Insuportável leveza da hipocrisia
O “mundo” ficou indignado, incomodado e hipocritamente chocado pelas revelações do Nobel da literatura, o alemão Gunter Grass, na sua biografia, revelando ter pertencido aos Serviços Secretos hitlerianos.
Logo de rajada os pseudo intelectuais da praça se apressaram a atirar a primeira pedra, como se se tratasse de uma tentativa de limpar o seu pecado pelas leituras dos livros do “pecador”. Salvaguardo, aqui, a opinião pouco publicada de resto, de José Saramago - autor de quem não sou estimado apreciador – que desprezou o facto dizendo, e bem a meu ver, que não se podia crucificar Grass pela sua opção aos 17 anos, quando o que estava em causa era a sua obra literária e toda uma vida.
Não sei qual a intenção de Gunter Grass na revelação da sua opção na juventude. Impulsionar vendas? Partilhar um segredo que lhe atormenta a consciência? Procurar o perdão do mundo? Pouco importará, porém, se atentarmos nas nossas próprias opções de vida. E não teremos, nós, direito a uma segunda oportunidade? Não me parece, em todo o caso, que o pecado de Grass seja tão grave quanto os “edílicos” nos querem fazer crer. Estranho, contudo, que muitas das vozes que se ergueram contra o escritor premiado sejam as que se encontram na linha da frente a defender os direitos humanos de terroristas e dos mais vis assassinos, capazes de cometer as maiores atrocidades em nome não sei de quem ou de quê.
A palhaçada!
O campeonato da Primeira Liga de Futebol português começou hoje, mas muito mal. Em causa está uma decisão que já devia ter sido tomada e acautelada antes – muito antes - do início da nova época. Deveria, aliás, ter sido resolvida com o cair do pano da época passada.
O Gil Vicente foi despromovido por irregularidades; o Belenenses que militava na Divisão de Honra foi promovido à Primeira Liga. Até aqui tudo bem. O problema surge quando os clubes contestam as decisões. Têm direito a fazê-lo, note-se. A justiça deveria ser mais célere e mais contundente.
Em Itália, país do Polvo, a Juventus – clube vencedor da maior prova do futebol italiano – não só perdeu o título, como foi despromovida à Divisão anterior e parte para a nova época com quinze pontos negativos. Por cá, ainda não se sabe bem no que vai dar. Não há Polvo… mas há muita raia. Uma graúda, outra miúda!
Já está
Agora sim! Republicado e com mais fotos. Foi uma batalha árdua, ciclópica até
. Mas consegui!Uma boa parte delas programada. Outra parte surgiu da deriva que a vontade e o desejo proporcionaram. Já está. Para o ano haverá mais. Entretanto, deixo-vos aqui um cheirinho, por pequeno que seja, de alguns lugares onde passei. Uma parte deles foi uma revisita. Barcelona é um desses casos. Foi a terceira vez que visitei esta cidade encantadora. Por incrível que pareça descobri coisas novas. O mais interessante, porém, foi verificar que o discurso sobre a conclusão das obras da Sagrada Família vai alterando de visita para visita. Há oito anos, quando lá estive pela primeira vez, estimava-se que a conclusão se desse nos dez anos seguintes. O ano passado já se falava em vinte anos e este ano já se fala em cerca de trinta anos. Se há cidade em que a influência de um homem só, é tão notória e tão forte que se torna impossível de disfarçar, é Barcelona. A presença de Gaudi nota-se em cada esquina. Diria que nenhuma outra cidade denota influência tão forte. Sobretudo se pensarmos que Gaudi não era um político, como o foi no nosso caso, por exemplo, o Marquês do Pombal. Não era a Gaudi que cabia estabelecer prioridades ou definir traças globais. Mas a marca é dele, sem dúvida. As fotos mostram, então, alguns locais de paragem: Andorra e os Pirinéus, Blanes e as suas praias, Tossa de Mar e a sua centenária beleza, Barcelona e Gaudi, Saragoça e os preparativos para acolher a Expo 2008, o Vale dos Caídos, no regresso, e o soberbo monumento que Franco mandou fazer para aí ficar colocada a sua sepultura. E cá estou de regresso ao trabalho. O meu agradecimento a todos os que foram passando e mantiveram a “casa” em ordem e desempoeirada.
Andorra e a beleza natural dos Pirinéus (ali vou eu no pedaço de carro que se vê que é o meu); Blanes e as suas praias de águas quentes e limpas (ali não vou eu e o barco também não é meu - lamento mas não se pode ter tudo).
Tossa de Mar, uma das estâncias de férias do Nobel da literatura Gabriel Garcia Marquez e onde foi rodado o filme Pandora com Ava Gardner (tenho aqui uma foto junto à estátua que lhe erigiram mas está indecente - apanharam-me desprevenido e com a mão onde não devia, pelo menos em público); Parque Guel, uma das obras inacabadas de Gaudi por falta de dinheiro do promotor.
La Pedrera, outra obra emblemática de Gaudi que representa toda a vocação marítima de Barcelona; As Ramblas: a animação constante e o movimento infindável de pessoas.
Barcelona, vista do Montjuic; No regresso uma paragem em Saragoça nos preparativos para acolher a Expo 2008.
Férias
Merecidas ou por merecer elas aí estão para ser gozadas, antes que nos gozem a nós. Vou uns dias de férias, razão pela qual estarei ausente do blog. Por falar em ausências aproveito para pedir desculpas pela minha ausência dos blogs que amavelmente me visitam e que tanto gosto de retribuir. Mas o tempo tem sido escasso. Procurarei depois de férias ser mais regular e, talvez nessa altura, tenha algumas novidades para vos dar. Por ora, novidades, novidades só mesmo no tal hipermercado.
E como não tenho pais ricos, não ganhei a lotaria e não fui àquele banco do reclame, vou de férias até Barcelona. Sim, porque por impossível que isso pareça, é mais barato que no Algarve.Boas férias para todos e até um destes dias.