domingo, 31 de dezembro de 2006

Olá 2007!


Já está! Nada podemos fazer pelo que deixámos para trás. Agarremos, com unhas e dentes, as coisas boas que, espero e desejo, cheguem a todos nós!
Brindemos a 2007!

sábado, 23 de dezembro de 2006

Feliz Natal


Que é do anjo das asas rutilantes
Com que lutou Jacob, na madrugada?
Que é desse outro, de falas sussurrantes,
Que surgiu a Maria, a fecundada,

Tão casta e sem pecado como dantes?
Que é da estrela, pela mão de Deus lançada
A guiar os incertos caminhantes
Ao colmo da cabana consagrada?

Onde estão os sinais que Deus envia?
Onde estão, que os procuro noite e dia
Sem nunca ver cumprido o meu desejo?

Não os vejo e não sei se eu, que os procuro,
Os não encontro porque sou impuro,
Ou sou impuro porque os não vejo.

Poema de Reinaldo Ferreira encontrado aqui

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Sim Carolina o i o ai...

Coloca-se a hipótese de Carolina Salgado ser arrolada como testemunha ou como arguida no caso provocado pela publicação do seu livro que resultou, tão simples e sumariamente, da ruptura com o seu ex companheiro Jorge Nuno.
Ao que parece a Justiça pretende esclarecer e detalhar certos episódios aí narrados.
Não li e não tenho intenções de ler o livro apenas e só porque a intimidade do casal nada me diz respeito. Mas pelo que já ouvi e vi na comunicação social sobre os escritos de Carolina, só posso concluir que os magistrados devem querer pormenores sobre a marca de cigarros que ela fumava quando se soltavam as flatulências de Pinto da Costa. E se resultava tal atitude. E, já agora, a marca do creme para as esfoliações. Sim, porque essas deverão ser as únicas verdadeiras novidades publicadas. Tudo o resto já se sabia e já era falado à boca cheia no e fora do mundo do futebol. Não percebo, por isso, o espanto e a indignação de meio país ao ouvir a aberturas dos noticiários dos últimos dias.
Posto isto retenho duas coisas: Carolina arrisca-se a ser, porventura e tendo em conta a nossa justiça, a única protagonista desta história a “malhar com os ossos” na cadeia; quanto não vale a palavra de uma meretriz neste país, pois tivesse sido a anterior companheira a dizê-lo e já tinha levado uma surra do bobi e do tareco, antes que alguém manifestasse vontade em a ouvir.

sábado, 9 de dezembro de 2006

Menos festa... mais música!

A fina flor da “high society” lisboeta ficou revoltadíssima com o corte orçamental que o governo fez ao Centro Cultural de Belém impedindo, desta forma, a realização da Festa da Música, sendo este evento substituído por outro de menor dimensão e custo e, provavelmente, menor grandiosidade e impacto junto dos “protestantes”.
É sempre “in” e “bem” frequentar este tipo de espectáculos, mesmo que sejam uma grande seca, porque as revistas cor de rosa estão lá todas e se não quisermos passar por pindéricos o melhor mesmo é marcarmos presença.
Vai daí e na ausência de orçamento tão elevado, “aqui d’el rei” que a cultura deste país está de rastos e a ser muito mal tratada.
Bom, impõe-se aqui uma pequena reflexão sobre o assunto.
1 – Se a Festa da Música é, de facto, um evento tão importante como quer fazer crer a “high society” por que razão não aparecem mecenas que suportem os seus custos? Diga-se, em abono da verdade, que estes apoios dos grupos económicos estão previstos e regulamentados e são altamente dedutivos nos seus impostos;

2 – Por que razão eu, um simples cidadão da plebe, tenho que contribuir para esta festa tão chique que mais não serve do que os interesses daqueles que poucos impostos pagam mas, por contraste, figuram sempre nos sítios mais caros do país?

3 – Por que razão não fica escandalizada a “fina flor” com o corte orçamental que sofreram as minhas gentes - por via do aumento da carga fiscal, do preço dos combustíveis e custo de vida - impedindo-as de patrocinar as festas do povo cá do burgo? Ou não será, também, de cultura que aqui se fala? Ademais, festas são coisa que não falta por esse país fora, de norte a sul, de leste a oeste.

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Salas de "chuto"

Ouvi na rádio que a Câmara de Lisboa se prepara para fazer aprovar uma medida que resulte criação, na capital, de salas de "chuto", pomposamente designadas de salas de injecção medicamente assistidas.
Ora, chame-se-lhe o que se chamar é como aquilo que a gente sabe que por mais perfume que tenha nunca será senão aquilo que é.
Quando, aqui há uns anos, o PS tentou implementar este conceito e prática eu manifestei a minha opinião contrária. Hoje, independentemente do partido que a propõe, mantenho a minha posição do passado.
A razão é simples: devemos estimular ou apoiar os que caíram nas malhas da droga a livrarem-se do vício. Perpetuá-lo não. Dir-me-ão que não, que as salas servirão exactamente para prevenção de doenças e com assistência médica garantindo que o toxicodependente acompanhado seja orientado a tomar o caminho da redenção.
Não me parece que assim seja. Tanto mais que um consumidor não se livrará do vício consumindo o produto do próprio vício sendo que, neste caso, o acesso à droga poderá ser gratuito.
Seria melhor, talvez, se a Câmara de Lisboa se preocupasse um pouco mais com os seus idosos que vivem tantas e tantas vezes na solidão da cidade frenética e cada vez mais egoísta. Ou então com aqueles que nunca escolheram ter doenças e têm, não tendo garantidas, contudo, todas as condições e assistência médica de que necessitam.
É que, apesar de eu considerar que devemos ser solidários com os toxicodependentes que pretendem a cura, considero também que essa condição resulta de uma opção que em determinada fase da sua vida tomaram. Foi uma escolha. Errada, é certo, mas não deixa de o ter sido. Têm direito a uma segunda oportunidade e nós o dever de lha garantir, mas não assim.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Restauração

Goza-se, hoje, o feriado que recorda o dia da Restauração da Independência depois de 60 anos de domínio castelhano. Pergunto, ironicamente, se o feriado não deveria realizar-se do lado de lá da fronteira? Razões para comemorar não faltarão. Por cá, quer isso nos custe ou não, quer sejamos acusados de baixa auto estima patriótica ou não, as razões para comemorar não são grandes. Presupuesto que és verdad. Ainda assim, prefiro, sexualmente falando, a língua portuguesa na sua verdadeira plenitude. Ah, e as mulheres portuguesas, claro!
Por outro lado como é possível compreender um país com tão estranha linguagem? Lá que pão seja pan, vinho seja vino, ainda se percebe. Agora que porco seja cerdo, cão seja perro ou carro seja coche... Aliás, em matéria de auto estima os espanhóis também pecam. Reparem que um dos maiores investimentos e caso de sucesso no negócio dos centros comerciais é o Corte Inglês: porque diabo não se chama Corte Espanhol?
Reconheço, pois então, que aqui se encontram algumas boas razões para comemorar este dia por estas bandas. Bom feriado!