segunda-feira, 31 de outubro de 2005

Luz ao fundo do Túnel

Hoje é o dia da poupança. O governo, para incentivar os portugueses a poupar, mandou desligar a luz ao fundo do túnel.

Entretanto, de acordo com a TSF online, o pessimismo dos portugueses em relação ao futuro da economia voltou a subir em Outubro, depois do ligeiro recuo verificado nos meses de Verão. Segundo o Barómetro TSF/DN/Marktest, está de novo em alta o número dos que acreditam que a situação económica do país e das famílias vai piorar.

Uma coisa é certa: estarmos mais optimistas pode não ajudar muito mas evitam-se, de certeza, gastos excessivos em anti depressivos.
Convençamo-nos da importância que cada um de nós tem na resolução deste problema colectivo.

domingo, 30 de outubro de 2005

Selo do carro acaba em 2006

O Governo prepara-se para acabar com o selo do carro, já em 2006. O Imposto Municipal sobre Veículos vai manter-se como receitas das autarquias, mas a cobrança vai ser feita pela Direcção-Geral das Contribuições e Impostos.
O Imposto Municipal sobre Veículos vai passar a incidir sobre a posse e não sobre o uso e fruição da viatura. Ou seja, vai haver um agravamento da carga fiscal.
A cobrança deste imposto passa a ser feita em função do ano de matrícula do automóvel. Cada automobilista vai receber em casa, no mês de matrícula do carro, uma guia de pagamento.
O projecto encontra-se em cima da mesa do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, João Amaral Tomás, à espera de ser despachado. Fonte: SicOnline

Não se preocupem, no entanto, porque a medida e o guia de pagamento virão acompanhados do respectivo tubo de vaselina para não doer tanto.

De resto, este é um dos tipo de medidas a que já nos habituaram os governos do PS. Retiram um imposto e, imediatamente, criam um ainda pior. Lembremo-nos do exemplo da extinta SISA.

sábado, 29 de outubro de 2005

Portugal 10 - Alemanha 8

Hoje fiquei estupefacto - completamente - quando percebi que o Mundial 2006 a realizar na Alemanha só vai ter 8 novos estádios.
Entrei na página oficial da FIFA e, de facto, lá está. Só são oito os novos estádios dos doze que vão receber esse grande evento do desporto rei. Os restantes não são totalmente novos. Sofreram um pequeno “restyling”.
Fiquei perplexo e sem saber se havia de ficar orgulhoso dos nossos 10 estádios ou se, pelo contrário, nem devia falar disso a ninguém para não manchar a excelente organização elogiada pelos visitantes e pelos “sponsors”, os mais altos dignitários do futebol europeu.
Mas, a dúvida persiste, a Alemanha vai ter um Mundial só com oito estádios?
Não percebo, juro que não percebo. Ou os alemães estão muito mal de finanças ou eu não percebo, em definitivo.
Fico, contudo, a perceber melhor o estado das nossas finanças e porque é que as receitas não chegam para cobrir as despesas.
Por causa do excessivo endividamento da Câmara de Aveiro, por conta do estádio que tanto quis e que hoje tem uma afluência por jogo inferior às piores expectativas, o Presidente a autarquia foi despedido pelos seus munícipes.
Parece que os aveirenses não gostam de dívidas absurdas.

quinta-feira, 27 de outubro de 2005

Estou confusa!

Depois das Eleições Autárquicas e depois de muito se comentar sobre as consequências dos resultados obtidos, têm vindo a público comentários, que me têm preocupado.
Julgando ser falta de conhecimentos sobre a matéria resolvi fazer algumas pesquisas que aqui partilho.

Primeiramente fui à procura da palavra Democracia e encontrei, entre outras, as que me parecem reproduzir fielmente o conceito:

