quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Pelo sim, pelo não!

Vários têm sido os argumentos esgrimidos pelo sim e pelo não ao referendo ao aborto – ou interrupção voluntária da gravidez como pomposamente lhe chamam – a que somos chamados a participar no dia 11 de Fevereiro.
Dos mais hilariantes que já ouvi destaca-se o de um padre alentejano que ameaçou excomungar todos os fiéis que vieram a votar no sim. Mas não são menos hilariantes alguns dos argumentos que os dirigentes dos partidos políticos têm usado: daqueles que quase preconizam o aborto como uma medida de planeamento familiar, àqueles que dizem que o país necessita de mais 50 mil crianças por ano, como se de uma fábrica de produção de miúdos se tratasse e que os produzisse a qualquer preço.
Há aqui, de todos os lados, como é bom de ver um extremar de posições e uma falta de bom senso notáveis. Mais do que elucidar e discutir o real problema – a penalização das mulheres – tudo serve para iludir e “ludibriar”.
Por isso, no próximo sábado à noite, pelas 21 horas, haverá uma edição especial do programa da Rádio Mangualde “A Hora da Bica”, ao vivo e em directo do auditório da Câmara Municipal de Mangualde, contando com defensores do sim e do não que explicarão a razão das suas opções.
Pretende-se, claro, que todos possamos sair mais esclarecidos para o dia do voto. Estão, por isso, todos convidados a assistir à emissão ao vivo ou a escutá-la através das ondas hertzianas ou da Internet.

domingo, 28 de janeiro de 2007

De pai para filho!



Querido filho, estás a cometer no Iraque o mesmo erro
que eu cometi com a tua mãe: não retirei a tempo...
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segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Crise?!

Os bancos nacionais vão apresentar os maiores lucros de sempre do sector relativos ao ano fiscal de 2006. Apesar disso fala-se, constantemente, em crise e ela serve para justificar tudo, inclusive é usada pelas administrações da própria banca como argumento para refrear os aumentos salariais dos seus colaboradores.
Há aqui, como está bom de ver, um paradoxo enorme. Sobretudo se pensarmos que boa parte dos lucros da banca são gerados pelo mediano português que recorre ao crédito bancário até para a aquisição de umas meias.
Por outro lado, tenho uma teoria, assente apenas na minha observação e, por conseguinte, altamente falível, que prova que a crise não existe: o dinheiro não desaparece – apenas muda de mãos. E as nossas é que não são nada boas a segurá-lo.
Portanto, a crise não existe. É como os chifres: não passam, apenas, de coisas que nos querem meter na cabeça.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

O país dos mínimos

Discutia-se, hoje, no fórum da TSF, de novo, a hipótese de virmos a gozar os feriados móveis a uma segunda-feira. Como se, milagrosamente, aqui estivesse a solução para a crise e para a baixa produtividade constante que o nosso país apresenta.
A esse propósito o reputado economista, João César das Neves, dizia que não se podia atribuir a baixa produtividade ao facto de termos muitos feriados e pontes porque nestes eram geradas receitas importantes para o sector do turismo e consequente riqueza.
A esse propósito, também, um sindicalista disse que aos seus olhos seria inimaginável que o 25 de Abril se passasse a comemorar no dia 28 ou 29.
A este propósito, acrescento eu, para mim o Natal será em Dezembro e no dia 25. Só!
Mas a propósito da questão maior, a produtividade, recordo apenas que ela talvez esteja a ser encarada pelo lado errado. Na América, por exemplo, gozam-se tantos ou mais feriados. Para mim o problema está no facto de sermos um país de mínimos: do rendimento mínimo, do ordenado mínimo, do salário mínimo, da escolaridade mínima e por aí adiante. Não será, pois, de espantar que em contraposição sejamos o país do trabalho mínimo, da produtividade mínima e assim sucessivamente.
Os máximos, apenas na fuga aos impostos e no sexo. Neste quadrante, aliás, todos os governos o têm praticado constante e assiduamente connosco.

domingo, 14 de janeiro de 2007

O risco de ser mãe

Sem querer, tomei conhecimento de uma mulher que todos os dias é molestada no seu trabalho, pelos patrões, porque teve uma gravidez de risco que a atirou para uma baixa prolongada e agora, no pós parto, não lhe querem assegurar o direito a amamentar a sua cria, na concessão das duas horas diárias que a lei lhe confere.
Não vale a pena ficarmos espantados com a atitude, retrógrada e troglodita, destes patrões porque a realidade à nossa volta mostra-nos que são os grandes grupos económicos, alguns deles ligados ao estado, os primeiros a dar o péssimo exemplo de tomar atitudes discricionárias quando impedem que as mulheres sejam admitidas nas suas empresas.
O ocidente está cheio de atitudes deste género. Os que me conhecem sabem que sou liberal e acérrimo defensor da economia de mercado. Mas assim não. Isto é a subversão completa dos valores que orientaram o ocidente no seu desenvolvimento.
Com que moral, questiono-me, apontamos o dedo à China quando esta toma atitudes desumanas ao estimular o aborto, quando se trata de fetos femininos, como medida de controlo da natalidade? Não estaremos nós, por absurdo que pareça, a fazer o mesmo quando impedimos que as mulheres sejam encaradas no mercado de trabalho como igual inter pares, apenas porque elas têm a felicidade ou fatalidade no poder de ser mãe?

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Carros sem seguro

Ora aqui está uma medida acertadíssima!
Se até agora o Fundo de Garantia Automóvel resolvia o problema, de ora em diante continua a resolver sendo que a grande diferença reside no facto do infractor não ficar impune. A venda do automóvel com as receitas a reverter a favor do Fundo pode, doravante, acelerar muitos processos que tantas e tantas vezes se arrastam prejudicando ainda mais que não teve culpa e se pauta por cumprir os seus deveres de cidadão. Aplaudido!

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Corram o fisco a pontapé!

O ano começa com a ameaça de greve por parte dos jogadores de futebol. Só cá faltava esta. Sobretudo quando no cerne da questão está a tributação dos vencimentos dos jogadores em sede de IRS. Está mal, muito mal. É discriminação.
Neste país ninguém paga IRS porque é que os jogadores de futebol têm que pagar? Abaixo o governo imediatamente. Assim, os nossos jogadores nunca jogarão como Chelsea de Mourinho, ou o Manchester de Ronaldo.
E, depois, não é só isso: o fisco atreve-se a tributar IRS em vencimentos tão pequenos como aqueles que os jogadores de futebol auferem? E agora? Como é que os pobres coitados sobrevivem? Isso é para nós, comuns mortais!
Ademais estamos a falar de uma profissão de risco, desgaste rápido, bla, bla, bla… não estamos a falar, por exemplo, de uma qualquer profissão simples e eterna como a dos controladores aéreos, trabalhadores da construção civil – que podem fazer esforço e levantamento de peso até aos 70 anos. Não senhor, estamos a falar de futebol. E isso é assunto sério, muito sério. Como sérias, de resto, são as pessoas que o controlam!

Como diria o outro: corram os senhores do fisco a pontapé!