LUCROS QUE VÃO DISTRIBUIR PELOS CAPITALISTAS.

(JL pede-se 10% para ter 2 ou 3 de aumento - sempre foi assim)

quarta-feira, 19 julho, 2006  
Blogger sattelite disse:

JL estou em completo acordo contigo, não podemos esquecer que os sindicalistas têm sempre o seu garantido, a lei concede-lhes dispensa do trabalho para actividades sindicais uma vez por mês, ninguém controla estas actividades, no caso de serem dirigentes nacionais recebem um ordenado do sindicato pago por todos aqueles que acreditam nalgum valor do sindicato, até hoje ainda não tive nada que me provasse a utilidade de sindicatos...

quarta-feira, 19 julho, 2006  
Blogger Vica disse:

Eu já vi essa história, a GM ficou por aqui, mas a Ford se foi...

quinta-feira, 20 julho, 2006  
Blogger Unknown disse:

Temos que pensar na Cintoen de Mangualde...
Eu seguia o exemplo do Alex, latas da GM não comprava nem mais uma.
Quanto ao carneiro não concordo com nada do que disse por uma razão, a GM quando assinou os contractos com o nosso governo conhecia a nossa legislação, portanto só tinha que honrar os compromissos. Depois, os trabalhadores recebem de indemnização o que ganharam por direito, uma vez que deixam anos de vida numa empresa e como tal merecem parte desse bolo.

GS

quinta-feira, 20 julho, 2006  
Blogger Maria P. disse:

100% de acordo com estas análise.

Um abraço.

quinta-feira, 20 julho, 2006  
Blogger Alex disse:

0% de acordo com esta análise.
Acho que a acção do sindicato não teve nada a ver com o encerramento. Outros interesses, sim... €€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€

Os capitais não têm fronteiras e os trabalhadores também não as deveriam ter. Todas as fábricas da GM deviam ser solidárias com Palmela. Não se admite que uma empresa altamente lucrativa deslocalize a produção por apenas mais alguns €€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€€

quinta-feira, 20 julho, 2006  
Anonymous Anónimo disse:

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terça-feira, 06 fevereiro, 2007  
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terça-feira, 06 março, 2007  

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