1) Democracia vem da palavra grega “demos” que significa povo. Nas democracias, é o povo quem detém o poder soberano sobre o poder legislativo e o executivo.
2) Democracia é o governo no qual o poder e a responsabilidade cívica são exercidos por todos os cidadãos, directamente ou através dos seus representantes livremente eleitos.
3) Democracia é um conjunto de princípios e práticas que protegem a liberdade humana; é a institucionalização da liberdade.
4) As democracias protegem de governos centrais muito poderosos e fazem a descentralização do governo a nível regional e local, entendendo que o governo local deve ser tão acessível e receptivo às pessoas quanto possível.
5) As democracias entendem que uma das suas principais funções é proteger direitos humanos fundamentais como a liberdade de expressão e de religião; o direito a protecção legal igual; e a oportunidade de organizar e participar plenamente na vida política, económica e cultural da sociedade.
6) Os cidadãos numa democracia não têm apenas direitos, têm o dever de participar no sistema político que, por seu lado, protege os seus direitos e as suas liberdades.
7) As sociedades democráticas estão empenhadas nos valores da tolerância, da cooperação e do compromisso. As democracias reconhecem que chegar a um consenso requer compromisso e que isto nem sempre é realizável. Nas palavras de Mahatma Gandhi, “a intolerância é em si uma forma de violência e um obstáculo ao desenvolvimento do verdadeiro espírito democrático”.

Julgando viver em plena democracia e não estando os valores indicados, de acordo com as ameaças que correm sobre os cidadãos que no gozo dos direitos que a constituição lhes conferiu, livremente apoiaram outras listas fiz uma pequena pesquisa sobre Ditadura que diz:

Ditadura é o regime político caracterizado pelo não cumprimento dos princípios da democracia. Podem existir regimes ditatoriais de líder único (como os regimes provenientes do Nazismo e do Fascismo) ou colectivos (como os vários regimes militares que ocorreram na América Latina durante o século XX).

Não obstante os significados de Democracia e de Ditadura, descritos procurei saber quais os princípios que servem de motor, se é que assim se pode chamar, ao Partido Social Democrata, e eis que no artº 1º dos seus estatutos se enuncia: “ O PPD/PSD tem por finalidade a promoção e defesa, da democracia política, social, económica e cultural inspirada nos valores de Estado de Direito e nos princípios e na experiência da Social-Democracia, conducentes à libertação integral do homem.”
Estava no bom caminho, sendo estes, também, os valores em que acredito, me revejo e que defendo.
Só me faltava verificar quais os princípios da doutrina ensinada por Monsenhor José Maria Escrivá (Fundador da Opus Dei) e, de entre outras, encontro o que procurava:
Amor à liberdade - «Estamos obrigados a defender a liberdade pessoal de todos, sabendo que Jesus Cristo foi quem nos conquistou essa liberdade (Gal 4, 31). Se não o fizermos, com que direito reivindicaremos a nossa? Também devemos difundir a verdade, porque “veritas liberabit vos”. A verdade liberta-nos, enquanto a ignorância escraviza». José Maria Escrivá

Depois de tudo isto pergunto-me, serão os rumores verdadeiros? Não quero acreditar!


Docas

O cartoon foi retirado daqui

quarta-feira, 26 de outubro de 2005

Sopas para provar no Inatel

Mais de 50 sopas vão ser dadas a provar no próximo dia 29 (sábado) no Pavilhão do Inatel em Viseu. Esta vai ser a segunda edição da Festa da Sopa que contará com a participação de 33 restaurantes da região, numa organização conjunta do Inatel e da Confraria Saberes e Sabores da Beira "Grão Vasco". Por 3 euros as pessoas que forem ao Pavilhão vão poder provar as melhores sopas do distrito. In Diário Regional de Viseu

Aqui fica uma excelente iniciativa e uma sugestão para o próximo sábado. Para além disso trata-se, também, de reintroduzir a sopa na nossa gastronomia. É dos pratos mais completos e mais nutritivos que temos.

Hoje é recomendada por todos os nutricionistas para um maior equilíbrio alimentar.
Na primeira edição o grande vencedor foi o Restaurante Moderno de Mangualde com a sua sopa de peixe a colher o maior número de votos e de "malgas".

segunda-feira, 24 de outubro de 2005

Um líder com princípios

Encontro-me, neste momento, a ler o livro de José Mourinho - "Um Ciclo de Vitórias". Um livro de fácil leitura e perfeitamente perceptível mesmo para quem, como eu, nada percebe de futebol. Trata-se no fundo de um livro sobre liderança.
Não hesito em partilhar convosco uma breve passagem e que relata o que se terá passado entre José Mourinho e alguns responsáveis do Benfica, quando pretendiam contratar aquele técnico depois de o terem perdido para o Leiria. Certamente que se recordam da história.

