Ascenção e queda de um anjo...
A queda da Câmara de Lisboa é, para Marques Mendes, uma faca de dois gumes. Se por um lado dá uma imagem de coerência na atitude e no discurso, por outro fica maculado pelo facto de ter impedido Pedro Santana Lopes de ser o candidato nas últimas eleições.
Santana, sempre acusado de ser trapalhão, torna-se assim um anjo ao lado das trapalhadas de Carmona. Dizer, no entanto, que com PSL nada disto teria sucedido é, também um mero exercício de retórica e de fácil conjectura. Acredito, porém, que assim fosse.
Mas esta decisão de Marques Mendes enferma no risco de se meter no mesmo saco Carmona, Valentim Loureiro, Isaltino Morais e outros do mesmo jaez. De facto o presidente da Câmara de Lisboa foi constituído arguido tão somente para depor num processo. Nada mais, por enquanto. O risco que corre é de ser julgado na praça pública sem que, no entanto, haja matéria para julgamento. Ser constituído arguido não é, até prova em contrário, atestado de criminoso ou corrupto.
Por isso, Carmona, é empurrado e para a porta mais pequena do edifício da edilidade.
Apressou-se a oposição, nomeadamente os suspeitos do costume, PCP e Bloco, a apregoar que esta posição de Marques Mendes surge atrasada e que eles próprios já tinham há muito avançado com essa solução publicamente. No fundo menosprezando a atitude e, presunçosamente, arrebatando a si a condição de paradigma, de exemplo a seguir.
Até poderiam ser, não fosse o facto de terem telhados de vidro. Ou melhor de porcelana fina. O PCP tem o exemplo da Câmara de Setúbal onde a sua presidente é arguida num processo de despedimento colectivo. Logo uma presidente do PCP a ser acusada de praticar a antítese do marxismo. E o Bloco tem o exemplo na única autarquia conquistada, a de Salvaterra de Magos, onde todos os seus vereadores e presidente estão envolvidos numa acusação de corrupção. Até hoje não lhes ouvi um “pio” sobre a matéria. E vocês?
Entretanto Carmona não renuncia e diz que será o último a abandonar o navio. Não, não é, seguramente, o exemplo de timoneiro. Tampouco vai ao leme de alguma barcaça de fazer inveja ao Titanic. Sabe é que a glória é vã e o poder é efémero. E que amanhã, o mais certo, é que ninguém o reconheça e fique no “desemprego”. Porque é independente e não tem amigos na política!
E Santana? Deve rebolar-se de contente!
Etiquetas: Câmara de Lisboa, Carmona, Marques Mendes
7 Comentário(s):
Olá João.
Acreditas mesmo que ele nao tem amigos já com um outro cargo qaulquer?
Mas concordo a esta hora, certamente Santana está a rebolar, resta saber onde, porque e qual a quantidade de gel hoje gasta.
:)
Quanto a ti desejo te uma boa noite.
É o que eu digo sempre... a política e a maioria do políticos, desde a esquerda mais funda até à direita mais remota, é toda farinha do mesmo saco! (para não dizer aqui uma asneira mal cheirosa)
Não adianta dizerem mal uns dos outros...
Aplaudo a decisao de Marques Mendes, ja nao posso dizer o mesmo de Carmona Rodrigues, ate posso concordar que esteja inocente, mas nao necessitava de ficar agarrado a cadeira camararia!
Um abraco de amizade.
O poder corrompe...
RC
Viva a lei da "Ostraka" dos antigos gregos...
Eu bem vou publicando as minhas pequenas linhas, e com o tempo, a razão cá vai chegando...
Olá :)
Passei para ler as novidades deixar um jinho e votos de boa semana :)
Kiss
Será que o M.M.(meia calça) sabe o que fez?
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