terça-feira, 10 de julho de 2007

Sem comentários

Depois desta ausência e ainda sem grande vontade para escrever, apesar de não faltarem temas todos os dias, publico o que encontrei hoje no Público online e que não comento para evitar um amontoado de impropérios que me apetece dirigir à nossa (in) justiça. Os negritos são meus.

"Onze anos de prisão. Foi esta a pena aplicada por um colectivo de juízes do Tribunal São João Novo, no Porto, a Daniel Ferreira, um jovem de 21 anos que matou um dos trolhas que atirou um piropo à sua namorada.
Depois de ouvir a sentença, o rapaz, que está em prisão preventiva, sorriu. No fim da leitura levantou o polegar em sinal de agrado, dirigindo-se aos vários amigos que assistiam à audiência. Quem não gostou da pena foi a mãe de Paulo Sousa, o trolha assassinado, que à saída repetia que não foi feita justiça. O Ministério Público, que acusou o jovem de homicídio qualificado, o que implicaria uma pena entre os 12 e os 25 anos, recusou-se a adiantar se vai recorrer da sentença. A advogada de defesa, por seu lado, mostrou-se satisfeita e afirmou que não vai pedir a revisão da pena.Os juízes condenaram Daniel Ferreira por homicídio simples, rejeitando a tese defendida pelo Ministério Público que sustentava a especial censurabilidade da conduta do jovem, devido ao motivo fútil do crime. Na sentença o colectivo considerou, contudo, que “o motivo da facada não foi meramente o piropo, mas também o conflito que se seguiu”. “Se a vítima não contribuiu para o desfecho, também não fez nada para o evitar”, avaliou o colectivo.Foi dado como provado que em Maio do ano passado, Daniel Ferreira passava numa rua do Porto, perto do Marquês, quando um grupo de trolhas atirou um piropo à sua namorada. O colectivo não apurou a terminologia exacta do que foi dito, mas considerou que terá sido similar a “linda menina, papava-te toda”. O jovem, que possui já vários roubos e furtos no cadastro, não gostou e ripostou. “Queres uns óculos?”,ameaçou. Os trolhas não se calaram e perguntaram-lhe o que queria. O rapaz pegou num pedaço de madeira enquanto continuava o despique de insultos. Entretanto, entrou no restaurante Solar do Marquês, onde pegou numa faca, com 24 centímetros de lâmina, que espetou na barriga do trolha falecido. A arma atingiu os pulmões do homem, dando igualmente origem a uma hemorragia interna. Sérgio Bernardino acusado do crime de favorecimento pessoal por ter encoberto Daniel, de quem era amigo, foi condenado a um ano de prisão, suspenso por dois anos. O tribunal deu como provado que este arguido, que trabalhava no Solar do Marquês, lavou a arma do crime e a guardou junto dos restantes talheres, tendo igualmente mentido à polícia dizendo que não sabia nada do que se tinha passado. Já fora da sala de audiência, os amigos de Daniel Ferreira gritavam. “Estás em grande” e “Cinco anos e estás cá fora”, ecoaram nos claustros do tribunal."

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7 Comentário(s):

Blogger Unknown disse:

cumprimentos.
é de lamentar o acontecimento destas situações, que pelo motivo de uma troca de palavras se tenha chegado a uma morte.
eu sou contra a pena de morte, mas em certas situações devia fazer parte das nossas leis, nem que fosse só para evitar mais mortes.
um abraço

terça-feira, 10 julho, 2007  
Blogger Amaral disse:

JL
seja bem-revindo já fazia falta a sua presença. Este ou outros assuntos como refere deixam-nos envergonhados com o país que estamos a viver.
Abraço

terça-feira, 10 julho, 2007  
Anonymous Anónimo disse:

A partir de agora os trolhas e outros orangotangos que tais, vão pensar duas vezes antes de mandar mais 'piropos' às mulheres...

“Se a vítima não contribuiu para o desfecho, também não fez nada para o evitar”.

De lamentar é a violência quotidiana e consentida
que gerou a outra violência ainda maior.

Bem vindo (de volta?)...

;-)

terça-feira, 10 julho, 2007  
Anonymous Anónimo disse:

Tem razão.
É melhor não comentar para evitar um amontoado de impropérios que NÃO me apetece dirigir à nossa justiça.
Bem-vindo e boa semana.
(sem decote)

quarta-feira, 11 julho, 2007  
Anonymous Anónimo disse:

Matar não, nunca.
Mas cortar a língua, já concordava, a esse mal educado que antes de desrespeitar a rapariga, desrespeitou o seu namorado.
Os amigos concerteza que aprenderam a lição.

quarta-feira, 11 julho, 2007  
Blogger Eduardo Leal disse:

Como parece tão difícil compreender!

A sociedade é actual é disfuncional.
E é provavelmente por isso, que por causa de um piropo, que pode até ter ofendido, mas concerteza não tirou bocado, alguém reage de forma tão estranha.
Porque é sempre estranho matar.

Mas, mais estranho ainda, é que juízes não compreendam a importância do acto de julgar...
Porque são formados para isso. Para dar opiniões andamos cá nós.

Um Abraço,

domingo, 15 julho, 2007  
Blogger north disse:

O que se trata aqui, mais grave que o crime no meu entender, é a atitude do individou que tirou a vida a outro assim como os dos seus amigos! Onde está o respeito pela vida que se perdeu? Há muita falta de valores nesta sociedade.

North

segunda-feira, 16 julho, 2007  

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