Na altura Mourinho não regressa à Luz porque o presidente Vilarinho impôs Jesualdo Ferreira para treinador adjunto. A justificação passava pelo facto de não querer deixar “cair” Jesualdo que aceitara transferir-se do Alverca, onde se encontrava muito bem, para um Benfica a braços com uma crise desportiva sem memória. Mourinho diz a Vilarinho que nada tem contra Jesualdo mas é ele quem escolhe a equipa para trabalhar e não aceita imposições, apesar de, como o próprio refere, sentir uma grande vontade de voltar à Luz para fazer do Benfica campeão.

Diz o narrador que: “Na cabeça de José Mourinho as ideias estavam claras e algumas eram irredutíveis. No fundo, seguia a linha traçada desde o primeiro dia da sua vida profissional. A ambição era subir ao mais alto patamar da profissão que abraçara, mas não a qualquer preço. Os seus princípios eram intocáveis e a sua lealdade também.”

Exaltam-se as atitudes dos dois homens. Vilarinho não sendo grande líder não aceita deixar cair Jesualdo Ferreira, mesmo sabendo que perderia aquele que viria a ser o melhor treinador do mundo. Este não aceita subir a qualquer preço.

É assim que se fazem os grandes líderes.

domingo, 23 de outubro de 2005

Há um homem das cavernas dentro de nós?


O poder, a fome e o sexo guiam-nos como na pré-história. O nosso comportamento tem muito de troglodita mas deve-se, em boa parte, à herança implacável da nossa natureza. No ADN dos nossos antepassados mais remotos, hominídeos extintos há milhares de anos, já estava presente o embrião da lista de condutas e opiniões de que o homem actual faz gala. Assim, depreende-se da nossa atitude quotidiana que a agressividade não desapareceu com o homem das cavernas.

Docas

sábado, 22 de outubro de 2005

A noite de Mangualde

O meu amigo António Ferreira no seu "Terreiro" diz isto.
Apesar de estar de acordo com o que aí responde o meu amigo AntónioTavares do "Neoarqueo", acrescento aqui estas duas linhas. Naturalmente que aproveito para lhes fazer referência e aprendo a fazer "links". Sempre a facturar :-)

Já me sucedeu andar na baixa lisboeta a essa hora e fazê-lo em pânico por não ver ninguém nas ruas. As pessoas que saem, nomeadamente a juventude, gravitam em torno dos lugares que exploram a noite, como os bares, discotecas, restauração e por aí fora. Em Lisboa encontramos gente nas Docas (Avenida 24 de Julho), bairros típicos e Expo. Fora daqui é difícil e até perigoso.
O povo português não tem a cultura da noite como sucede na nossa vizinha Espanha, onde também se cultiva a "siesta". De resto, o "modus vivendi" dos espanhóis contempla essa realidade.
Honestamente, não me parece que o desenvolvimento de Mangualde esteja emperrado aí.
Também me dou conta que os maiores críticos pela “ausência de noite” são os que nunca saem de casa, mesmo quando há motivos bons para sair. Está-nos no sangue.

quinta-feira, 20 de outubro de 2005

Quem trabalha na Câmara?

É vulgar ouvirmos, por aí, a crítica fácil aos funcionários da Câmara. É comum ouvirmos dizer deles que são incompetentes, não fazem nada e têm má formação.
Permitam-me que use do meu conhecimento de causa, fruto das funções que desempenhei com muita satisfação durante dois anos e meio, para sair em defesa das mulheres e dos homens que trabalham na autarquia em prol da coisa pública.
Devo lembrar que os funcionários da Câmara não são seres de outro planeta. São pessoas, seres humanos como qualquer um de nós que, à nossa imagem e semelhança, têm sentimentos. Começo por aqui porque nos esquecemos muitas vezes desta condição humana de cada um.
É, por isso, natural que uns dias trabalhem melhor, com mais vontade e noutros nem por isso. É por isso natural que uns dias nos recebam com um sorriso nos lábios e noutros nem por isso.
São gente que, como qualquer um de nós, sente as agruras do dia a dia.
Vale a pena recordar que muitos deles desempenham as suas tarefas sem que a recompensa monetária seja proporcional ao seu desempenho. Diga-se em abono da verdade que a maioria de nós não estaria disponível para a execução de algumas tarefas que os funcionários de uma autarquia têm que desempenhar, pelo salário que recebem no final do mês.
É claro que não podemos desculpar com isto a falta de profissionalismo e empenho. Mas também é certo que nunca os ouvi invocar este argumento e, no entanto, sempre se mostraram disponíveis para executar aquilo que diariamente lhes era exigido.
Durante a minha permanência não vi nunca má vontade no rosto dos funcionários da autarquia. Pelo contrário guardo boas e gratas recordações de vários episódios em que imediatamente se disponibilizavam para levar a cabo as tarefas que lhes eram confiadas.
Atrevo-me a citar Max de Pree no seu livro “Liderar é uma arte”: “liderar é a arte de disponibilizar as pessoas para que elas cumpram aquilo que delas se espera”.
Simples, não?
É importante que para uma maior rentabilidade do esforço de cada um e da maximização dos recursos, o trabalho em equipa seja estimulado e valorizado – colocar as peças a trabalhar numa engrenagem perfeita.
Para isso basta ouvir as chefias e discutir os problemas abertamente com elas.
São peças importantíssimas e devem ser respeitadas como tal.
Aqui fica o desafio: antes de criticar um funcionário da câmara olhe-o num plano igual, de pessoa para pessoa. Para os funcionários o desafio de todos os dias procurarem melhorar um pouco mais a sua prestação continuando o excelente trabalho que têm vindo a desenvolver.
Um abraço para todos os funcionários da autarquia com quem tive o privilégio de privar. Encontrei bons e verdadeiros profissionais. Não tenham dúvidas disso.

