quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

O país dos mínimos

Discutia-se, hoje, no fórum da TSF, de novo, a hipótese de virmos a gozar os feriados móveis a uma segunda-feira. Como se, milagrosamente, aqui estivesse a solução para a crise e para a baixa produtividade constante que o nosso país apresenta.
A esse propósito o reputado economista, João César das Neves, dizia que não se podia atribuir a baixa produtividade ao facto de termos muitos feriados e pontes porque nestes eram geradas receitas importantes para o sector do turismo e consequente riqueza.
A esse propósito, também, um sindicalista disse que aos seus olhos seria inimaginável que o 25 de Abril se passasse a comemorar no dia 28 ou 29.
A este propósito, acrescento eu, para mim o Natal será em Dezembro e no dia 25. Só!
Mas a propósito da questão maior, a produtividade, recordo apenas que ela talvez esteja a ser encarada pelo lado errado. Na América, por exemplo, gozam-se tantos ou mais feriados. Para mim o problema está no facto de sermos um país de mínimos: do rendimento mínimo, do ordenado mínimo, do salário mínimo, da escolaridade mínima e por aí adiante. Não será, pois, de espantar que em contraposição sejamos o país do trabalho mínimo, da produtividade mínima e assim sucessivamente.
Os máximos, apenas na fuga aos impostos e no sexo. Neste quadrante, aliás, todos os governos o têm praticado constante e assiduamente connosco.

7 Comentário(s):

Blogger carneiro disse:

Desta vez não estou inteiramente de acordo consigo. O plano de cavaco que foi vetado por Mário Soares, dividia os feriados em dois grupos: um para as efemérides fixas mais importantes (Natal, 25 Abril, 5 Out.) e outro grupo para os feriados menos importantes como os municipais, o dia de todos os santos, etc. que calhassem à 3ª Fª e que passavam para a segunda feira, 5ª para 6ª, etc.

Nesta matéria creio que as opiniôes têm a ver com o regime laboral de cada um de nós. Como trabalho por conta própria e porque muitos desses feriados venho trabalhar - até porque me posso dar ao luxo de alargar um f-d-semana, só porque me apeteça - estou de acordo com a alteração.

Compreendo que quem trabalhe por conta doutrém encare as pontes como um direito e uma regalia social.

Agora que trabalhando se cria mais riqueza nacional do que estando de folga, parece-me que é evidente.

Por outro lado, como o país não tem mesmo solução - segundo o ultimo estudo noticiado a segurança social só conseguirá pagar pensões de reforma até 2039 -, os nossos filhos não tem cabimento no país, pois andarão a descontar para um regime que vai abrir falência e que não lhes vai retribuir coisa alguma daquilo que eles vão andar a descontar.

Por isso, eu já preparo os meus para irem para um país escolhido pela consistência e sustentabilidade do respectivo sistema de segurança social.

Por isso, podemos ter os feriados que nos apeteçam que o resultado pior só poderá antecipar a hecatombe um ou dois anos. E como em 2039 já cá não estou, é igual ao litro que o país abra falência em 2039 ou em 2035.

É como o titanic. Como sabemos que vamos ao fundo, ao menos vamos consolados e a ouvior musica.

quinta-feira, 18 janeiro, 2007  
Blogger PPN disse:

Atentemos em dois pontos assentes:
Segundo a Constituição da República Portuguesa ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão da religião.
Segundo a Lei da Liberdade Religiosa o Estado adopta qualquer religião.
Então porque se continua em Portugal a ter feriados religiosos? Fazendo as contas são oito, dos quais apenas um coincide sempre com o Domingo!
Feriados civis são seis!

quinta-feira, 18 janeiro, 2007  
Anonymous Anónimo disse:

A questão da falta de produtividade, parece-me, não tem a ver com haver feriados ou não: tem a ver com a organização do/no trabalho. No estranjeiro os portugueses trabalhadores( eos os outros) são produtivos e lá como cá também há feriados e gozam-nos. Em Portugal os trabalhadores, seja em que sectores fôr, das Multinacionais são produtivos e também gozam os feriados. Por isso a causa da não produtividade de Portugal tem a ver com o modelo de organização das empresesas e nada mais. Porquê as empresas multinacionais com trabalhadores portugueses a laborar em Portugal e com os feriados portugueses são produtivas e as empresas portuguesas nas mesmas condições não o são?!! Há vários empresários e gurus da economia e da gestão que afirmam isto que acabei de referir, só que os nosssos empresários e gestores continuam a fazer ouvidos de mercador...

quinta-feira, 18 janeiro, 2007  
Blogger Bel disse:

Caro João, o Natal não deveria ser todos os dias?
Estarás assim tão forreta ao ponto de não querer comprar filhoses mais que uma vez ao ano?
:)

quinta-feira, 18 janeiro, 2007  
Anonymous Anónimo disse:

Que produtividade pode ter um país que dá rendimento mínimo, a uma pessoa, mais elevado do que o ordenado que essa mesma pessoa poderia usufruir caso estivesse a trabalhar?
Os maus exemplos vêm de cima.
Num país onde tanto se fala em produtividade oferece-se o dia 26 de Dezembro aos funcionários públicos, enquanto os do privado tiveram, eles sim, de contribuir a produtividade.
Neste país ao se incentiva nem o trabalho,nem a vida.
Neste país não se respeita quem realmente trabalha, quem produz.
Neste país os malandros é que se vão safando.

sexta-feira, 19 janeiro, 2007  
Anonymous Anónimo disse:

passei para te ler, o que é sempre um prazer, deixo votos de um bom fim de semana.
beijos

sábado, 20 janeiro, 2007  
Anonymous Anónimo disse:

Voltei à blogosfera. Venho desejar bom fim de semana, no entanto confesso que não me apetece pensar em produtividades... não hoje!

sábado, 20 janeiro, 2007  

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