Os políticos que temos e somos
Juízes, advogados e políticos são as profissões que têm pior imagem segundo o Barómetro DN/TSF/Marktest. No topo das preferências dos portugueses estão médicos, jornalistas e professores. Segundo esta sondagem, 49,7 por cento dos portugueses consideram negativa a acção dos juízes, ao passo que 38 por cento vêem a acção dos advogados como má. Abaixo destes surgem os políticos que são cotados como tendo má imagem por 71,3 por cento dos inquiridos.
No topo das preferências estão os médicos que recolhem opiniões positivas de 67,8 por cento dos portugueses, seguidos de perto por jornalistas e professores. Fonte: TSF Online
Vejo isto. Leio uma… duas… três vezes. Não percebo. Releio. Procuro na ficha técnica uma razão: confirmo se a sondagem foi feita em Portugal. Foi!
Fico, no entanto, com sérias dúvidas que os eleitores de Marco de Canavezes, Amarante, Felgueiras, Gondomar, Oeiras e outros concelhos que não me ocorrem (ou se ocorrem não os cito por vontade) foram inquiridos. Só assim se justifica os políticos se encontrarem no fundo das preferências dos portugueses.
Bem, confesso que também eu prefiro os professores e os jornalistas. Sempre aprendo alguma coisa: com os primeiros como fazer; com os segundos (alguns) como não fazer.
Pergunto-me se estes políticos, de quem os portugueses não gostam, vieram de Marte ou de Júpiter. Parece que não. Saíram do meio de nós e fomos nós (os mesmos que dissemos que não gostamos deles nesta sondagem) que os elegemos e elevámos aos mais altos cargos da Nação.
Não serão eles mais do que o nosso reflexo? Não vale a pena esconder nem optar pelo caminho mais fácil dizendo “eles são isto ou aquilo”. Quando devemos dizer nós.
Não vale a pena inventar desculpas dizendo que “estes são os políticos que temos”. Quando, na verdade, são os políticos que queremos e que somos.
Tudo o que temos em Portugal, bom e mau, é o reflexo do povo que somos. Os políticos não são excepção. Eles não nascem assim. Fazem-se. E nós temos sido demasiado permissivos.
6 Comentário(s):
Aplaudo este post assim como gostei de ler os outros seus posts.
Mas essencialmente, vim aqui deixar o meu agradecimento pela sua visita e comentário.
...e já agora, referir o facto, engraçado, de que temos o mesmo nome...só com a diferença de que eu sou, como quase tds as mulheres: «Maria»...João Lopes :-)
Ah, tb sou do signo Touro...lá no bloguito está errado, dizerem que sou dou do signo Peixes...imagine-se, eu, uma verdadeira Taurina, ser considerada uma Peixa!...Humpf!!!
:-)
Cumprimentos e até breve
Eu diria mais, a politica deve ser interessante pois os politicos são sempre os mesmos. Senão vejamos: Mais de metade dos ministros do Eng Sócrates já o foram no governo do Eng Guterres.
Os novos politicos são poucos, pois a política proteje quem lá está, é uma espécie de lobbie em que para entrar é necessário passar nos testes psicotécnicos e demonstrar um perfil o mais vigarista possível...
O maior problema é fazer-se da política uma profissão. Temos muita gente nessa situação e são principalmente esses que tolhem a política e que lhe dão a má imagem que actualmente tem. Através dos seus "joguinhos" com o objectivo de permanecerem numa actividade que lhes dá um bom vencimento com pouco trabalho, flexibilidade de horários e na maioria das vezes com ausência de responsabilidade. O maior problema que eles têm, é que, se por acaso não conseguirem aguentar-se naquela vida, o mercado de trabalho não lhes reconhece competência, daí o cinismo, a hipocrisia e a mentira que eles actualmente dão à classe.
Relativamente à sondagem os empresários na maioria deles pessoas que realmente mexem com a economia deste país e dão emprego (que hoje em dia cada vez mais nos preocupa)a tantos portugueses, têm mais opiniões negativas que positivas. Por isto, muitas das pessoas que contribuiram para estes reusultados não consideram importante o seu posto de trabalho nem quem lho proporciona.
Existe uma profissão que com o direito de antena que possui, o poder dissuasivo que tem e com o seu constante apregoar de imparcialidade muitas, vezes duvidoso, nunca estará numa posição incómoda, antes pelo contrário tem o poder de colocar nessa mesma posição outros profissionais que em muitas situações têm muito mais nível e profissionalismo que os profissionais dessa classe.
Falo claro do jornalismo que terá sempre o poder de conferir grande dimensão ao que de menos bom se passa noutras classes profissionais.
Concordo plenamente.
Uma coisa é certa: temos, de facto, os NOSSOS políticos... são estes e não outros!
Agora, sem querer parecer Kafkiano (é assim que se escreve?) começo a acreditar que há uma estrutura montada (que abrange diversos sectores) que faz com que se perpetuem estes e não abre caminho a outros... nem lhes dá hipótese!
Enfim...
Joao excelente comentário; e não interrogues, os politicos que temos não são mais nem menos do que o nosso reflexo, afinal eles são tão povinho como qualquer um de nós, sem dúvida. Agora, e por isso também digo que vivemos numa semidemocracia, nós temos é pouca responsabilidade no que fazemos e daí o resultado dessa sondagem face aos politicos, elegemo-los e depois é que nos damos ao trabalho de averiguar se são os mais capazes para o cargo, quando devia ser ao contrário.
Já agora e defendendo a minha classe, também podes aprender alguma coisa com advogados, reconheço, contudo, que nem com todos.
Um abraço
José Miguel MArques
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