terça-feira, 18 de outubro de 2005

Autárquicas 2005 - Resultados à lupa

Agora que a poeira levantada pelo período de campanha eleitoral já assentou com o escrutínio do dia 9 que voltou a confiar os destinos do concelho a Soares Marques nos próximos quatro anos, é tempo de fazer uma reflexão com base no que nos transmitem os números saídos do voto do povo.
Refiro desde já, para que não restem dúvidas, que as considerações que se seguem não devem ser entendidas como qualquer espécie de críticas ou elogios. Trata-se apenas e só da realidade nua e crua apresentada pelos números.
Em eleições ganha quem tem o maior número de votos em termos absolutos. No entanto, vale a pena ir um pouco mais além e buscar o que fica para lá da primeira vista, percebendo melhor o que nos dizem estes resultados.
Para facilitar esta análise adicionámos ao resultado do PSD os votos que o CSD-PP obteve, apesar dos dois partidos terem concorrido em listas separadas. Esta operação permite fazer comparações com duas realidades semelhantes uma vez que os votos do CDS-PP, na sua maioria, foram captados na coligação que governava a câmara.
Ora, feita esta operação, vemos que o PSD e o PP perdem, no seu conjunto, quase 1.100 eleitores resultando numa queda de 14% face aos resultados de 2001.
Verificamos, também, que estes 1.100 votos são transferidos na sua totalidade para o candidato do PS, João Azevedo, que consegue uma subida de quase 53% em relação a 2001 recuperando mais de 2.000 votos, leia-se cidadãos eleitores.
Significa, então, que a subida do PS se fica a dever à queda acentuada do PSD/PP reflectindo a perda de confiança do eleitorado, mas também na conquista de novos eleitores. E é bom que se perceba que estes não são apenas os jovens que votaram pela primeira vez este ano. Estão neste grupo os eleitores que, habitualmente, se abstinham de ir votar. Senão vejamos: de 2001 para 2005 foram inscritos nos cadernos eleitorais de todo o concelho mais 355 eleitores o que se traduz num acréscimo de 1,9%. Contudo, foram às urnas neste acto mais 852 cidadãos do que em 2001, traduzindo um aumento de 7% na descarga eleitoral.
Tomemos como exemplo concreto a freguesia de Mangualde que representa cerca de 40% do total de eleitores. O PSD e o PP juntos perdem nestas eleições cerca de 400 votos. O PS ganha, em relação a 2001, mais de 1.100 votos. Ou seja aos 400 votos que retirou directamente aos dois partidos da coligação o PS consegue conquistar mais de 700 novos eleitores: uns votando pela primeira vez, outros exercendo o seu direito de voto em detrimento do abstencionismo que foi sua opção noutros actos.
E se, por um lado, os jovens eleitores, pela sua própria natureza e irreverência, estão mais apetentes à mudança, por outro há que considerar que os eleitores, habitualmente, abstencionistas optam por duas coisas: por votar e pela mudança descontentes que estão com o rumo dos destinos do concelho.
Claro que este exemplo dado na freguesia de Mangualde pode levar-nos ao discurso fácil que estes resultados não traduzem o sentir do resto do concelho e mostram apenas a influência de meia dúzia de pseudo-intelectuais que se juntam no Rossio.
Nada mais falso. Na verdade, hoje temos um eleitorado cada vez mais esclarecido e bem pensante que não se deixa influenciar por “três cantigas”. Isto é, se até aos dias de hoje os tais intelectuais da nossa praça faziam e influenciavam a opinião dos restantes eleitores, a favor ou contra o executivo camarário, agora já não acontece assim. Na sua maioria, os eleitores, formam uma opinião por si, baseada no que observam no seu quotidiano e no seu concelho.
