segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Seringas pr'a troca

A propósito da campanha de troca de seringas prevista para as prisões, no âmbito da lei promulgada o ano passado, e mais importante do que opinar sobre as vantagens e desvantagens ou ser-se a favor ou contra a iniciativa, é o reconhecimento de que a droga circula livremente pelas cadeias portuguesas.
Aliás, muitos dos reclusos estão detidos precisamente pelo facto de terem sido apanhados na posse ou pelo uso de droga. Parece, por conseguinte, haver aqui um profundo paradoxo. Mal comparado e por absurdo, será mais ou menos o mesmo que distribuir armas pelos homicidas presos, para que possam continuar no “exercício das suas funções”.
Se ignorar o problema é enterrar a cabeça na areia, colaborar nele, desta forma, parece sinal de impotência do estado e de um baixar de braços do género: “se não podes vencê-los…”
Como diriam os Gato Fedorento na rábula de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o aborto: é proibido! Mas pode-se fazer? Pode, mas é proibido!

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7 Comentário(s):

Blogger Amaral disse:

JL
Parabéns por este post que, de maneira simples e até humorística diz tudo. Consome que vais preso e lá dentro ninguém te faz mal. Mas se é crime cá fora? Pois, por isso vai lá para dentro e chuta-te.
Abraço

terça-feira, 25 setembro, 2007  
Blogger Unknown disse:

Cumprimentos.

Realmente tamb�m n�o concordo com troca de seringas nem dentro nem fora das pris�es.
Devia-se era combater mais este flagelo da actualidade.

um abra�o

terça-feira, 25 setembro, 2007  
Blogger Neoarqueo disse:

O consumo de droga é previsto como crime à luz da nossa legislação, porém a pena não é de prisão. O que dá prisão em matéria de droga é o tráfico. Assim, "lá dentro" consome-se, certo, mas penso que não se pode fazer um paralelo tão linear quanto o que apresentas, João. Na realidade, os reclusos que consomem heroína na prisão, independentemente de terem sido presos por este ou por aquele crime devem ter direito a seringas únicas, é que as doenças infecto-contagiosas existem e propagam-se e os presos "viciados"já estão condenados, mas não temos o direito de os condenar à SIDA ou às HEPATITES. No fundo há três grandes problemas no artigo que bem trouxeste à luz: 1- o crime que leva os presos à prisão, o consumo de drogas duras na prisão, e a prevenção da propagação de doenças mortais. Três problemas muito sérios para a nossa Sociedade.

terça-feira, 25 setembro, 2007  
Blogger Al Cardoso disse:

Caro Joao:

Sou de opiniao que se existem lugares que podiam e deviam estar livres de drogas, sao as prisoes.
Se nao estam e porque as entradas de visitantes nao sao bem vistoriadas, e os servicos prisionais nao funcionam como deveriam.
Entao ponham-nos a funcionar devidamente e acabem com esta pouca vergonha.
De facto este "xoxialismo" esta a sair das medidas!!!

Um abraco de amizade.

quarta-feira, 26 setembro, 2007  
Blogger Eduardo Leal disse:

Amigo João,
Como bem sabes, estou cem por cento de acordo que a droga é um flagelo terrível.
Sabes também que penso que as drogas deveriam ser controladas pelo estado, de forma a minar o negócio que está por detrás delas.

Penso também que a sociedade hipócrita em que vivemos prefere esconder a cabeça na areia e ignorar o que se passa nas cadeias.

Não acredito que isto seja um problema de governos ditos "Xoxialistas" - como diz o Al Cardoso.

É um problema que infelizmente atravessa todos os estados, democráticos e não democráticos, mais ou menos socialistas, liberais ou socialistas cor de laranja.

A questão da troca de seringas é uma questão de saúde pública!
Não se trta de paradoxo nenhum. Trata-se de compreender que existe um flagelo, que nunca ninguém conseguiu controlar - e que importa evitar que quem entra na prisão por um crime cometido seja condenado duas vezes: Condenado à prisão e condenado a ser infectado com HIV ou Hepatite.

Ao menos por causa dos que cá estão fora... aceitem minimizar os danos.

sexta-feira, 28 setembro, 2007  
Anonymous Anónimo disse:

Eu detesto seringas,
mas que a droga existe nas prisoes é uma realidade,por isso concordo com a introduçao das seringas,como voces dizem trata-se aqui de saude publica, nao sei como é que eles vao fazer a troca ou entrega das mesmas porque está em jogo a privacidade de cada um,o Portas á dias estava muito preocupado com o ataque aos guardas, mas eu nunca ouvi nenhum comentario quando a anos atras introduziram os preservativos nas prisoes, não sendo elas mistas eu perguto para que é que os presos querem os preservativos, estes não dao para chutar mas enfiados na cabeça dos gurdas podem matar.

um abraço

sábado, 13 outubro, 2007  
Blogger sattelite disse:

É um facto que existe droga dentro das prisões, é um negócio rentavel e todos nós sabemos que não é apenas pelos visitantes que entra, todos os dias existem noticias relacionadas com a participação de agentes da autoridade em tráfico de droga. Além disso nas prisões trabalham administrativos, funcionários de oficinas, pessoal de saúde, cozinheiros etc...
Não podemos comparar a distribuição de preservativos à distribuição de seringas, um preservativo na cabeça de um guarda pode matar, mas leva algum tempo até sufocar. Uma seriga espetada no local certo mata em segundos!! Além disto a troca de seringas está prevista para todo o tipo de reclusos, infectados ou não, pode ser um meio de transmissão recluso-guarda. Não podemos sujeitar uma pessoa que está ali a fazer o seu trabalho ao risco de contrair sida ou hepatite.
O que deveria acontecer no nosso país era programas eficazes de desintoxicação dentro das cadeias e um controle apertado ao que entra.

segunda-feira, 15 outubro, 2007  

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