sexta-feira, 8 de junho de 2007

A escravatura comunista

08-06-2007 - Foto: China Daily/Reuters
Salvo da escravidão

Um dos trabalhadores chineses salvos pela polícia que estavam sujeitos a um regime de escravatura em Hongdong. Ao todo, foram resgatadas 39 pessoas, que foram forçadas a trabalhar durante anos a pão e água, sem direito a qualquer salário, numa obra da responsabilidade do filho de um dirigente local do Partido Comunista Chinês.


A notícia vem como destaque do dia no Público online. A imagem vale bem as mil palavras que dispensa. O que me intriga – e muito – é saber o que pensarão ou dirão os defensores do regime que, afinal, tem milhões de pessoas a trabalhar por um pouquinho mais que este chinês: pão, água e uma malguinha de arroz! Ouço-os, com frequência, naquele discurso que tresanda a mofo de tão velhinho que é e que se mantém em cassete porque ainda ninguém se deu ao trabalho de o passar para DVD. De resto, esta é uma invenção do capitalismo e, por conseguinte, demoníaca. Mas parece que ouço, lá ao fundo guardadas na memória, as últimas palavras na embriagada voz de Odete Santos, na sua despedida de deputada na Assembleia da República, igualando as razões de certas seitas religiosas quando dizem que só os seus fieis se salvarão. Foi isso, no fundo, que ela disse aos jovens parlamentares. Todos se riram com o atrevimento, mas o facto é que Odete falava a sério. O capitalismo não é perfeito. Longe disso. Mas bem aplicado paga o justo salário a que trabalha. Muitas vezes, sabemos, está mal aplicado. O comunismo, aqui se vê, que não está nem bem nem mal aplicado. Aliás, esta é a antítese da sua essência. Não ficarei admirado se amanhã escutar de novo nos noticiários que os partidos mais à esquerda do sistema político, condenarem de viva voz os lucros do capital. Daquele capital que, bem ou mal, vai gerando emprego e pagando salários.

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