terça-feira, 29 de agosto de 2006

Insuportável leveza da hipocrisia

O “mundo” ficou indignado, incomodado e hipocritamente chocado pelas revelações do Nobel da literatura, o alemão Gunter Grass, na sua biografia, revelando ter pertencido aos Serviços Secretos hitlerianos.
Logo de rajada os pseudo intelectuais da praça se apressaram a atirar a primeira pedra, como se se tratasse de uma tentativa de limpar o seu pecado pelas leituras dos livros do “pecador”. Salvaguardo, aqui, a opinião pouco publicada de resto, de José Saramago - autor de quem não sou estimado apreciador – que desprezou o facto dizendo, e bem a meu ver, que não se podia crucificar Grass pela sua opção aos 17 anos, quando o que estava em causa era a sua obra literária e toda uma vida.
Não sei qual a intenção de Gunter Grass na revelação da sua opção na juventude. Impulsionar vendas? Partilhar um segredo que lhe atormenta a consciência? Procurar o perdão do mundo? Pouco importará, porém, se atentarmos nas nossas próprias opções de vida. E não teremos, nós, direito a uma segunda oportunidade? Não me parece, em todo o caso, que o pecado de Grass seja tão grave quanto os “edílicos” nos querem fazer crer. Estranho, contudo, que muitas das vozes que se ergueram contra o escritor premiado sejam as que se encontram na linha da frente a defender os direitos humanos de terroristas e dos mais vis assassinos, capazes de cometer as maiores atrocidades em nome não sei de quem ou de quê.

sábado, 26 de agosto de 2006

A palhaçada!

O campeonato da Primeira Liga de Futebol português começou hoje, mas muito mal. Em causa está uma decisão que já devia ter sido tomada e acautelada antes – muito antes - do início da nova época. Deveria, aliás, ter sido resolvida com o cair do pano da época passada.
O Gil Vicente foi despromovido por irregularidades; o Belenenses que militava na Divisão de Honra foi promovido à Primeira Liga. Até aqui tudo bem. O problema surge quando os clubes contestam as decisões. Têm direito a fazê-lo, note-se. A justiça deveria ser mais célere e mais contundente.
Em Itália, país do Polvo, a Juventus – clube vencedor da maior prova do futebol italiano – não só perdeu o título, como foi despromovida à Divisão anterior e parte para a nova época com quinze pontos negativos. Por cá, ainda não se sabe bem no que vai dar. Não há Polvo… mas há muita raia. Uma graúda, outra miúda!

segunda-feira, 21 de agosto de 2006

Já está

Agora sim! Republicado e com mais fotos. Foi uma batalha árdua, ciclópica até. Mas consegui!

Uma boa parte delas programada. Outra parte surgiu da deriva que a vontade e o desejo proporcionaram. Já está. Para o ano haverá mais. Entretanto, deixo-vos aqui um cheirinho, por pequeno que seja, de alguns lugares onde passei. Uma parte deles foi uma revisita. Barcelona é um desses casos. Foi a terceira vez que visitei esta cidade encantadora. Por incrível que pareça descobri coisas novas. O mais interessante, porém, foi verificar que o discurso sobre a conclusão das obras da Sagrada Família vai alterando de visita para visita. Há oito anos, quando lá estive pela primeira vez, estimava-se que a conclusão se desse nos dez anos seguintes. O ano passado já se falava em vinte anos e este ano já se fala em cerca de trinta anos. Se há cidade em que a influência de um homem só, é tão notória e tão forte que se torna impossível de disfarçar, é Barcelona. A presença de Gaudi nota-se em cada esquina. Diria que nenhuma outra cidade denota influência tão forte. Sobretudo se pensarmos que Gaudi não era um político, como o foi no nosso caso, por exemplo, o Marquês do Pombal. Não era a Gaudi que cabia estabelecer prioridades ou definir traças globais. Mas a marca é dele, sem dúvida. As fotos mostram, então, alguns locais de paragem: Andorra e os Pirinéus, Blanes e as suas praias, Tossa de Mar e a sua centenária beleza, Barcelona e Gaudi, Saragoça e os preparativos para acolher a Expo 2008, o Vale dos Caídos, no regresso, e o soberbo monumento que Franco mandou fazer para aí ficar colocada a sua sepultura. E cá estou de regresso ao trabalho. O meu agradecimento a todos os que foram passando e mantiveram a “casa” em ordem e desempoeirada.


Andorra e a beleza natural dos Pirinéus (ali vou eu no pedaço de carro que se vê que é o meu); Blanes e as suas praias de águas quentes e limpas (ali não vou eu e o barco também não é meu - lamento mas não se pode ter tudo).


Tossa de Mar, uma das estâncias de férias do Nobel da literatura Gabriel Garcia Marquez e onde foi rodado o filme Pandora com Ava Gardner (tenho aqui uma foto junto à estátua que lhe erigiram mas está indecente - apanharam-me desprevenido e com a mão onde não devia, pelo menos em público); Parque Guel, uma das obras inacabadas de Gaudi por falta de dinheiro do promotor.


La Pedrera, outra obra emblemática de Gaudi que representa toda a vocação marítima de Barcelona; As Ramblas: a animação constante e o movimento infindável de pessoas.


Barcelona, vista do Montjuic; No regresso uma paragem em Saragoça nos preparativos para acolher a Expo 2008.

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Férias




Merecidas ou por merecer elas aí estão para ser gozadas, antes que nos gozem a nós. Vou uns dias de férias, razão pela qual estarei ausente do blog. Por falar em ausências aproveito para pedir desculpas pela minha ausência dos blogs que amavelmente me visitam e que tanto gosto de retribuir. Mas o tempo tem sido escasso. Procurarei depois de férias ser mais regular e, talvez nessa altura, tenha algumas novidades para vos dar. Por ora, novidades, novidades só mesmo no tal hipermercado.
E como não tenho pais ricos, não ganhei a lotaria e não fui àquele banco do reclame, vou de férias até Barcelona. Sim, porque por impossível que isso pareça, é mais barato que no Algarve.

Boas férias para todos e até um destes dias.