A provar isto estão os resultados eleitorais nas 18 freguesias do concelho. Mas peguemos apenas em metade delas: Abrunhosa a Velha, Cunha Baixa, Fornos de Maceira Dão, Lobelhe do Mato, Mangualde, Póvoa de Cervães, Quintela, S. João da Fresta e Travanca de Tavares. Temos aqui um misto de citadino e ruralidade. Todas têm em comum a queda acentuada, de quase 30 % nalguns casos, dos resultados do PSD e PP e da subida estonteante do PS.
Acresce que o PS aumenta o seu número de votos em todas as 18 freguesias e o PSD e PP apenas conseguem subir em votos absolutos nas freguesias de Cunha Alta, Freixiosa e Várzea de Tavares.
Mas voltando às nove freguesias atrás referidas que representam 65% dos eleitores do concelho, damos conta que, com base nos resultados aí alcançados no seu conjunto, o PS ganharia a câmara com 3.985 votos versus os 3945 alcançados pelos dois partidos da coligação juntos.
É perfeitamente natural que um partido que se encontra no poder e que alcança um resultado histórico, obtendo 64% dos votos sofra algum desgaste. Não é, porém, natural que esse desgaste se traduza numa queda quase catastrófica. Nem é natural que as maiores quedas se dêem em freguesias onde o investimento foi maior. Do mesmo modo vale a pena referir que em 2001 os resultados para a Câmara foram, quase sempre, superiores aos resultados alcançados para as juntas de freguesia. No último acto eleitoral sucedeu o inverso – em quase todas as freguesias os candidatos à junta pelo PSD tiveram mais votos que a lista para a Câmara pelo mesmo partido.
Tudo isto acontece com aquele que foi, indiscutivelmente, o melhor candidato do PSD de todos os tempos à autarquia de Mangualde. Parece, assim, haver aqui grandes responsabilidades das estruturas políticas no descalabro acontecido no domingo à noite.
Estes resultados devem ser alvo de uma leitura profunda e completamente desprendida das cores político partidárias de forma a podermos olhar mais além.
Se ao PS cabe, agora, fazer uma oposição responsável suportada nestes números ditados por quem realmente manda, ao PSD cabe o governo da autarquia correspondendo aos anseios dos cidadãos e à difícil tarefa de encontrar um líder que possa disputar as eleições de 2009 partindo de uma magra vantagem de apenas 3%. Ao PP resta, por ora, a fraca consolação do seu candidato à Assembleia Municipal ter tido um resultado bem acima dos meios utilizados na campanha eleitoral.
Cabe a todos respeitar a vontade expressa pelos eleitores através do voto de domingo. Tratar desadequadamente os cidadãos que votaram nas listas opostas é comprometer seriamente o futuro noutros actos eleitorais. Não nos esqueçamos que uma parte considerável dos eleitores é flutuante, e já contribuiu para vitórias mais folgadas para os dois lados como contribuiu, hoje, para uma apertada vitória ou derrota, dependendo do prisma em que nos encontramos. Ademais em eleições autárquicas é nas pessoas que votamos. Nelas, os partidos, por vezes, só prejudicam.

domingo, 16 de outubro de 2005

Bem Vindos



Bem vindos a esta aventura que se chama blogosfera e ao "Observatório".
Começo-a com todos aqueles que queiram ajudar e contribuir no crescimento deste espaço.
Pretendo que seja, acima de tudo, um espaço de pensamento solto e livre de amarras, quaisquer que elas sejam, de forma a que todos e cada um de nós possamos expor as nossas ideias, sem agressões e sem crispação, sobre assuntos da mais variada natureza.
Quero aprender mais. Com toda a humildade espero os comentários dos meus visitantes.
Sejamos, porém, respeitadores de toda a liberdade. Não esqueçamos que a nossa termina onde a do outro começa.
Sejamos, todos, observadores atentos, com espírito crítico e, acima de tudo, positivos.

A viagem começa. Desejo que não haja sobressaltos.